Reportagem / Perfil
A Experiência de um Aluno Federado - João Correia, Capitão da Selecção Portuguesa de Râguebi
João Correia, o capitão da selecção portuguesa de râguebi, foi estudante da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL). Em 2007 estava a frequentar o quinto ano de Medicina quando a selecção nacional de râguebi se estreou pela primeira vez no mundial em França. A equipa nacional foi, inclusive, a primeira equipa amadora a participar neste evento, e o ex-aluno da Faculdade foi um dos seus elementos mais importantes, atingindo um estatuto desportivo de primeiro plano.
Depois disso, João Correia voltou ao seu clube de origem, o GD Direito, Lisboa.
- News@fmul: Nome Completo, Estado civil.
- João Correia (JC): João Carlos Gonçalves de Oliveira Correia. Casado
- News@fmul: Quando terminou o curso? Onde está actualmente a exercer, qual a sua especialidade?
- JC: Terminei o curso em Junho de 2009 e, neste momento, estou a cumprir o estágio de Medicina Geral e Familiar na Unidade de Saúde Familiar (USF) da Cova da Piedade, em Almada, integrado no Internato do Ano Comum.
- News@fmul: Quando e como ingressou na FMUL?
- JC: Estudei na FMUL desde 2003. Ingressei através do regime de Alta Competição. A Medicina era um sonho que perseguia desde criança mas, por insuficiência de nota, não consegui entrar no curso, pelo que aproveitei o estatuto de alta competição para tentar entrar novamente e consegui.
- News@fmul: Desde quando pratica desporto, como apareceu o râguebi na sua vida?
- JC: Pratico desporto desde que me lembro, o desporto sempre fez parte da minha vida. O râguebi, em particular, apareceu aos 8 anos de idade, mas como os treinos eram em Lisboa e eu moro na margem sul tive de abdicar da sua prática em criança. Mais tarde, aos 18 anos, formou-se um clube de râguebi na Costa de Caparica e, então, decidi inscrever-me e desde essa altura pratico râguebi num regime de alta competição.
- News@fmul: Enquanto aluno da FMUL, num curso tão exigente, como conseguiu conciliar desporto e estudos?
- JC: Não foi fácil, nada fácil mesmo. Enquanto jogador de um clube é fácil conciliar os estudos com o râguebi, porque o volume de treinos é mais reduzido, mas como faço parte da Selecção Nacional, a qual capitaneio desde 2008, o volume de treinos é enorme, e os jogos são fora do país. É muito difícil conciliar viagens, treinos, jogos, com os estudos, aulas práticas, trabalho, etc… mas, como eu costumo dizer, tenho sorte em poder fazer aquilo que gosto, como tal, não me custa sacrificar-me.
- News@fmul: Um desporto em si exigente do ponto de vista físico foi uma vantagem ou um inconveniente para os seus estudos?
- JC: Acho que às vezes é um inconveniente, porque estou muito cansado e a última coisa que apetece é estudar mas, enfim… Considero também, por outro lado, que me prepara melhor para enfrentar as exigências de um curso como o de Medicina, porque é preciso sermos muito exigentes e disciplinados, e nesse facto o râguebi ajudou-me imenso.
- News@fmul: Continua ligado ao râguebi, sendo inclusive capitão da selecção nacional. Como concilia com a vida profissional?
- JC: Difícil….mas também tive a sorte de os profissionais com quem trabalho compreenderem a minha situação e apoiarem-me imenso. Sem a sua compreensão era muito difícil conciliar, pelo que, aproveito desde já, para agradecer a todos aqueles que, estes anos todos, me têm ajudado a conciliar as duas coisas.
- News@fmul: Quando joga despe a bata ou, no terreno, continua com os reflexos de médico? Já alguma vez teve de intervir desse ponto de vista?
- JC: Quando se é médico, nunca se perdem esses reflexos, temos sempre aquele sentido de responsabilidade, de ajudar o próximo, de qualquer maneira já tive de socorrer os meus colegas variadíssimas vezes, desde suturas, pensos, medicação, acompanhar aos hospitais, etc… Isto deve-se ao facto de não termos um médico que acompanhe os treinos, então aproveitamos e dou uma ajuda sempre que posso ou é necessário.
- News@fmul: O campeonato do mundo de 2007 foi um ponto de viragem para o râguebi nacional, também o foi para si? Alterou a sua vida desportiva?
- JC: Claro, deu-me uma perspectiva diferente do râguebi no geral e, em particular, na forma como os portugueses agora encaram o este desporto, o reconhecimento que as pessoas tiveram por nós foi fantástico e não pudemos ficar indiferentes. Alterou a minha vida desportiva no sentido de que aumentou a nossa responsabilidade para com a modalidade e para com os portugueses, o que nos levou a ter que treinar mais e melhor, o que acaba por condicionar todas as nossas outras actividades.
- News@fmul: O que pensa do desporto universitário em Portugal? Qual é a situação nesse aspecto?
- JC: Eu penso que está bem encaminhado e que tem o seu lugar no panorama desportivo, acho que às vezes peca por falta de apoios e de recursos humanos. Há muitos estudantes que ainda não aderiram ao desporto em si, e o desporto universitário é a melhor maneira de começar. Há muitas pessoas competentes que têm lutado para a sua divulgação e penso que nas Universidades esse facto é reconhecido.
Carlos André
Equipa Editorial news@fmul
carlos.andre@campus.ul.pt
Depois disso, João Correia voltou ao seu clube de origem, o GD Direito, Lisboa.
- News@fmul: Nome Completo, Estado civil.
- João Correia (JC): João Carlos Gonçalves de Oliveira Correia. Casado
- News@fmul: Quando terminou o curso? Onde está actualmente a exercer, qual a sua especialidade?
- JC: Terminei o curso em Junho de 2009 e, neste momento, estou a cumprir o estágio de Medicina Geral e Familiar na Unidade de Saúde Familiar (USF) da Cova da Piedade, em Almada, integrado no Internato do Ano Comum.
- News@fmul: Quando e como ingressou na FMUL?
- JC: Estudei na FMUL desde 2003. Ingressei através do regime de Alta Competição. A Medicina era um sonho que perseguia desde criança mas, por insuficiência de nota, não consegui entrar no curso, pelo que aproveitei o estatuto de alta competição para tentar entrar novamente e consegui.
- News@fmul: Desde quando pratica desporto, como apareceu o râguebi na sua vida?
- JC: Pratico desporto desde que me lembro, o desporto sempre fez parte da minha vida. O râguebi, em particular, apareceu aos 8 anos de idade, mas como os treinos eram em Lisboa e eu moro na margem sul tive de abdicar da sua prática em criança. Mais tarde, aos 18 anos, formou-se um clube de râguebi na Costa de Caparica e, então, decidi inscrever-me e desde essa altura pratico râguebi num regime de alta competição.
- News@fmul: Enquanto aluno da FMUL, num curso tão exigente, como conseguiu conciliar desporto e estudos?
- JC: Não foi fácil, nada fácil mesmo. Enquanto jogador de um clube é fácil conciliar os estudos com o râguebi, porque o volume de treinos é mais reduzido, mas como faço parte da Selecção Nacional, a qual capitaneio desde 2008, o volume de treinos é enorme, e os jogos são fora do país. É muito difícil conciliar viagens, treinos, jogos, com os estudos, aulas práticas, trabalho, etc… mas, como eu costumo dizer, tenho sorte em poder fazer aquilo que gosto, como tal, não me custa sacrificar-me.
- News@fmul: Um desporto em si exigente do ponto de vista físico foi uma vantagem ou um inconveniente para os seus estudos?
- JC: Acho que às vezes é um inconveniente, porque estou muito cansado e a última coisa que apetece é estudar mas, enfim… Considero também, por outro lado, que me prepara melhor para enfrentar as exigências de um curso como o de Medicina, porque é preciso sermos muito exigentes e disciplinados, e nesse facto o râguebi ajudou-me imenso.
- News@fmul: Continua ligado ao râguebi, sendo inclusive capitão da selecção nacional. Como concilia com a vida profissional?
- JC: Difícil….mas também tive a sorte de os profissionais com quem trabalho compreenderem a minha situação e apoiarem-me imenso. Sem a sua compreensão era muito difícil conciliar, pelo que, aproveito desde já, para agradecer a todos aqueles que, estes anos todos, me têm ajudado a conciliar as duas coisas.
- News@fmul: Quando joga despe a bata ou, no terreno, continua com os reflexos de médico? Já alguma vez teve de intervir desse ponto de vista?
- JC: Quando se é médico, nunca se perdem esses reflexos, temos sempre aquele sentido de responsabilidade, de ajudar o próximo, de qualquer maneira já tive de socorrer os meus colegas variadíssimas vezes, desde suturas, pensos, medicação, acompanhar aos hospitais, etc… Isto deve-se ao facto de não termos um médico que acompanhe os treinos, então aproveitamos e dou uma ajuda sempre que posso ou é necessário.
- News@fmul: O campeonato do mundo de 2007 foi um ponto de viragem para o râguebi nacional, também o foi para si? Alterou a sua vida desportiva?
- JC: Claro, deu-me uma perspectiva diferente do râguebi no geral e, em particular, na forma como os portugueses agora encaram o este desporto, o reconhecimento que as pessoas tiveram por nós foi fantástico e não pudemos ficar indiferentes. Alterou a minha vida desportiva no sentido de que aumentou a nossa responsabilidade para com a modalidade e para com os portugueses, o que nos levou a ter que treinar mais e melhor, o que acaba por condicionar todas as nossas outras actividades.
- News@fmul: O que pensa do desporto universitário em Portugal? Qual é a situação nesse aspecto?
- JC: Eu penso que está bem encaminhado e que tem o seu lugar no panorama desportivo, acho que às vezes peca por falta de apoios e de recursos humanos. Há muitos estudantes que ainda não aderiram ao desporto em si, e o desporto universitário é a melhor maneira de começar. Há muitas pessoas competentes que têm lutado para a sua divulgação e penso que nas Universidades esse facto é reconhecido.
Carlos André
Equipa Editorial news@fmul
carlos.andre@campus.ul.pt