A atribuição máxima com distinção Gold, foi feita pela ICOS – International Onco-Cardiology Society, à Consulta de Cardio-Oncologia do CHULN, que está integrado no Centro Académico de Medicina de Lisboa (CAML).
Coordenadora da Consulta e Professora da Faculdade de Medicina, Manuela Fiúza é a responsável por uma equipa de mais 3 elementos, ficando agora a seu cargo a organização de webinares internacionais (com data de início para 30 de março), assim como a presença no board da Sociedade para decisões internacionais.
Com base nos EUA e Canadá esta Sociedade, que agrega as restantes do mundo inteiro, designou este centro como sendo de excelência com base no cumprimento de diversos parâmetros: a existência de consultas, o ensino pós-graduado, a organização e discussão de reuniões, ou as publicações científicas, entre outros.
Sobre este reconhecimento a Professora não poderia estar mais positiva: “Saltámos inúmeras etapas, passámos de imediato para uma perspetiva mais macro; agora vamos receber mais apoio nas publicações e em sobreviventes que passam a ter doenças crónicas cardíacas”.
A importância desta consulta
Em 2018 nascia o grupo de estudos de Cardio-Oncologia da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, grupo esse coordenado em 2º mandato por Manuela Fiúza. Foi numa das suas viagens à Europa, e depois de formado o council da Sociedade Europeia de Cardiologia, que Manuela Fiúza se apercebeu que vários eram os países com menções e destaques, mas faltava Portugal. “Não podia ser, nós já fazíamos a nossa Consulta há 6 anos, fomos a primeira do país e não podíamos estar de fora; então falámos com o council e enviámos uma submissão, o que nos dá responsabilidades acrescida”.
Com forte capacidade de comunicação entre esta equipa do Hospital e os vários centros de saúde, são estes que na grande maioria das vezes referenciam, através dos médicos de família, os doentes, fazendo com que cheguem à consulta de Cardio. Trabalho este que deve cada vez mais ser visto como de prevenção com “um grupo de doentes rotineiros que surgem para despiste de doença cardíaca, ou que são sobreviventes que passam a ter doença crónica cardíaca”.
Os problemas cardíacos aparecem como dano colateral de tratamentos oncológicos que, tendo sido bem-sucedidos e eficazes, podem causar outras consequências mais tarde, assumindo relevo apenas 15 ou 20 depois. Danos esses silenciados durante anos e que obrigam a check ups regulares.
Estas consultas de Cardio-Oncologia assumem uma de duas possibilidades: podem otimizar o coração para que os doentes façam a terapêutica oncológica obrigatória, “nós Cardiologistas somos secundários neste processo, por isso somos multidisciplinares com os outros médicos”; ou podem receber os doentes já tratados e curados das doenças oncológicas, mas que vêm a ter sequelas a longo prazo”. E quais os sinais de alerta para perceber quem deve ir a uma consulta destas? “Situações de cansaço, falta de ar, pernas inchadas são os casos que nos chegam espontaneamente, mas há outra parte da doença que é silenciosa e como tal tem de ser detetada com exames muito simples e com prescrição de eletrocardiograma e ecocardiograma”.
Sobre o Curso da FMUL
Já na 6ª edição o Curso Pós-Graduado de Atualização em Cardio-Oncologia, promovida pela FMUL, acontece nos dias 16 e 17 de março, no Edifício Egas Moniz. Num formato híbrido a formação será presencial, contudo e devido às ligações à ICOS, o curso contará com nomes de elevada referência do panorama internacional e que vêm assim enriquecer mais ainda esta formação que tem revelado grande sucesso e procura.
A esta equipa que integra o CAML e em representação da Cardio-Oncologia os nossos orgulhosos parabéns!
