Reportagem / Perfil
Afonso Moreira, Primeiro Aluno inscrito no Mestrado Integrado em Medicina 09/10
Entrevista a um aluno do 1.º ano, inscrito pela 1.ª vez, no Mestrado Integrado em Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL)
Afonso Maria da Silva Moreira é um dos 328 alunos do 1.º ano inscritos pela 1.ª vez no Mestrado Integrado em Medicina da FMUL e a equipa editorial da news@fmul foi ao seu encontro de forma a saber como está a correr a sua experiência enquanto recém aluno da nossa Faculdade e a sua vida académica.
Equipa Editorial (EE): Foi a primeira vez que se inscreve numa instituição de Ensino Superior?
Afonso Moreira (AF): Sim
EE: Como correu essa experiência?
AF: Candidatar-me ao Ensino Superior já estava nos meus planos desde sempre. Mas, obviamente que quando estava na posição de finalista do secundário, senti-me um bocado intimidado com a mudança pela qual ia passar, independentemente, de ser uma grande vontade minha a de entrar neste novo mundo que é estudar e viver numa Faculdade. Fui um daqueles que se inscreveram pela Internet, logo o processo foi rápido e nada complicado ou inseguro como muita gente por aí pensava. Admito… Dar o último clique foi um momento marcante.
EE: O que o levou a candidatar-se à FMUL?
AF: Sem dúvida o seu prestígio. Obviamente, que também escolhi esta Faculdade porque ambos os meus pais estudaram cá e porque a minha mãe continua a frequentar o hospital como médica no serviço de pediatria. No entanto, caso a Faculdade não tivesse o mesmo renome, talvez a minha escolha fosse diferente.
EE: Quais as principais diferenças que sente na passagem do Ensino Secundário para o Ensino Superior?
AF: Sinto com bastante força que no Ensino Superior as coisas são mais "à séria". Tanto no ensino, propriamente dito, como nos momentos de diversão. Tudo é melhor organizado e, como tal, também nos é exigido que sejamos muito mais organizados. Por exemplo, em oposição ao secundário, o nosso estudo é muito mais independente, somos nós os alunos que temos de estruturar o nosso estudo, decidindo se vamos a esta ou àquela teórica ou se preferimos aproveitar o tempo de outra forma. No fundo, no Ensino Superior é exigido um maior grau de maturidade. Ah, e no Ensino Superior as Associações de Estudantes são a sério também!
EE: O que o levou a escolher o Mestrado Integrado em Medicina? E a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL)?
AF: Durante todo o secundário nunca me decidi, totalmente, quanto ao curso que queria seguir. Fui trabalhando de modo a poder escolher o curso sem ter preocupações em relação à média quando fosse o momento decisivo. Desde o 5º ano que estudo no Instituto Gregoriano de Lisboa, uma escola de Música, e desde esse tempo, que me tenho sentido cada vez mais atraído por esse mundo. No entanto, Medicina foi-se tornando uma opção ao longo do tempo quando notei que, por um lado, não ia ter grandes problemas com a média e, por outro, estava dentro do meu âmbito de interesses (aliás, bastante alargado e daí toda esta incerteza). Foi só mesmo no período de candidatura que decidi que ia apostar em Medicina, ao mesmo tempo que ia continuar os meus estudos musicais, articulando estes dois objectivos da melhor maneira possível.
EE: Após estas primeiras semanas de aulas que opinião tem do Curso?
AF: Está a corresponder às minhas expectativas. Já se pode notar que é um curso bastante exigente e que nos impõe muito trabalho, dedicação e preserverança.
EE: O que acha do acolhimento por parte dos Docentes? Dos Funcionários? Dos Colegas?
AF: De um modo geral, os docentes que já conheci compreendem bastante bem a nossa situação, enquanto estudantes do 1º ano, e têm-nos aconselhado e motivado com muita simpatia. Os funcionários têm sido, igualmente, compreensivos e simpáticos. Quanto aos colegas já residentes, notei com agrado a sua vontade de nos conhecer e ajudar nestes momentos iniciais da vida académica que, como todos sabemos, podem ser bastante confusos e desorientadores. Devo dizer que não concordo com a prática da praxe no Ensino Superior, por toda a sua ideologia de submissão hierárquica, em oposição a uma filosofia de igualdade e de entreajuda, que devia ser logo cultivada desde o início do ano e não só depois da praxe. Isto para poder dizer que, apesar de não ter estado presente nos muitos momentos da praxe, sinto-me totalmente integrado, o que me deixa de certo modo feliz por estarmos longe da segregação académica que em muitas Faculdades sei que se pratica.
EE: Qual a sua opinião sobre as instalações da FMUL?
AF: Bastante bem equipadas e agradáveis. Temos um auditório fenomenal e uma sala de alunos bastante versátil, dos quais devemos estar orgulhosos. Talvez aponte uma única falha: já se usavam géis contra a Gripe A com um cheiro mais agradável, não? É que, com aquilo, nem sequer dá vontade de uma pessoa se desinfectar…
EE: Globalmente, que balanço faz destas primeiras semanas como aluno da FMUL?
AF: Têm sido, realmente, o período de adaptação a esta nova realidade. Conhecer imensa gente, explorar as principais zonas da Faculdade, não perceber simplesmente NADA do que está a ser dito numa aula e pensar: "Ah, deixa estar. Logo estudas em casa.", marrar, desalmadamente, para as primeiras apresentações de Anatomia… É um período complicado, como qualquer período de mudança nas nossas vidas. Felizmente, penso que para mim e para a maioria dos meus colegas do 1º ano, sabe bem sentir que, com esta mudança, estamos a crescer como pessoas e a concretizar os nossos sonhos e ambições.
Afonso Maria da Silva Moreira é um dos 328 alunos do 1.º ano inscritos pela 1.ª vez no Mestrado Integrado em Medicina da FMUL e a equipa editorial da news@fmul foi ao seu encontro de forma a saber como está a correr a sua experiência enquanto recém aluno da nossa Faculdade e a sua vida académica.
Equipa Editorial (EE): Foi a primeira vez que se inscreve numa instituição de Ensino Superior?
Afonso Moreira (AF): Sim
EE: Como correu essa experiência?
AF: Candidatar-me ao Ensino Superior já estava nos meus planos desde sempre. Mas, obviamente que quando estava na posição de finalista do secundário, senti-me um bocado intimidado com a mudança pela qual ia passar, independentemente, de ser uma grande vontade minha a de entrar neste novo mundo que é estudar e viver numa Faculdade. Fui um daqueles que se inscreveram pela Internet, logo o processo foi rápido e nada complicado ou inseguro como muita gente por aí pensava. Admito… Dar o último clique foi um momento marcante.
EE: O que o levou a candidatar-se à FMUL?
AF: Sem dúvida o seu prestígio. Obviamente, que também escolhi esta Faculdade porque ambos os meus pais estudaram cá e porque a minha mãe continua a frequentar o hospital como médica no serviço de pediatria. No entanto, caso a Faculdade não tivesse o mesmo renome, talvez a minha escolha fosse diferente.
EE: Quais as principais diferenças que sente na passagem do Ensino Secundário para o Ensino Superior?
AF: Sinto com bastante força que no Ensino Superior as coisas são mais "à séria". Tanto no ensino, propriamente dito, como nos momentos de diversão. Tudo é melhor organizado e, como tal, também nos é exigido que sejamos muito mais organizados. Por exemplo, em oposição ao secundário, o nosso estudo é muito mais independente, somos nós os alunos que temos de estruturar o nosso estudo, decidindo se vamos a esta ou àquela teórica ou se preferimos aproveitar o tempo de outra forma. No fundo, no Ensino Superior é exigido um maior grau de maturidade. Ah, e no Ensino Superior as Associações de Estudantes são a sério também!
EE: O que o levou a escolher o Mestrado Integrado em Medicina? E a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL)?
AF: Durante todo o secundário nunca me decidi, totalmente, quanto ao curso que queria seguir. Fui trabalhando de modo a poder escolher o curso sem ter preocupações em relação à média quando fosse o momento decisivo. Desde o 5º ano que estudo no Instituto Gregoriano de Lisboa, uma escola de Música, e desde esse tempo, que me tenho sentido cada vez mais atraído por esse mundo. No entanto, Medicina foi-se tornando uma opção ao longo do tempo quando notei que, por um lado, não ia ter grandes problemas com a média e, por outro, estava dentro do meu âmbito de interesses (aliás, bastante alargado e daí toda esta incerteza). Foi só mesmo no período de candidatura que decidi que ia apostar em Medicina, ao mesmo tempo que ia continuar os meus estudos musicais, articulando estes dois objectivos da melhor maneira possível.
EE: Após estas primeiras semanas de aulas que opinião tem do Curso?
AF: Está a corresponder às minhas expectativas. Já se pode notar que é um curso bastante exigente e que nos impõe muito trabalho, dedicação e preserverança.
EE: O que acha do acolhimento por parte dos Docentes? Dos Funcionários? Dos Colegas?
AF: De um modo geral, os docentes que já conheci compreendem bastante bem a nossa situação, enquanto estudantes do 1º ano, e têm-nos aconselhado e motivado com muita simpatia. Os funcionários têm sido, igualmente, compreensivos e simpáticos. Quanto aos colegas já residentes, notei com agrado a sua vontade de nos conhecer e ajudar nestes momentos iniciais da vida académica que, como todos sabemos, podem ser bastante confusos e desorientadores. Devo dizer que não concordo com a prática da praxe no Ensino Superior, por toda a sua ideologia de submissão hierárquica, em oposição a uma filosofia de igualdade e de entreajuda, que devia ser logo cultivada desde o início do ano e não só depois da praxe. Isto para poder dizer que, apesar de não ter estado presente nos muitos momentos da praxe, sinto-me totalmente integrado, o que me deixa de certo modo feliz por estarmos longe da segregação académica que em muitas Faculdades sei que se pratica.
EE: Qual a sua opinião sobre as instalações da FMUL?
AF: Bastante bem equipadas e agradáveis. Temos um auditório fenomenal e uma sala de alunos bastante versátil, dos quais devemos estar orgulhosos. Talvez aponte uma única falha: já se usavam géis contra a Gripe A com um cheiro mais agradável, não? É que, com aquilo, nem sequer dá vontade de uma pessoa se desinfectar…
EE: Globalmente, que balanço faz destas primeiras semanas como aluno da FMUL?
AF: Têm sido, realmente, o período de adaptação a esta nova realidade. Conhecer imensa gente, explorar as principais zonas da Faculdade, não perceber simplesmente NADA do que está a ser dito numa aula e pensar: "Ah, deixa estar. Logo estudas em casa.", marrar, desalmadamente, para as primeiras apresentações de Anatomia… É um período complicado, como qualquer período de mudança nas nossas vidas. Felizmente, penso que para mim e para a maioria dos meus colegas do 1º ano, sabe bem sentir que, com esta mudança, estamos a crescer como pessoas e a concretizar os nossos sonhos e ambições.