Espaço Aberto
Ministra da Saúde definiu prioridades para 2010
Ana Jorge preocupada com a saída de profissionais
Numa entrevista dada à agência noticiosa Lusa, a 27 Dezembro 2009, a Ministra da Saúde, Ana Jorge, mostrou-se preocupada com a saída dos profissionais de saúde do sistema público para o privado. Numa abordagem aos assuntos mais prementes para o sector, afirmou também a sua vontade de trabalhar para aumentar o ânimo e a motivação dos funcionários do Serviço Nacional de Saúde.
“Preocupa-me um pouco a saída, principalmente, porque há uma fatia de profissionais de grande experiência que estão a sair, profissionais que se formaram dentro do sistema público, que são os responsáveis pelos bons desempenhos e que são também os formadores dos mais jovens”, considerou a ministra.
Se, por um lado, afirmou que as respostas do Serviço Nacional de Saúde, quer em número, quer em qualidade, têm vindo a aumentar, por outro lado, a Ministra reconheceu que “há um sentimento nos profissionais de um menor ânimo e de falta de motivação”. De acordo com Ana Jorge, esta é uma das consequências das várias mudanças que ocorreram, nos últimos anos, com a reforma da Administração Pública e a reforma das carreiras médicas.
“Tudo isto é uma grande mudança que tem a ver com os recursos humanos da saúde e temos que investir aí para os captar e para a sua manutenção dentro do sistema da saúde”, concluiu.
A organização interna dos hospitais é uma das prioridades para 2010
Ana Jorge admitiu, ainda, nessa entrevista à Lusa, estar "muito preocupada" com a organização interna dos hospitais, e revelou que este será um dos temas mais importantes em 2010, a par da consolidação das reformas, lançadas pelo anterior Executivo.
"Um aspecto que nos está a preocupar muito e que é preciso pensar é a própria organização interna dos hospitais e de funcionamento dos serviços de prestação de cuidados”, afirmou a governante, quando questionada sobre as perspectivas para estas unidades de saúde neste ano.
Segundo disse, o objectivo é ter uma organização interna que possa envolver “mais as equipas multi-profissionais e que, à semelhança do que fizemos com os cuidados de saúde primários, possam eles próprios ter um modelo de organização que dê maior resposta em prestação de cuidados, mas também maior satisfação aos profissionais e maior autonomia”.
Ana Jorge cria grupo de trabalho para estudar organização dos hospitais
Por isso, já no início de 2010, deverá ser constituída uma "equipa de projecto que terá de fazer propostas e estudar o processo para identificar quais são as alternativas" em termos de reorganização dos serviços. Para a ministra da Saúde, este projecto, "obviamente", terá de "envolver os profissionais com experiência hospitalar das várias áreas".
Já nos hospitais de menor dimensão, a prioridade da actual equipa do Ministério da Saúde, é repensar a sua organização interna e definir o modelo de gestão. Ana Jorge referiu que tem de ser estudada a forma de gestão dos hospitais mais pequenos, que “isoladamente não podem ter o regime empresarial”.
Consolidar algumas das reformas iniciadas pelo anterior Governo, nomeadamente, nos cuidados de saúde primários, com criação de mais "Unidades de Saúde Familiar” (USF), é também outro propósito da governante.
Consolidação dos Cuidados Continuados
A titular da pasta da Saúde considerou, também, necessário “alargar os cuidados continuados” de forma a dar mais expressão aos “cuidados paliativos”, que têm de “ter equipas específicas, com formação especial”. O objectivo da ministra da Saúde é reforçar “o apoio domiciliário, quer nos cuidados continuados, quer na área dos cuidados paliativos”.
Ainda nos cuidados continuados, uma novidade: Ana Jorge quer iniciar o processo de cuidados continuados na saúde mental. “Faz parte da reforma da saúde mental”, afirmou a governante.
Carlos André
Equipa Editorial - Com agência Lusa
carlos.andre@campus.ul.pt
Numa entrevista dada à agência noticiosa Lusa, a 27 Dezembro 2009, a Ministra da Saúde, Ana Jorge, mostrou-se preocupada com a saída dos profissionais de saúde do sistema público para o privado. Numa abordagem aos assuntos mais prementes para o sector, afirmou também a sua vontade de trabalhar para aumentar o ânimo e a motivação dos funcionários do Serviço Nacional de Saúde.
“Preocupa-me um pouco a saída, principalmente, porque há uma fatia de profissionais de grande experiência que estão a sair, profissionais que se formaram dentro do sistema público, que são os responsáveis pelos bons desempenhos e que são também os formadores dos mais jovens”, considerou a ministra.
Se, por um lado, afirmou que as respostas do Serviço Nacional de Saúde, quer em número, quer em qualidade, têm vindo a aumentar, por outro lado, a Ministra reconheceu que “há um sentimento nos profissionais de um menor ânimo e de falta de motivação”. De acordo com Ana Jorge, esta é uma das consequências das várias mudanças que ocorreram, nos últimos anos, com a reforma da Administração Pública e a reforma das carreiras médicas.
“Tudo isto é uma grande mudança que tem a ver com os recursos humanos da saúde e temos que investir aí para os captar e para a sua manutenção dentro do sistema da saúde”, concluiu.
A organização interna dos hospitais é uma das prioridades para 2010
Ana Jorge admitiu, ainda, nessa entrevista à Lusa, estar "muito preocupada" com a organização interna dos hospitais, e revelou que este será um dos temas mais importantes em 2010, a par da consolidação das reformas, lançadas pelo anterior Executivo.
"Um aspecto que nos está a preocupar muito e que é preciso pensar é a própria organização interna dos hospitais e de funcionamento dos serviços de prestação de cuidados”, afirmou a governante, quando questionada sobre as perspectivas para estas unidades de saúde neste ano.
Segundo disse, o objectivo é ter uma organização interna que possa envolver “mais as equipas multi-profissionais e que, à semelhança do que fizemos com os cuidados de saúde primários, possam eles próprios ter um modelo de organização que dê maior resposta em prestação de cuidados, mas também maior satisfação aos profissionais e maior autonomia”.
Ana Jorge cria grupo de trabalho para estudar organização dos hospitais
Por isso, já no início de 2010, deverá ser constituída uma "equipa de projecto que terá de fazer propostas e estudar o processo para identificar quais são as alternativas" em termos de reorganização dos serviços. Para a ministra da Saúde, este projecto, "obviamente", terá de "envolver os profissionais com experiência hospitalar das várias áreas".
Já nos hospitais de menor dimensão, a prioridade da actual equipa do Ministério da Saúde, é repensar a sua organização interna e definir o modelo de gestão. Ana Jorge referiu que tem de ser estudada a forma de gestão dos hospitais mais pequenos, que “isoladamente não podem ter o regime empresarial”.
Consolidar algumas das reformas iniciadas pelo anterior Governo, nomeadamente, nos cuidados de saúde primários, com criação de mais "Unidades de Saúde Familiar” (USF), é também outro propósito da governante.
Consolidação dos Cuidados Continuados
A titular da pasta da Saúde considerou, também, necessário “alargar os cuidados continuados” de forma a dar mais expressão aos “cuidados paliativos”, que têm de “ter equipas específicas, com formação especial”. O objectivo da ministra da Saúde é reforçar “o apoio domiciliário, quer nos cuidados continuados, quer na área dos cuidados paliativos”.
Ainda nos cuidados continuados, uma novidade: Ana Jorge quer iniciar o processo de cuidados continuados na saúde mental. “Faz parte da reforma da saúde mental”, afirmou a governante.
Carlos André
Equipa Editorial - Com agência Lusa
carlos.andre@campus.ul.pt