O Olhar pelos 31 anos do GAPIC
Maria Leonor Parreira é Professora Catedrática da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Integra ainda o Conselho de Escola e o Conselho Científico e dirige o Instituto de Histologia e Biologia do Desenvolvimento da mesma Faculdade.
Especialista em Hematologia acaba por interromper cedo a carreira hospitalar, passando a dedicar-se em exclusivo ao ensino e à investigação.Deu aulas de clínica aos alunos do 4º e 6º anos de Medicina e de Biologia Molecular e de Histologia aos alunos dos primeiros anos.
Pró-Reitora para a investigação da ULisboa, foi presidente do GAPIC sucedendo ao seu criador David Ferreira. Em 1996, Leonor Parreira constituía assim o segundo grupo de trabalho que coordenaria o GAPIC.
Passou pela presidência da Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa, foi diretora do Programa Gulbenkian de doutoramento para médicos clínicos, é membro titular da Academia Portuguesa de Medicina. Fez ainda parte do Painel de Avaliação de Bolsas de Doutoramento e Pós-Doutoramento em Ciências da Saúde da Fundação para a Ciência e Tecnologia, assumindo a sua cocoordenação durante 6 anos com Rui Victorino. É autora de várias publicações científicas, em revistas internacionais e nacionais.
No 31º ano de vida do Gabinete de Apoio à Investigação Científica, Tecnológica e Inovação fomos revisitar a origem dos grandes planos que queriam unir o ensino à ciência. Faculdade que inspirou outras a fazer igual, a ciência foi mostrando à medicina que a completava, permitindo que alunos, futuros médicos, conseguissem dar um passo mais aglutinador, desenvolvendo a razão clínica com a fundamentação laboratorial.
“O GAPIC cumpriu os objetivos principais a que se propunha”, isso fica claro para Leonor Parreira, mas há ainda trabalho a fazer para que os médicos possam continuar a estender a sua ação à investigação. Mulher que assumiu os comandos políticos na Secretaria de Estado da Ciência diz, com alguma cautela, que o pouco financiamento que há se foca agora quase em exclusivo na Covdi-19, mas questiona o estado de todas as outras investigações que esperou para voltarem a ser financiadas.
Ser mulher num meio predominante masculino e entre nomes de peso como David Ferreira ou João Lobo Antunes nunca a fez sentir-se menos reconhecida, o meio era de ambos, já que na verdade a ciência não distingue os géneros.
Este foi o tempo alargado num jogo de palavras com a Professora que vibra com as descobertas e continua a defender que “não há melhor educação do que a educação pela Ciência”, lema bem reconhecido também ao nosso anfitrião, o GAPIC.
Este é o relato histórico que fica registado para recordar um grupo de nomes que deixaram tanto de si à ciência, ao país e à investigação, na voz de uma das suas iguais responsáveis, Leonor Parreira.
Joana Sousa
Sofia Tavares
Equipa Editorial
