É médico de formação. Mas foi no doutoramento, que fez no Reino Unido, do programa doutoral da Gulbenkian, que decidiu enveredar pela investigação.
O seu foco de estudo são as Doenças Autoimunes. Se quisermos entender o que são estas doenças, podemos simplificar dizendo que Luís Graça estuda o funcionamento das células e a forma como se desregulam e se destroem a si próprias. Por espreitar sempre de perto o mau funcionamento do sistema imunológico, é um elemento fundamental da Comissão técnica de vacinação contra a covid-19, pois dá especial atenção aos casos dos doentes imunodeprimidos.
É Professor Catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e Regente da cadeira de Imunologia. Reservado por natureza, os seus alunos estranham-lhe a inicial timidez, mas mal sabem que Luís Graça é das pessoas com mais sentido de humor e com graça acutilante. Espaço privado que reserva apenas para alguns, é considerado um amigo sólido, um conciliador, o par disponível para debater ideias e aberto a receber os outros.
Na pele tem gravada a sua história celular, mas também a de Marta. A sua mulher, artista plástica, com quem estabeleceu um trabalho entre arte e ciência, fazendo transplante de células da pele do braço de um para o outro. Se no casamento há a premissa de uma ligação para a vida, até que a morte os separe, a pele de Luís Graça consagra esse princípio moral em científico.
Sobre a vacinação, o que tem sido tomar decisões sobre um vírus cujo rosto mal se conhecia, sobre o papel do Professor, sobre o que investiga e as reuniões da Comissão para a tomada de decisão da vacinação. Do homem discreto e bem-humorado.
É com Luís Graça que falamos, sem qualquer receita prévia.
Apoio Técnico: Bruno Santos (Unidade de Audiovisuais) e Catarina Monteiro (Gabinete de Comunicação)
Entrevista/Conteúdos: Joana Sousa e Leonel Gomes (Gabinete de Comunicação)
Uma ideia original de Catarina Monteiro.
