Publicado em 1940, é uma distopia de base militar que assenta no totalitarismo repressivo. Esta obra é da autoria de Karin Boye, que nos dá a conhecer uma sociedade desumanizada, controlada pelo Estado, onde o indivíduo (o consoldado) existe como mera ferramenta do poderoso Estado Mundial, que "aprisionava" a sua população numa realidade moralmente claustrofóbica, “um sequestro compulsório e massivo da personalidade e individualidade”.
O único espaço pessoal era o da mente, ameaçado com a nova descoberta.
O personagem principal é Leo Kall, um cientista que trabalha na Cidade Química n.º 4. Kall descobre um soro da verdade mais eficaz do que qualquer tipo de tortura. Uma vez administrado este soro, de nome Kallocaína, os participantes da experiência exteriorizam os seus sentimentos e pensamentos mais íntimos. A Kallocaína veio viabilizar a aprovação de um projeto lei que visava condenar e punir os consoldados com base nos seus pensamentos.
“Nenhum consoldado com mais de quarenta anos tem a consciência limpa.”
Karin Boye, escritora e poetisa sueca, caraterizou esta obra como "assustadora e macabra". Suicidou-se, a 24 de abril de 1941, no "dia em que os nazis invadiram a sua amada Grécia".
Editora: Antígona, tradução por João Reis.
Créditos de imagem: Antígona
Cristina Bastos
Equipa Editorial