Falamos, claro, da obra maior de Tito Lucrécio, Da Natureza das Coisas (De Rerum Natura), poema filosófico-didáctico de vasta ambição e também a mais extensa exposição da filosofia epicurista. É um dos textos de filosofia natural que mais duradoura influência exerceu sobre os vindouros e está sem dúvida entre os mais traduzidos e comentados.
Do seu autor, que viveu no Século de Augusto, o século de ouro da literatura latina, pouco se sabe.
Causa espanto a alguns comentadores que a obra tenha sobrevivido durante toda a Idade Média, uma vez que o epicurismo - que muitos consideravam uma condenável exaltação dos prazeres corpóreos e da licenciosidade – constituía um tema pouco caro à Igreja Católica.
Na verdade, a génese grega do epicurismo, na sua componente ética, reclama a serenidade de ânimo e autossuficiência do homem.
Para o historiador das ciências Michel Serres, o De Rerum Natura é fundamentalmente uma obra de física e não de metafísica ou de filosofia moral.
A presente edição, bilingue, apresenta a tradução francesa face ao original latino. Estas edições tem a vantagem de permitir o cotejo da tradução com o original e são excelentes para o estudo dos clássicos.
LUCRÉCIO, 98?-55 a.C.
De la nature des choses / Lucrèce ; traduit en vers par M. Le Blanc de Guillet. - Paris : Moutard [et al.], 1788. - 2 vol. ; 22 cm. - Texto bilingue, latim e francês. –
Do legado do Professor Sousa Martins
Cota da Biblioteca-CDI da FMUL: RES. 3443 A, B
André Rodrigues
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