Começo a escrever sobre o António na lua minguante, quando ela se esvazia da forma que ainda há tão poucos dias a via tão cheia. Aprendeu cedo sobre as constelações e fala do céu como se vivesse nele diariamente. Olha-o, por certo, vezes sem conta, com olhar real, ou pelo seu imaginário. O brilho inunda-lhe o olhar, como a lua que enche a noite de luz. No seu universo cabem as supernovas, as gigantes vermelhas, ou a amarela. Sim, ficamos todos familiarizados com as diferentes estrelas do céu e que seguem maturidades diferentes. Se não tivesse optado por Medicina, estaria certamente hoje a estudar ainda mais a fundo as razões de ser dos Astros. Apaixonado pela leitura, o seu mundo não lhe chega, procura outros lugares temporais, ou os que fazem a História do Mundo, ou as transformações cósmicas que nos permitiram habituar este que é um pequeno mundo como o António o identifica.
Peço-lhe para me referir o momento da História mais marcante para ele, depois de pensar atento e com uma expressão no rosto curiosa, rende-se à evidência que não é possível escolher um só período. As escolhas vêm então de forma firme e sensata, de alguém que tem razão de ser para aquilo que vai defendendo. O assassinato de Júlio César e a invasão da Polónia, na II Guerra Mundial são os dois marcos temporais. Mas sabe a razão de ser destas escolhas? Espere, não se perca antes de lhe dizer quem ele é.

Sem qualquer sotaque, a verdade é que António Velha é Eborense. Orgulhoso da cidade que mistura a História com a paisagem natural, pinta com o seu olhar de longo alcance uma Évora que agora se preenche a verde, mas adverte logo que o seu ideal é a primavera que se mancha do vermelho das papoilas.
Filho único, diz com natural simplicidade que sempre viveu com os pais "no pequeno apartamento". Deslocar-se de uma cidade para outra, como Lisboa, fê-lo procurar não perder inicialmente uma "rede de suporte" e isso motivou-o no 1.º ano do MIM a ir praticamente todos os fins-de-semana a casa. Mudar de ambiente foi dureza inicial que não esconde, e consciente dos custos inerentes a essa nova fase, serviu-lhe de alívio ter mais dois amigos de Évora com quem viria a dividir um apartamento e todos os gastos. Ainda assim, quase sempre como todos os outros casos, foi sentindo que "crescer" implicava voar só com as suas asas, cortando os naturais cordões de infância aos pais.
Já está na AEFML desde 2018, onde começou no Departamento de Pedagogia e Educação Médica, por lá se manteve no ano académico seguinte, assumindo entretanto um mandato de coordenação. Esteve igualmente no Departamento de Política Educativa, aquilo que diz serem "dois mundos muito diferentes, que embora se aproximem em muito, embora sejam muito díspares". A explicação não precisa sequer de ser pensada, se falar da vertente educativa, "a política não é tudo, mas ela toca em tudo", já a Educação Médica é o que o impele, "não expõe só o nosso estudo e ensino, permite um maior desenvolvimento de todos como seres humanos".
Sempre muito ligado às ações de parceria entre estudantes e Faculdade, o Solvin' it foi o seu primeiro projeto. Projeto que se assumiu enquanto seu coordenador, o Solvin’ it é para ele motivo de especial estima, porque “vive pelos e com os estudantes, pois são eles próprios que desenvolvem o peer teatching entre si”. É este espírito de entreajuda, e de melhores condições para todos, que fez António Velha dar sempre continuidade ao seu percurso na mediação com a Faculdade.
O seu percurso explica, com fácil naturalidade, que hoje seja o novo Presidente da Associação de Estudantes de Faculdade de Medicina de Lisboa, a AEFML. Dificilmente esquecerá o momento em que viu a Aula Magna vazia, como nunca a vira antes. Dia 20 de outubro, uma ocasião especial para ele, já que marcava a sua Tomada de Posse, enquanto Presidente da AEFML.

"Foi o passar da tocha", diz-me, sem corrida disputada ao mesmo tempo entre duas pistas paralelas, foi pista ganha sem rivais.
Sobre a AEFML diz agora que que é uma grande sinfonia, não fosse ele também um apaixonado da música e pianista aprendiz por uns anos. Na sua vida também enche a alma de melodia. Apaixonado pelos compositores russos do Romantismo, Sergei Rachmaninov, Tchaikovsky, refere ainda outra vastidão mais contemporânea como Debussy e o seu "Clair de Lune". Sempre com partículas suas na lua, volta à terra para me descrever o que será o trabalho em equipa na Associação, "cada um vai tocando a sua nota, mas a harmonia está sempre lá, seja quem for que vá tocando".
Delicado e discreto, não se confunda essa postura com fragilidade ou falta de assertividade. O António vai trabalhando discretamente nos bastidores, sem puxar a si protagonismos, entrega-os nas mãos dos outros, mesmo que tenha orquestrado tudo para culminar bem. E apesar de já ter subido ao palco, não sente necessidade dos aplausos.
Este é o António que conheci nos últimos meses.

Costuma ser habitual haver elevado número de abstenção nas vossas eleições. Será que a campanha sem concorrência é um "estímulo" para que as pessoas não votem em massa?
António Velha: Não diria falta de adesão. Mas este ano não foi o mais representativo devido às circunstâncias em que nos encontramos (COVID- 19). Penso que não é falta de interesse dos estudantes, basta ver o seu envolvimento em todas as atividades que se realizam, os meus colegas envolvem-se muito em tudo o que é desenvolvido. (Fica em silêncio e pensa um pouco). Apesar de todos eles saberem que não há uma concorrência entre listas, o voto tem sempre um significado associado que é sempre uma prestação de confiança e não tanto uma negação ou oposição. Vejo como um apoio, um reforço.
Há sempre aqui uma sensação de muita continuidade, mesmo entre mandatos. Nunca se sentem posições disruptivas entre vocês. Nunca têm uma verdadeira competição e comparação?
António Velha: Diria que a esmagadora maioria não tem esse espírito de competição. Não vejo no dia-a-dia estas manifestações de competição, até porque acho que a nossa profissão não é muito propícia a essas coisas, ou seja, muito daquilo que vejo na prática médica requer muita empatia e um grande profissionalismo entre pares e isso tudo se sente ao longo do curso. Logo, é algo que se manifesta não só na experiência académica, mas especialmente na nossa vida e relações entre nós. E não é só a AEFML, as nossas interações entre estudantes são muito positivas e espelham relativa solidariedade.

Quando é que te começou a fazer sentido que te devias candidatar à Presidência da AEFML?
António Velha: Foi uma ideia que foi sendo maturada, não veio só de um sentimento ou de um pensamento, mas foi acontecendo com o tempo. Não gosto que as coisas aconteçam como estrelas supergigantes supernovas, ou seja, coisas com muito combustível e muito grandes, mas que depois vivem muito pouco tempo na escala cosmológica, explodem em supernovas e só deixam para trás nuvens de detritos e de gases. Gosto muito mais de coisas como gigantes vermelhas, estrelas da sequência principal ou uma anãgigante amarela, como é o Sol. Ou seja, são tudo estrelas mais pequenas mas que utilizam o seu combustível ao longo de muitos milhares de milhões de anos, permitindo que planetas como o nosso tenham vida. Fazendo agora a analogia à minha candidatura, ela foi ganhando combustível aos poucos e com cada coisa vamos construindo projetos que trazem outro projeto, com nova sensação, pensamento e sentimento.
De onde te surgiu esta paixão de olhar tanto para o céu?
António Velha: Foi sempre assim. Desde pequeno que tinha em casa livros com planetas e sobre o Espaço e eu passava horas a ver as imagens e a folhear. Lembro-me que eram os meus pais que me ofereciam esses livros e eu ficava sempre fascinado a olhar o que estava fora deste mundo. Por isso, desde muito cedo que me habituei a ver o Homem e o nosso próprio Planeta como algo muito pequeno, muito importante, mas numa escala espacial muito pequena. Isso deu-me sempre uma ideia simultaneamente muito aterradora e aconchegante.

Intrigantes os períodos históricos que me destacavas há pouco como os mais significativos para ti. A morte de Júlio César e a invasão da Polónia, na 2.ª Guerra Mundial. Estou curiosa, queres explicar essas opções?
António Velha: Não são dos períodos mais significativos, mas são aqueles que me agarram e que gosto de explorar. Um porque tem todo o fascínio que era o Império, a República Romana. O outro porque toda a história do século XX influencia profundamente aquilo que é o nosso mundo atualmente. Estudar a História permite-nos perceber de onde viemos e por que aqui chegámos.
Vamos a territórios mais perto de nós agora… Como é que foi o embate de um alentejano na sua chegada a Lisboa e que nunca antes tinha vivido noutra cidade que não Évora?
António Velha: Foi forte. Intenso. Sinto que é assim para todos os estudantes deslocados que não estão habituados às grandes cidades. Ao início, é um pouco assustador pela dimensão e porque ao chegar cá não conhecemos ninguém. É por isso necessário algum tempo de adaptação e aí destaco de imediato o Mentoring que tanto apoia os deslocados.

A ti ajudou?
António Velha: Bastante! Lembro-me do dia das matrículas, eles estavam logo lá para nos ajudar a conhecer as primeiras pessoas. Não me lembro de mais nada desse dia, mas lembro-me do grupo do Mentoring e das bancas da AEFML. Com o tempo foi natural o processo de ganhar algum grau de autonomia e emancipação relativamente aos pais. Passamos a sentir que queremos ser mais independentes e isso faz com que deixemos de ir tantas vezes a casa. Este processo é natural, basta pensar que dos 7 dias, 5 passamos em Lisboa. De repente Lisboa começava a dar-nos raízes.
Esta troca de cidades dá mais estrutura emocional, mais “bagagem” do que àqueles que sempre viveram em Lisboa?
António Velha: Diria que não é necessário "atirar as pessoas aos lobos", para que eles ganhem mais carácter ou uma carapaça mais forte. É importante que as pessoas tenham estruturas de apoio e suporte que lhe possibilitem a integração mais saudável possível. Assim, à medida que a pessoa se vai sentindo confortável, ela acabará por criar a sua própria estrutura.
Sabemos da dificuldade que é suportar os custos de vida para um estudante que chega de novo a Lisboa. A AEFML tem alguma estratégia para garantir algum tipo de apoio?
António Velha: Sim. Nós fazemos isso a dois níveis. Um com o Departamento de Responsabilidade e Ação Social, onde criamos bolsas de ação social, que muito brevemente terão as candidaturas a ser lançadas. E depois temos a nossa ação no Departamento de Política Educativa, via Federação Académica de Lisboa, órgão que integramos e que tem uma estrutura federativa e faz muito um trabalho de advocacia, pressionando os órgãos de poder decisor. O tema da habitação é, realmente, um dos grandes desafios do momento.
Queres dizer-me quais são os vossos pilares onde vão cimentar a vossa presidência?
António Velha: Todos os pilares que a AEFML já tem vindo a desenvolver e que estão visíveis nos vários departamentos serão para continuar, mas tendo agora em conta sempre a adaptação à pandemia. É um trabalho que temos feito com muito afinco e dedicação para ver se conseguimos levar a cabo tudo aquilo pela qual a AEFML já é reconhecida, mas com um certo grau de adaptabilidade.
Em paralelo, queremos continuar a representar os estudantes, dizendo aos órgãos decisores, "estas são as nossas necessidades, estas são as nossas propostas".
E o que mais querem defender no que toca aos vossos direitos?
António Velha: Muito daquilo que queremos defender, não só com os de Medicina e Nutrição, mas com os estudantes em geral é sobre os desafios deste novo ano letivo. Falamos não só de ação social e da forma como tem sido impactado, mas falamos também das condições pedagógicas em todas as faculdades. É importante ainda salientar a saúde mental dos estudantes, que ficou ainda mais afetada/potenciada com a pandemia. Depois a nível mais local, é importante manter sempre uma relação próxima com os órgãos de governo representativos da Faculdade.
Vamos focar-nos mais nos estudantes da FMUL e Medicina e não no seu todo. Há mais alguns pontos que queiras assegurar e manter na agenda?
António Velha: Há trabalho que já vem de trás e que é preciso desenvolver e depois temas mais recentes. No caso da continuidade diz respeito à reforma do ensino clínico, que foi adiado no decorrer do ano anterior e que é agora importante recuperar; depois os processos de avaliação ao nível do ensino pré- clínico que é importante garantir que são levados a bom porto; também ter em atenção as várias questões pedagógicas, ou seja, o processo de avaliações, o decorrer das aulas e do ensino clínico e a forma como tudo está a ser monitorizado.
Não é fácil querer assumir um mandato, uma coordenação de equipa numa fase onde não há guião para nada. Quando te propuseste a este lugar já sabias o que te esperava, porque estavas já a viver a pandemia. É preciso coragem, ou não?
António Velha: Um bocadinho sim. Pensei muito nesse tema. Tive algumas questões internas, mas nunca hesitei. É muito importante cada um ter claras as suas fragilidades e quais as forças a viver no momento. E são muitas as fragilidades que temos agora. Mas estando todos cientes disso, há que tentar levar a cabo as melhores decisões e dentro das circunstâncias que nos for possível. Temos ainda planos traçados para aquilo que está por vir, temos presente qual é o nosso worst-case scenario e isso acaba por nos garantir alguma segurança no que pensamos e vamos tentando. E é importante dizer que depois nos temos na equipa uns aos outros e, mesmo não podendo estar tão presencialmente como em outras alturas, a nossa ligação é de facto forte. Neste desafio estamos todos juntos e isso cria um espírito de proximidade e muita entreajuda. Eu estou a aprender muito com todos os elementos da equipa e gosto de pensar que isso nos aproxima muito. (Ia começar uma frase, mas hesitou e parou).
Ias destacar mais alguma coisa António, não queres dizer o que era?
António Velha: Não... não era nada.

Não queres dizer? Em que estavas a pensar?
António Velha: Ia dizer que nós adaptámos os nossos momentos de construção de equipa para serem à distância. São momentos diferentes, que nos ajudam a estar bem individualmente, mas também bem uns com os outros. Numa equipa tem de haver momentos sérios e outros para rir, isso cria proximidade. (Hesita bastante e mede exatamente todas as palavras neste momento) Torna-nos mais amigos...
A arte não é nenhuma brincadeira, bem pelo contrário, mas traz-nos alguma leveza à alma. No último Sarau Cultural, em 2019, participaste como ator, fazias de diabo…
António Velha: Nesse Sarau Aad Eternum fazia-se uma analogia do inferno, e havia várias personagens alegóricas aos 7 pecados mortais e eu como diabo dei início e encerrei o espetáculo. No final juntei todas as personagens que estavam muito dispersas, cada uma delas na sua vida a cometer os seus pecados. Ao juntá-las estava a criar um momento de partilha e de compreensão. Foi uma experiência muito "fora da caixa" para mim. Nunca tinha feito teatro, mas gostei de fazer de diabo!

Estiveste confortável?
António Velha: Estive.
Mas é curioso porque és muito reservado.
António Velha: Sim e não.
Então, é preciso tempo para que conquistem a tua confiança?
António Velha: A confiança não... Eu não tenho medo de me dar a conhecer, mas gosto de sentir que a outra parte se dá a conhecer. Tem de existir uma partilha, uma troca. No caso do Sarau, não me dei a conhecer a mim, mas ao diabo. Foi uma experiência de abstração, porque me coloquei na posição de outro e assumi esse outro como se fosse eu mesmo, dando um pouco a minha marca.

Ao ouvir-te durante este nosso tempo fico a recordar outros colegas teus e a vossa vastidão de competências que vão acumulando e abrangem áreas tão díspares quanto o desporto, a música, ou outra expressão de arte. Como é que sendo vocês de lugares tão diferentes do país, filhos de diferentes pais, são todos tão desenhados para alcançarem estas qualidades?
António Velha: Hum... (Fica a pensar) É uma boa questão... Eu não me vejo como especial. Sempre senti curiosidade perante o mundo e senti sempre que não precisava de querer saber apenas muito de alguma coisa, quando posso explorar várias coisas ao mesmo tempo. Se posso explorar vários mundos, conhecer e dar-me a conhecer a outras pessoas, então, por que não?
Não tens medo da mudança, ou da descoberta? Não temes as consequências da busca pelo novo?
António Velha: Tenho. Mas é uma parte natural. É esse medo, esse tremelique que nos diz que está algo de novo para vir e que o torna tão mais valioso quando o descobrimos, e por isso quando nos superamos.
Quando é que tu sentes esse tremelique? Quando aconteceu ultimamente uma situação assim?
António Velha: Na Tomada de Posse um bocadinho, claro. (Sorri) Mas, também quando fiz a minha partida dos escuteiros recentemente. Essa partida foi mesmo antes da Tomada de Posse. Não podia assumir dois cargos de direção e tive de optar por me retirar dos escuteiros. Na verdade todas as grandes decisões, ou grandes momentos causam-me esse tremelique. (ri e em seguida fica a pensar) No fim de tudo, mais do que decidir bem, importa é decidir algo.
Mesmo que corra mal?
António Velha: Se correr mal é uma experiência de aprendizagem. Gosto muito de uma frase que diz "nós não aprendemos apesar dos nossos erros, nós aprendemos graças a eles". Não quero com isto dizer que tenhamos de errar muito para aprender, mas não temos que ter medo do erro pelo erro em si. Temos de ser conscientes e ponderados, mas também decisivos quando é preciso, mesmo sem certeza do desfecho.
Este ano letivo vais ter muita exposição. É importante para ti, pesa-te, aquilo que os outros possam pensar de ti?
António Velha: Pesa-me aquilo que acontece aos outros e aquilo que fazemos por eles. A minha grande preocupação é garantir que todos têm acesso ao esclarecimento das suas dúvidas e que vejam as suas necessidades alcançadas. E quando não acontece, que consigam ter uma palavra sobre o assunto. Sobre mim, como pessoa, cada um pode pensar o que quiser, mas sobre o trabalho que é desenvolvido, isso preocupa-me, daí a importância de recebermos o feedback.
Sucedes enquanto Presidente a um anterior, como acontece em todos os casos. Ocupar este lugar que estava ocupado até há pouco por outro elemento tem peso ou é algo que nem sequer existe para ti?
António Velha: Esse peso existe na medida em que a cadeira está lá e vai sempre continuar, através de diferentes Presidentes. Mas a cadeira está lá, já estava e depois de mim vai continuar, é irrevogável esta cadeira. Nós construímos tudo o que podemos sob as fundações de quem vem antes de nós e tudo o que se constrói. Fazemo-lo a pensar que é para sempre e vai ser visto como nós agora estamos a ver aquilo que já veio de trás. É redutor pensar na ideia de "vou sentar-me numa cadeira ainda quente de quem cá esteve antes", é mais importante pensar nas fundações desta construção como um todo o no que podemos contribuir.
Daqui a um ano se voltarmos a falar, o que gostarias de nos contar como "dever cumprido"?
António Velha: (Fica longo tempo em silêncio) Vou citar-te uma frase que ouvi do Prof. António Barbosa, na sua Jubilação, e que ficou muito comigo: "não fiz tudo o que quis, mas quis tudo o que fiz". Vou querer dizer-te que demos o nosso, melhor pelos nossos estudantes, apesar das circunstâncias que nos rodeiam a todos nós.
António Velha já teve a sua primeira reunião com o Diretor da Faculdade de Medicina, o Prof. Fausto J. Pinto, daí não retira ainda grandes euforias, sabendo que as relações se conquistam e o trabalho se faz com o tempo. Mais uma vez prova que se comporta como as gigantes vermelhas e não as supergigantes e supernovas.
Ironia da história, como se ela tivesse sido também escrita para teatro, António, qual personagem do diabo, dá agora início a uma história, reúne as pessoas dispersas, cada uma em sua tarefa e fará também o fim do mandato daqui a um ano.
Nós olharemos para o céu que o António vai povoar e esperamos vê-lo perdurar, com maturidade, como uma das suas grandes estrelas.
Joana Sousa
Equipa Editorial
