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Prémio Ciência Pulido Valente 2009 distingue investigação em oncologia desenvolvida no IMM
Unidade de Comunicação e Formação do Instituto de Medicina Molecular
ucom@fm.ul.pt
A investigadora Ana Patrícia da Silva recebeu o Prémio Ciência Pulido Valente 2009 pelo trabalho que identificou um mecanismo através do qual se desenvolvem leucemias em seres humanos. Os resultados deste estudo abrem novas possibilidades de terapia para um certo tipo de leucemias, as leucemias T, que atingem células específicas do nosso sistema imunitário (as células T, que são glóbulos brancos).
O trabalho foi desenvolvido na Unidade de Biologia do Cancro do Instituto de Medicina Molecular (IMM) e publicado na prestigiada revista Journal of Clinical Investigation.
A cerimónia de entrega do prémio realizou-se no Ministério da Ciência Tecnologia e Ensino Superior, no dia 19 de Fevereiro, e contou com a presença do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior Mariano Gago.
O trabalho distinguido, intitulado “PTEN posttranslational inactivation and hyperactivation of the PI3K/Akt pathway sustain primary T cell leukemia viability”, focou-se no estudo da proteína PTEN que actua, dentro das células humanas, como um obstáculo ao desenvolvimento de tumores. O problema surge quando a PTEN é impedida de funcionar.
Até à publicação do estudo premiado, pensava-se que a inactivação da PTEN ocorria essencialmente ao nível dos genes, ou seja, que mutações genéticas levavam à produção de PTEN disfuncional, o que permitiria o avanço de tumores.
O que os investigadores mostraram no trabalho premiado é que, mesmo em células onde a produção de PTEN é normal, a inactivação da proteína pode ocorrer devido à acção de uma outra proteína, chamada CK2.
Os investigadores estudaram células leucémicas, retiradas de pacientes com leucemia T, e viram que, nestas células, a CK2 modifica quimicamente a PTEN normal, adicionando-lhe um grupo fosfato. Viram, ainda, que essa modificação química leva à inactivação da PTEN. O estudo foi mais longe e registou que, nestas células leucémicas, há um aumento de radicais de oxigénio, que não se verifica nas células normais e que também contribui para a inactivação da PTEN.
Estudos futuros poderão passar pela aplicação do conhecimento agora gerado no tratamento de leucemias T, nomeadamente através do uso de inibidores farmacológicos de CK2 para induzir a morte de células T, malignas, sem afectar as células normais dos pacientes.
Ana Silva é, actualmente, investigadora no National Institute for Medical Research, em Londres. Recentemente Doutorada pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL), licenciou-se em Biologia Microbiana e Genética na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e realizou o estágio de licenciatura no Departamento de Neurociências do Babraham Institute, Cambridge, Reino Unido. Ana Silva desenvolveu o seu projecto de doutoramento no Instituto de Medicina Molecular, sob a orientação do Doutor João T. Barata, com quem continua a colaborar.
O Prémio Pulido Valente Ciência visa distinguir o melhor trabalho publicado na área das Ciências Biomédicas, realizado num laboratório nacional, por um investigador com menos de 35 anos.
ucom@fm.ul.pt
A investigadora Ana Patrícia da Silva recebeu o Prémio Ciência Pulido Valente 2009 pelo trabalho que identificou um mecanismo através do qual se desenvolvem leucemias em seres humanos. Os resultados deste estudo abrem novas possibilidades de terapia para um certo tipo de leucemias, as leucemias T, que atingem células específicas do nosso sistema imunitário (as células T, que são glóbulos brancos).
O trabalho foi desenvolvido na Unidade de Biologia do Cancro do Instituto de Medicina Molecular (IMM) e publicado na prestigiada revista Journal of Clinical Investigation.
A cerimónia de entrega do prémio realizou-se no Ministério da Ciência Tecnologia e Ensino Superior, no dia 19 de Fevereiro, e contou com a presença do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior Mariano Gago.
O trabalho distinguido, intitulado “PTEN posttranslational inactivation and hyperactivation of the PI3K/Akt pathway sustain primary T cell leukemia viability”, focou-se no estudo da proteína PTEN que actua, dentro das células humanas, como um obstáculo ao desenvolvimento de tumores. O problema surge quando a PTEN é impedida de funcionar.
Até à publicação do estudo premiado, pensava-se que a inactivação da PTEN ocorria essencialmente ao nível dos genes, ou seja, que mutações genéticas levavam à produção de PTEN disfuncional, o que permitiria o avanço de tumores.
O que os investigadores mostraram no trabalho premiado é que, mesmo em células onde a produção de PTEN é normal, a inactivação da proteína pode ocorrer devido à acção de uma outra proteína, chamada CK2.
Os investigadores estudaram células leucémicas, retiradas de pacientes com leucemia T, e viram que, nestas células, a CK2 modifica quimicamente a PTEN normal, adicionando-lhe um grupo fosfato. Viram, ainda, que essa modificação química leva à inactivação da PTEN. O estudo foi mais longe e registou que, nestas células leucémicas, há um aumento de radicais de oxigénio, que não se verifica nas células normais e que também contribui para a inactivação da PTEN.
Estudos futuros poderão passar pela aplicação do conhecimento agora gerado no tratamento de leucemias T, nomeadamente através do uso de inibidores farmacológicos de CK2 para induzir a morte de células T, malignas, sem afectar as células normais dos pacientes.
Ana Silva é, actualmente, investigadora no National Institute for Medical Research, em Londres. Recentemente Doutorada pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL), licenciou-se em Biologia Microbiana e Genética na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e realizou o estágio de licenciatura no Departamento de Neurociências do Babraham Institute, Cambridge, Reino Unido. Ana Silva desenvolveu o seu projecto de doutoramento no Instituto de Medicina Molecular, sob a orientação do Doutor João T. Barata, com quem continua a colaborar.
O Prémio Pulido Valente Ciência visa distinguir o melhor trabalho publicado na área das Ciências Biomédicas, realizado num laboratório nacional, por um investigador com menos de 35 anos.