Dois anos depois o AIMS Meeting regressa ao presencial
Antes de entrar em Medicina, a Raquel leu o livro “Do no Harm” do neurocirurgião britânico Henry Marsh. Aceitar as feridas que carregamos é porventura a grande mensagem que ainda hoje o experiente homem, sereno e sábio, carrega e faz o outro sentir. Talvez Henry Marsh tenha inspirado Raquel Barata a escolher Medicina para, quem sabe, um dia lhe seguir as pisadas. O que nem Henry nem a Raquel sabiam é que graças a esse livro lido precocemente, ambos se iriam juntar futuramente num congresso chamado AIMS Meeting 2022, do qual Raquel não só faz parte, como foi uma das responsáveis por trazer o médico a Portugal, ao maior congresso de Biomedicina da Europa, organizado exclusivamente por estudantes.
Esta é uma das histórias que podemos contar do AIMS Meeting nesta 13ª Edição.
Depois de dois anos atípicos em que o congresso deixou de receber grandes nomes da Ciência na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa, Joana de Pona Ferreira mal acredita que finalmente algo começa a voltar ao que sempre foi - um evento internacional repleto de nomes insubstituíveis da Ciência. A coordenadora geral da edição de 2022 integrou já no passado a equipa, na altura com funções ligadas ao departamento científico. Este ano o desafio será ainda maior, não só pelo lugar a que se propôs, mas porque pelo caminho sabe que não poderá defraudar aqueles que são agora os seus dois públicos, o que vai presencialmente ouvir falar sobre Biomedicina e aquele que se ligará remotamente, via digital. Essa é a parte da história que até aqui ninguém tinha ainda contando.
Organizado pelos estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, este grupo que integra uma equipa de 25 elementos no total, acrescentando os mais de 40 que compõem a Task Force no dia dos eventos, o AIMS Meeting passou a ser roteiro internacional para os estudantes, levando a imprensa nacional a dar sempre nota do último Prémio Nobel que vem visitar Portugal, graças ao tão falado congresso. Sobre ele há muitas linhas paralelas a seguir, sempre envoltas num espírito de alguma emoção, qual criança que vê o seu grande sonho realizado.
Mas não só de sonhos levados a palco se faz o AIMS Meeting. Este congresso, que abre portas ao mundo, já criou amizades inesperadas como a de uma estudante da índia que veio até Portugal ao abrigo do projeto Homestay, que promove que alunos portugueses cedam espaço nas suas casas para alojar estudantes internacionais. Desta solidária iniciativa, resultou uma forte amizade que traz novamente esta aluna da Índia a matar as saudades da amiga portuguesa.
Encontrei as Joanas, o Diogo, a Catarina, o João, o Felipe e a Raquel na sala de reuniões da Associação de Estudantes. Atrasada 5 minutos, suspirei de alívio à entrada da AEFML, não havia ninguém. Enganara-me, esperavam já todos sentados por mim a uma hora em que abdicaram de almoçar para conseguirem falar-me do AIMS.
Equipa por excelência exigente e de alta fasquia de intenções, ao longo dos anos foram sempre mantendo a coerência da ambição em proporção à qualidade. É a materialização dos próprios sonhos que lhes é intrínseca, pensava enquanto os ouvia. Se dúvidas me restassem sobre a matéria de que são feitos, a Joana Ferreira logo o evidenciou. “Primeiro decidimos que vai ser maior e melhor do que a edição anterior e depois avaliamos como o vamos fazer”.
É dezembro e juntamos pela primeira vez presencialmente os coordenadores da equipa do AIMS Meeting. Depois do sucesso dos workshops de novembro e se fizermos um ponto de situação à agenda, sabemos que esta equipa já cumpriu mais de metade do tempo para a concretização total de mais uma edição. Passada a primeira fase, a das AIMS Masterclasses, que superaram aquela que era a expetativa da equipa, segue-se agora a prova de fogo - o culminar do evento em março. Tudo parece estar a dar certo para mais um grupo de jovens empreendedores.
O Felipe, que coordena o Departamento de Imagem e Divulgação, explica-me que neste momento já está desenhada a plataforma e o streaming a acionar, isso permitirá que se houver alguma crise pandémica, nada ficará perdido. Contudo, tecnicamente não se repetirá a fórmula do ano anterior. Na Aula Magna contarão com 1000 participantes, estando os restantes a assistir através da plataforma, o que dará expectavelmente uma audiência maior do que qualquer edição anterior, já que esta é a primeira vez que é híbrida.
Se no ano passado assistiram online 1346 participantes, tudo aponta para um acréscimo nesta edição. A cada ano colocam uma meta mais elevada, quer em público, quer em workshops.
Deste grupo que apresento, todos estão no 5º ano, à exceção do João Gaio e da Joana Florência, que estão no 4º do Mestrado Integrado em Medicina.
Joana, em que ponto se encontra o AIMS agora?
Joana Ferreira: Este ano a nossa realidade mudou. Depois de refletirmos, percebemos que os 1º, 2º e 3º anos nunca experienciaram um AIMS presencial. O último registo que este grupo tem, e que é muito diferente do habitual, é de um evento todo virtual e que correu muito bem, mas não espelha as características habituais deste congresso. O impacto de algo virtual, comparado com o presencial, é diferente. Para o bom e para o mau - mesmo o custo do evento deste ano preocupa-nos que possa espantar um pouco estes estudantes, habituados a um valor mais reduzido como o de uma edição meramente virtual. Contudo, o evento deste ano, num formato híbrido, apresenta custos muito elevados. Estamos a organizar dois eventos num só. Quem faz parte dos últimos anos do curso, os estudantes do 5º e 6º ano, não questiona o acréscimo de valores porque sabe que foi sempre assim.
Sobre os workshops, e com base na experiência do ano passado, optámos nas AIMS Masterclasses por manter parte a decorrer no mesmo regime de distância, embora tenhamos conseguido aumentar muito a oferta prática e presencial. Este equilíbrio permite-nos mais oferta de conteúdos, pois não temos de nos limitar aos espaços existentes. Ainda assim, percebemos que há casos em que a adesão é mais limitada com workshops que ocorrem à distância, porque a interação que podem criar é menor. Agora em março vamos apostar mais no presencial, esperando que a situação pandémica o permita. Este ano está a ser marcado por uma grande incerteza. Há um ano foi relativamente fácil tomar a decisão de fazer um evento virtual. A incerteza torna mais difícil a gestão do evento. Como já fazia parte da equipa do ano passado, recordo-me que na Aula Magna só estava a nossa equipa de trabalho, alguns oradores e moderadores e a equipa técnica. Ver a Aula Magna vazia dava-nos uma sensação muito estranha, mas não havia outra opção, devido à pandemia. Este ano queremos manter na mesma a transmissão online, de forma a podermos assegurar a presença de estudantes que não viriam de outro modo. O crescimento do AIMS também é potenciado desta forma, por permitirmos a estudantes de outros países que assistam sem ter de vir a Portugal. Em termos financeiros e porque o evento é maioritariamente dirigido a estudantes, temos noção que nem todos têm capacidade de se deslocar ao nosso país e assegurar voos e estadias para um fim-de-semana.
É curioso porque a cada ano que surge uma equipa do AIMS há sempre a tentativa de superar ainda mais a fasquia do ano anterior.
Joana Ferreira: É verdade. Por vezes somos até demasiado ambiciosos, no sentido em que dizemos que queremos algo de determinada forma sem medirmos no imediato se é algo fazível ou não. Este ano cabe-nos a responsabilidade e alguma pressão de introduzir a estes 3 primeiros anos o espírito do AIMS como sempre foi e esperamos que fiquem surpresos com a escala a que chegamos.
Há aqui um duplo desafio e que é um duplo trabalho, fazer um evento com a mesma qualidade presencial e online e isso é novidade para todos.
Joana Ferreira: Tivemos de aprender sobre a plataforma e o funcionamento do streaming. O Felipe que o diga. Este ano o desafio ainda exige mais, porque há que conciliar o som dentro da sala, com aquele que vai para o digital. Temos de garantir a mesma qualidade para quem estará presente e para quem está à distância. Esta responsabilidade acrescida, claro que nos traz alguma ansiedade, mas também nos permite obter mais conhecimentos que em qualquer outra edição.
Felipe como foi o ano passado numa realidade nova por ser tudo técnico e agora esta transposição para os dois caminhos em simultâneo?
Felipe (Imagem): O ano passado comecei mais como observador, porque tinha duas coordenadoras, eu executava apenas quando elas me davam indicação para o fazer, através da produção de materiais. Acontece que na altura das Masterclasses, as duas coordenadoras ficaram em isolamento e não puderam estar presentes no dia, isso obrigou a que eu e a minha colega, Inês Chaves, assumíssemos os papéis de coordenadores por um dia. Foi uma ótima experiência, mas estressante porque estávamos sempre à espera de indicações, que fomos recebendo, mas à distância, o que não é igual.
Este ano já estou mais habituado a produzir para o virtual. O meu desafio será passar alguns componentes para o presencial. Este ano teremos de ter mais cuidado com a produção de materiais e não só com o lado audiovisual.
O João coordena as Relações Públicas e uma das suas principais responsabilidades é criar sinergias com eventos parceiros, nacionais e internacionais, que são essencialmente de estudantes. Na dinâmica destes contactos divulga-se a uma ampla escala o AIMS Meeting e criam-se laços institucionais duradouros.
João (Relações Públicas): Já estabelecemos contactos com parceiros muito importantes para nós. Um ponto muito importante, que não aconteceu nos anos anteriores, foi que tivemos um pedido de um parceiro nosso holandês que nos pediu conselhos sobre como proceder no seu evento presencial. Este pedido de entreajuda veio de uma entidade que respeitamos bastante e que também se revê muito em nós. Reunimos com vários departamentos deles e pudemos dividir expectativas e também as nossas frustrações. Isso ajuda-nos a apoiar, mas também a receber apoio. Este ano será muito importante estabelecer alguns programas que não conseguimos fazer o ano passado, essencialmente o programa Homestay. Este consiste em oferecer alojamento a estudantes nacionais de outros pontos do país, ou internacionais. Como o ano passado não se pôde aplicar, por ser tudo digital, este ano não sabíamos bem como ia ser a adesão. Mas tivemos diversas inscrições de estudantes a disponibilizar as suas casas para alojar pessoas. Neste momento já temos várias ofertas. Posteriormente vamos contactar os estudantes internacionais para que eles possam vir. Esta ação vai acabar por criar uma dinâmica maior entre estudantes de Medicina e de Biomedicina, numa relação entre países.
João, estas parcerias entre organizações são verdadeiramente de entreajuda, ou há rivalidades geográficas ou institucionais?
João (RP): Não, não há. Temos várias reuniões com outros núcleos de estudantes e há muita entreajuda entre Institutos, quer da Universidade, quer de outras universidades. Muitas vezes na parte do científico, eles publicitam os nossos eventos, tendo muita adesão pelo interesse de alunos externos à nossa faculdade, e internos claro, em participar numa competição de renome científico como é a nossa Research Competition. Temos grandes relações com Coimbra, Porto, Covilhã e existe grande entreajuda e partilha de alegrias e frustrações, que no final de contas nos ajuda a elevar a nossa própria fasquia, bem como a fasquia geral de congressos científicos organizados por estudantes em Portugal.
Catarina como é que foi a tua visão enquanto aluna do 5º ano e que de facto já conhecia as duas realidades. A da sala cheia de público e a versão da sala totalmente vazia? Qual é que te trazia de repente mais segurança, agora à frente de um departamento?
Catarina (Logística): Fico muito feliz que tenhamos regressado ao presencial, porque foi o formato que eu conheci enquanto participante e, no ano em que entrei na CO AIMS, não nos foi possível realizar nada presencialmente. O departamento de logística trata de todos os aspetos que os participantes gostam, mas que não são o core do congresso. Somos responsáveis pela organização do Gala Dinner, dos coffee breaks, dos kits, do AIMS Living, que são todos aqueles elementos que as pessoas adoram, mas que estão dependentes do presencial. Perante esta realidade, o online do ano passado limitou muito o nosso trabalho. Quem participa no AIMS enquanto espectador não tem ideia do que se passa nos bastidores, motivo pelo qual me inscrevi, na task force, antes de integrar a comissão organizadora. Queria sentir um pouco o espírito do evento, por dentro. Mas, de facto, o ano passado permitiu-nos fazer pouco em termos logísticos, fizemos apenas os kits, a vertente online do AIMS Living, os contactos de Fundraising. Mas até esses investimentos foram mais fáceis, porque havia menos onde gastar. Este ano foi um desafio porque tive de aprender a coordenar subdepartamentos nos quais nunca trabalhei.
Joana, o que é preciso comunicar às marcas para as convencer que o AIMS é a aposta certa para se fazer um investimento?
Joana Florência (Logística): Temos o grande trunfo que são os nossos números e que dizem que somos o maior congresso da Europa. O facto de grande parte das marcas já se ter associado a nós no passado e terem tido uma boa experiência também é uma mais-valia para quererem dar continuidade às parcerias estabelecidas. Mas claro que gostamos de ir crescendo em todas as vertentes, mesmo nos contactos, promovendo sempre o apoio à formação em ciência e com aqueles que serão os profissionais de saúde responsáveis pelo futuro.
Há dois anos uma das grandes mensagens do AIMS era a da sustentabilidade. Depois percebeu-se que não era linear, mesmo num simples gesto de reciclar copos de papel, a verdade é que eles também são revestidos a plástico para aguentar os líquidos.
Joana Florência: Temos sem dúvida essa preocupação, mas também nos fomos apercebendo que crescer enquanto evento se torna mais difícil quando nos comprometemos com esta vertente ecológica, porque há um desequilíbrio da balança entre o que é excessivo e o que agrada mais ao nosso público, com a noção daquilo que mais polui e da nossa responsabilidade social. Neste equilíbrio, a nossa aposta para esta vertente de responsabilidade social passa muito pela consciencialização e awareness, acompanhando-se sempre de um esforço para a diminuição do desperdício inerente a um congresso. Nas Masterclasses, por exemplo, que decorreram em novembro, tivemos novamente a preocupação de combater o desperdício após o coffee break. Ou seja, não conseguindo nunca precisar quantidades que podem ser precisas para o número de participantes que temos, há sempre excedente. Tudo o que nos sobrou foi oferecido à Refood de Alvalade que veio recolher não só alimentos, como elementos dos kits de participantes. Demos tudo, não ficámos com nada. Há uma perspetiva que mudou na minha cabeça relativamente à noção das quantidades do coffee break. Se por um lado é bom ver a variedade e a oferta, por outro é complicado perceber o que pode sobrar. O que é visualmente apelativo aos olhos, em termos de sobras, incomoda. Então conseguir escoar tudo, é um descanso.
Últimos a conversar, mas não menos importante, chegamos à equipa de coordenação do científico.
Diogo, será que quando alguém se candidata ao AIMS aquilo que na verdade quer é só fazer a escolha dos oradores e por isso integrar o científico?
Diogo (Científico): Também achava isso, até integrar o projeto. Nós fizemos a seleção dos candidatos à Comissão Organizadora e, estranhamente, não foi isso que se verificou, o que é bastante curioso. Recebemos candidaturas de pessoas com diferentes valências e backgrounds, mas que não queriam propriamente o científico, traziam competências muito apuradas para outros departamentos e escolhiam em conformidade.
O que é que te fascinou para abraçares esta pasta?
Diogo: A Ciência. É algo que me interessa bastante. O trabalho deste departamento vai muito ao encontro do meu gosto pela ciência. Depois, pelo contacto com grandes oradores de renome internacional, pela organização dos workshops e das competições científicas. Tudo isto se torna de repente muito motivador.
É um privilégio, ou por vezes uma desilusão quando há o contacto com estas pessoas?
Diogo: Ambos. É sem dúvida um privilégio quando há um “sim”, e uma desilusão com o “não”. Passa muito pela gestão das expetativas. É por isso muito importante nunca tirar os pés da terra e perceber que estamos a falar com pessoas bastante influentes na sua área e nós apenas somos “estudantes numa Faculdade em Portugal” e estamos a tentar trazer os melhores dos melhores. Estamos a desafiar estas pessoas a virem para o AIMS sem nenhuma contrapartida.
Quando estes convidados vêm, vocês tentam que haja o menor custo possível?
Raquel (Científico): Sim, tentamos que assim seja. Mas há casos em que os próprios se oferecem para pagar o seu próprio voo e custos de deslocação.
Diogo: O que se pretende no orador AIMS é que este tenha também o objetivo de vir porque acredita que tem algo importante a transmitir aos estudantes. O que nos orgulha é quando alguém, que vem comunicar grandes feitos sobre a Ciência, não cobra nada, ou quase nada, para vir dizer o que sabe.
Pedem cachet, é isso?
Diogo: Alguns sim.
Tento colocar-me no vosso papel e imaginar quando admiro alguém que escreve, ou que fez um qualquer feito louvável, e quando depois há o contacto com a pessoa real. O que vos conta a vossa experiência, que é mais uma desilusão, ou a confirmação que aquela pessoa existe como a criaram?
Diogo: Todo este processo é uma aposta. Fazemos sempre uma análise de todos os oradores que convidamos, vemos vídeos, notícias, lemos artigos e analisamos. E temos consciência que nunca conseguimos ter certezas do que vamos convidar. Já aconteceu convidar-se alguém com um objetivo e essa pessoa ir ao congresso falar de algo completamente diferente e inesperado. Então o que devemos ter presente é que, até ao momento que o orador sobe ao palco (e mesmo depois), pode haver sempre uma surpresa.
Como é feita esta escolha dos temas e as pessoas que encabeçam cada área temática?
Raquel: Inicialmente fazemos uma lista daquelas que são as nossas prioridades para as Keynote Lectures, que tentamos que tenham o maior renome possível, mas sempre associados a uma vertente inspiracional. Pretendemos que o público que ouve, se sinta tocado e inspirado, que sinta afinidade através do relato dado. Quanto aos módulos temáticos, há um tema diferente por cada dia e aí o departamento científico organiza uma pequena discussão e traz ideias para serem debatidas entre todos os departamentos, sendo que nem sempre o consenso final é fácil. Depois dessa escolha, é feito um grande trabalho de investigação e pesquisa de cada nome.
E é a vossa equipa que faz esse trabalho de pesquisa?
Raquel: Sim. Cabe-nos convencer os oradores a acreditar nas melhores razões para virem cá falar e que geralmente se prendem com a influência que vão exercer naquela que será a futura geração de profissionais de saúde e investigadores.
Será essa a grande mensagem do AIMS? A de uma nova perspetiva e de inspiração?
Joana Ferreira: Para mim o grande impacto foi ter-me feito sentir que, através da Ciência, posso fazer a diferença. Assisti muito emocionada à 10ª Edição do AIMS, com a sensação de que também eu poderia vir a mudar alguma coisa no mundo. Na altura, não queria acreditar que ali estava e que o AIMS era um evento organizado por estudantes da mesma faculdade que eu. Hoje, no meu 3º ano na organização deste evento, sinto-me um agente de mudança, mesmo que a uma escala pequena. Era isso que gostava que as pessoas sentissem ao ver o próximo AIMS.
Joana Florência: Não será tanto mudar a perspetiva, mas contribuir para um caminho comum de um futuro que é nosso. O AIMS é o mundo das oportunidades.
Catarina qual é para ti a grande mensagem do AIMS?
Catarina: O AIMS Meeting é uma junção de todas as valências que nós, enquanto estudantes de medicina, temos e não só! Este congresso é muito mais do que isso. É o nosso contributo enquanto pessoas, não só que estudam Medicina, mas que daqui a 10 anos podem precisar de assumir papéis muito diferentes. Queremos inspirar outros. A mensagem do AIMS é sonhar sem deixar que nada nos abale.
Diogo: O AIMS é sobretudo das experiências mais imersivas e, como tal, das mais inspiradoras. Toca nas pessoas. É o contacto próximo entre a Ciência e os participantes.
João: Além da parte da aprendizagem e do contacto, quero que no fim deste fim-de-semana em março, as pessoas estejam motivadas e saibam que podem um dia ser um dos oradores do palco, ou um dos formadores do futuro. Que sintam que a Ciência esta próxima delas. Queremos que, estando um participante nos EUA ou na Indonésia, sintam que todos estão com a possibilidade de um mesmo palco. Essa união é muito importante.
Felipe: O AIMS é a mistura perfeita da componente inspiracional, com a científica. Quando os ouvimos a partilhar os passos que deram até chegar ao Prémio Nobel, ou até uma determinada descoberta, isso é tornar o sonho em algo materializável.
Raquel: A grande mensagem aqui é que podemos ser um bocadinho de tudo. Muitas vezes pode haver uma certa desmotivação durante os anos da Faculdade, por entendermos que ano após ano há sempre uma certa repetição. Durante os dias do AIMS Meeting, aqueles oradores mostram-nos que já foram como nós. Sentimos que também nós somos capazes. Às vezes os participantes chegam ao ponto de se quererem candidatar à comissão organizadora para tentarem trazer alguém que admira. E é possível, porque foi uma das minhas motivações e o neurocirurgião Henry Marsh foi o primeiro a aceitar um convite para esta edição.
Deixem aqui o vosso grande cartão de visita deste congresso.
Catarina: Estamos de volta!
Joana Ferreira: E vocês nem sabem o que vos espera! Juntem-se a nós, nos dias 10 a 13 de março de 2022, para nos ajudar a fazer do AIMS Meeting um evento cada vez maior e melhor!
Saiba mais sobre este Congresso, no site oficial!
https://www.aimsmeeting.org/
Joana Sousa