O Professor Francisco Antunes escreveu um guião que deu origem a uma série documental a ser emitida em novembro e que foi produzida pela FCD Consulting, onde é contada a história da infeção por HIV e da Sida, desde o momento em que foi identificada, em 1981, até aos nossos dias. São abordados os avanços mais recentes na prevenção e no tratamento desta doença que em 2030 pode transformar-se num enorme problema de saúde pública, caso continue a estar fora da agenda mediática.
É relatado o caminho feito para identificar os primeiros casos da doença, com recurso ao soro congelado e às técnicas de diagnóstico serológico. Nessa altura percebeu-se que muito embora os casos tenham reportado a cidadãos europeus, a verdade é que foi possível estabelecer um ponto comum e este tinha a ver com estadias em africa. O caso mais antigo confirmado até hoje é o de um cidadão inglês que morreu em 1959. As análises confirmaram este caso recorrendo a técnicas de biologia molecular que permitiram identificar o vírus em amostras de ADN de tecido renal, baço e medula óssea. No entanto alguns dados apontam para que a doença exista há mais de 150 anos em zonas rurais no continente africano.
A disputa de dois cientistas pela identificação do vírus da sida, Roberto Gallo e Luc Montagnier, que terminou quando o último faz capa da Newsweek ao lado de Françoise Barré-Sinoussi e que viriam a receber o Nobel da medicina em 2008.
Em 40 anos de existência da Sida estima-se que cerca de 86 milhões de pessoas tenham sido infetadas e dessas 40 milhões tenham morrido. Atualmente cerca de 39 milhões vivem com a doença.
Em 1987 foi aprovado o primeiro medicamento com eficácia, mas com benefícios limitados e transitórios. Entretanto a terapêutica evoluiu imenso e atingiu-se uma das metas mais importantes que é sem dúvida o conceito “tratamento igual a prevenção” que significa que indetetável é igual a intransmissível. Com isto salvou-se a vida de milhares de pessoas.
O estigma e a discriminação continuam a ser as grandes barreiras para a eliminação da Sida como um problema de saúde pública para o ano de 2030. Torna-se urgente discutir o tema sob o perigo de se tornar um dos maiores problemas de saúde.
Mas há muito mais para descobrir sobre os 40 anos da doença, que marcou gerações, ao longo de 5 episódios que a serem transmitidos às sextas-feiras, às 22h50, durante o mês de dezembro na RTP2.
Dora Estevens Guerreiro
Equipa Editorial
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