Foi neste mês de dezembro que decorreu o Fórum Saúde.com, intitulado com o tema “Medicina Baseada na Evidência e Literacia em Saúde”, no âmbito do Mestrado Integrado em Medicina e que teve como objetivo discutir a forma como se comunica a Saúde. Esta sessão teve a moderação de Isabel de Santiago, Professora da Optativa de Comunicação e do Professor João Costa, Regente da cadeira de MBNE.
Fausto Pinto, Diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL), presidiu à abertura da sessão, no Grande Auditório João Lobo Antunes, no Edifício Egas Moniz, afirmando que devemos ter uma comunicação eficaz, referindo “a falta de comunicação sobre a pandemia e as vacinas contra a Covid-19, como ela sim uma grande pandemia”. Informação relevante e não menos preocupante, o Diretor da Faculdade referiu que nos EUA a segunda causa de morte atualmente é por Covid, país onde impera forte negacionismo em relação às vacinas.
Rui Tato Marinho, Professor da FMUL e Diretor do Serviço de Gastrenterologia do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN), fez uma curta apresentação de um doente, Pedro Castro, que superou o vírus da hepatite C. Mencionando ainda, os “excelentes resultados atingidos no tratamento de pessoas com estas comorbilidades”.
António Vaz Carneiro, Professor Jubilado na FMUL, foi apresentado pelo moderador João Costa, como “o pai da Medicina Baseada na Evidência”. O Professor e antigo Diretor do Instituto de Medicina Preventiva da FMUL referiu que, “só podemos tomar boas decisões médicas, se forem baseadas e fundamentadas em estudos científicos”. Com menção a grandes nomes do mundo, pela sua inovação e genialidade, deu exemplos de pessoas que, estando com doenças oncológicas, optaram por negar os tratamentos convencionais, para seguir os tratamentos holísticos, tendo um fim dramático. Lançou, por fim, o desafio aos futuros médicos, presentes no auditório, para que refletissem sobre esta ideia: “Porque é que eu faço isto e não outra coisa qualquer?”.
Também presente no Fórum esteve Nicolau Santos, Presidente do Conselho de Administração da RTP. Chamou a tenção para a importância de estarmos cada vez mais atentos às fake news e que, “o doutor google não deve substituir o lugar dos médicos”.
“O veneno das sociedades contemporâneas são as notícias falsas que levam os outros a decisões erradas”, disse, assegurando que, “as notícias falsas cresceram 9 vezes mais pelo mundo”.
O Presidente da RTP mostrou-se preocupado perante a sociedade que acredita nas mentiras face à política e à saúde e, por isso, reforçou a necessidade de se valorizar o verdadeiro jornalismo de serviço público, como forma de informar e ir contra as fake news.
Por fim, Jorge Braz, Selecionador Nacional de Futsal e o responsável por levar Portugal à consagração do campeonato mundial, confessou que em jovem queria ter ido para a FMUL estudar, para ser médico, mas a paixão pelo futebol falou mais alto e foi tirar o curso na faculdade de desporto. O seu gosto pela Medicina, no entanto, não desapareceu, porque enquanto jogava futebol, na posição de guarda-redes, ainda foi ajudando os colegas que se lesionavam.
“Dominem as vossas matérias treinem e preparem o que querem fazer. Levem ao detalhe, com evidência e certezas, tudo o que treinaram”, referiu, acrescentando que, “representar a Seleção Nacional não é só jogar, vem do sorriso da alma”.
Deixou ainda umas perguntas para todos os presentes: “Que sacrifícios estão dispostos a fazer? E com que adversidades e auto dedicação? O que faço vem da alma ou não sinto nada?”.
Foram alguns os jogadores da equipa campeã mundial de futsal que acompanharam o Selecionador nesta sessão, Afonso, Pany, Erick e Zicky. O jogador Bebé assistiu e participou na sessão remotamente.
Nomeados, de ora em diante, embaixadores Saúde.com, os jogadores e Selecionador foram o culminar de um encontro que inundou o Grande Auditório João Lobo Antunes de referências inspiracionais, do começo ao fim.
Porque comunicar Saúde não é só informar, este foi o ponto de encontro para tantos relatos de motivação, inspirando que os estudantes, médicos do futuro, possam continuar o legado do que lhes foi ensinado.
