Investigação e Formação Avançada
Curso de Formação Avançada em Doenças Metabólicas: Perspectivas do Aluno e do Docente
O meu nome é Isabel Pinheiro, sou assistente hospitalar de Medicina Interna, possuo um mestrado em Nutrição Clínica no qual defendi a tese sobre a expressão de grelina e outras citoquinas e caquexia oncológica. Trabalho actualmente no Serviço de Medicina 2, do Hospital de Santa Maria, onde sou confrontada diariamente com um significativo número de doentes com patologias resultantes de obesidade, hipertensão arterial, dislipidémias e diabetes tipo 2, com inúmeras complicações em diversos órgãos alvo; vidas que poderiam ter mais anos e outra qualidade se tivessem tido outro aconselhamento e apostado mais na prevenção.
Vivemos numa sociedade de abundância com múltiplas e tentadoras ofertas, num ritmo demasiado rápido. Trabalhamos e competimos demais, temos de superar-nos a cada dia que passa. O tempo é reduzido para estar em família, às vezes é difícil arranjar tempo para medidas tão simples como planear refeições e praticar exercício físico. Adiamos para amanhã o cuidar de nós. Aderimos a soluções rápidas, alimentos pré-confeccionados que ignoramos de onde vêm, tentamos não pensar nos tóxicos que contêm e na ética da sua produção. O que fizemos da nossa dieta mediterrânica?
Há um novo padrão de causas de morbilidade e mortalidade na população dos países desenvolvidos. Fala-se de uma epidemia de obesidade e de doenças crónicas relacionadas, tais como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, Hipertensão Arterial, Acidentes Vasculares Cerebrais e certas formas de cancro. Múltiplos determinantes biológicos, psicológicos, comportamentais, ambientais, sociais e culturais contribuem para o impacto das doenças metabólicas na esperança e qualidade de vida. É fundamental o papel da prevenção nutricional e é necessário mobilizar recursos para assegurar os melhores resultados possíveis na promoção da saúde e gestão da doença. Urge encontrar soluções a diferentes níveis.
A nível da prevenção primária, precisamos de políticas sócio-económicas e legislativas que limitem, por exemplo, o teor de sal e de açúcar na composição dos alimentos, regulem a publicidade, estimulem a difusão de informação e a educação sobre uma dieta saudável desde a idade escolar e promovam a literacia em saúde.
Ao nível da prevenção secundária e terciária, há que motivar para reencontrar o equilíbrio e investigar para encontrar novas terapêuticas.
Este curso de formação avançada inclui temas, tais como, a regulação de ingestão alimentar e do peso corporal, sistemas sensores do estado energético, resultado das carências e excesso de proteínas, lípidos, hidratos de carbono, vitaminas, minerais e oligoelementos, bem como efeitos do stress oxidativo na longevidade, envelhecimento e patologia degenerativa.
Aborda o papel da nutrição no ciclo da vida, na actividade física, na saúde e na doença, nos grupos de risco. Discute síndroma metabólica, insulinorresistência, dislipidémia, obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão arterial, osteoporose e respectivas opções terapêuticas e resultados. Todos estes temas são apresentados numa perspectiva transversal a vários ramos do conhecimento: epidemiologia, saúde pública, genética, nutrição, psicologia, psiquiatria, bioquímica e endocrinologia,
Decidi candidatar-me ao doutoramento em doenças metabólicas e do comportamento alimentar porque sinto, como médica, ter o dever de aprender mais, participar na investigação e assim ser mais útil na prática clínica e no ensino. Espero actualizar conhecimentos numa perspectiva multidisciplinar, de forma a analisar criticamente a informação disponível e aperfeiçoar metodologias de investigação. Cada um de nós pode fazer a diferença e há tanto para fazer…
Estou a adorar as aulas teórico-práticas, muitíssimo interessantes e bem organizadas, leccionadas por peritos de excelência nas diversas áreas. Recomendo a todos os interessados nesta temática que concorram a próximas edições desta pós graduação.
Isabel Pinheiro
Assistente Hospitalar de Medicina Interna, Medina 2 A, Hospital de Santa Maria
Mestre em Nutrição Clínica pela Faculdade Medicina da Universidade de Lisboa
Bibliografia:
WHO 2009. Global Strategy on Diet, Physical Activity and Health
Carmo, I. Alimentação saudável, alimentação segura. Publicações D. Quixote.2004
Iniciou-se em Outubro a 2ª edição do Curso de Mestrado / Doutoramento em Doenças Metabólicas e Comportamento Alimentar. Vamos, assim, para o 2.º ano do bem sucedido Curso iniciado em 2008 / 2009.
Como deve acontecer sempre, aprendemos com a experiência do ano passado e este ano reforçámos as aulas de epidemiologia e estatística aplicadas à saúde e, particularmente a esta área, assim como as aulas de projecto.
Mantivémos os módulos de estudo de causas e determinantes e de sociologia geral aplicada à saúde, porque temos a convicção, baseada também na impressão dos alunos, de que é necessário fazer cortes transversais no saber humano para além dos saberes localizados a áreas específicas de saúde. Como dizia Abel Salazar “ quem só sabe de Medicina (neste caso de saúde) então não sabe Medicina”.
Estão inscritos 7 alunos para doutoramento e 15 para mestrado. Já decorreu o módulo de Determinantes e Consequências das Doenças Metabólicas, da responsabilidade do Prof. Constantino Sakellarides da Escola Nacional de Saúde Portugal (ENSP) e o módulo de Alimentação Humana da responsabilidade do Prof. Daniel Sampaio e do Prof. Pedro Moreira da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP). Iniciou-se a 20 de Novembro o módulo de Epedimiologia e Avaliação da Obesidade da responsabilidade da Professora Isabel do Carmo, com a aula de Sociologia Geral aplicada à Saúde proferida pelo Prof. Manuel Vilaverde Cabral – Vice-Reitor da U.L.
Profª Doutora Isabel do Carmo
Directora da Clínica Universitária de Endocrinologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa
Vivemos numa sociedade de abundância com múltiplas e tentadoras ofertas, num ritmo demasiado rápido. Trabalhamos e competimos demais, temos de superar-nos a cada dia que passa. O tempo é reduzido para estar em família, às vezes é difícil arranjar tempo para medidas tão simples como planear refeições e praticar exercício físico. Adiamos para amanhã o cuidar de nós. Aderimos a soluções rápidas, alimentos pré-confeccionados que ignoramos de onde vêm, tentamos não pensar nos tóxicos que contêm e na ética da sua produção. O que fizemos da nossa dieta mediterrânica?
Há um novo padrão de causas de morbilidade e mortalidade na população dos países desenvolvidos. Fala-se de uma epidemia de obesidade e de doenças crónicas relacionadas, tais como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, Hipertensão Arterial, Acidentes Vasculares Cerebrais e certas formas de cancro. Múltiplos determinantes biológicos, psicológicos, comportamentais, ambientais, sociais e culturais contribuem para o impacto das doenças metabólicas na esperança e qualidade de vida. É fundamental o papel da prevenção nutricional e é necessário mobilizar recursos para assegurar os melhores resultados possíveis na promoção da saúde e gestão da doença. Urge encontrar soluções a diferentes níveis.
A nível da prevenção primária, precisamos de políticas sócio-económicas e legislativas que limitem, por exemplo, o teor de sal e de açúcar na composição dos alimentos, regulem a publicidade, estimulem a difusão de informação e a educação sobre uma dieta saudável desde a idade escolar e promovam a literacia em saúde.
Ao nível da prevenção secundária e terciária, há que motivar para reencontrar o equilíbrio e investigar para encontrar novas terapêuticas.
Este curso de formação avançada inclui temas, tais como, a regulação de ingestão alimentar e do peso corporal, sistemas sensores do estado energético, resultado das carências e excesso de proteínas, lípidos, hidratos de carbono, vitaminas, minerais e oligoelementos, bem como efeitos do stress oxidativo na longevidade, envelhecimento e patologia degenerativa.
Aborda o papel da nutrição no ciclo da vida, na actividade física, na saúde e na doença, nos grupos de risco. Discute síndroma metabólica, insulinorresistência, dislipidémia, obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão arterial, osteoporose e respectivas opções terapêuticas e resultados. Todos estes temas são apresentados numa perspectiva transversal a vários ramos do conhecimento: epidemiologia, saúde pública, genética, nutrição, psicologia, psiquiatria, bioquímica e endocrinologia,
Decidi candidatar-me ao doutoramento em doenças metabólicas e do comportamento alimentar porque sinto, como médica, ter o dever de aprender mais, participar na investigação e assim ser mais útil na prática clínica e no ensino. Espero actualizar conhecimentos numa perspectiva multidisciplinar, de forma a analisar criticamente a informação disponível e aperfeiçoar metodologias de investigação. Cada um de nós pode fazer a diferença e há tanto para fazer…
Estou a adorar as aulas teórico-práticas, muitíssimo interessantes e bem organizadas, leccionadas por peritos de excelência nas diversas áreas. Recomendo a todos os interessados nesta temática que concorram a próximas edições desta pós graduação.
Isabel Pinheiro
Assistente Hospitalar de Medicina Interna, Medina 2 A, Hospital de Santa Maria
Mestre em Nutrição Clínica pela Faculdade Medicina da Universidade de Lisboa
Bibliografia:
WHO 2009. Global Strategy on Diet, Physical Activity and Health
Carmo, I. Alimentação saudável, alimentação segura. Publicações D. Quixote.2004
Iniciou-se em Outubro a 2ª edição do Curso de Mestrado / Doutoramento em Doenças Metabólicas e Comportamento Alimentar. Vamos, assim, para o 2.º ano do bem sucedido Curso iniciado em 2008 / 2009.
Como deve acontecer sempre, aprendemos com a experiência do ano passado e este ano reforçámos as aulas de epidemiologia e estatística aplicadas à saúde e, particularmente a esta área, assim como as aulas de projecto.
Mantivémos os módulos de estudo de causas e determinantes e de sociologia geral aplicada à saúde, porque temos a convicção, baseada também na impressão dos alunos, de que é necessário fazer cortes transversais no saber humano para além dos saberes localizados a áreas específicas de saúde. Como dizia Abel Salazar “ quem só sabe de Medicina (neste caso de saúde) então não sabe Medicina”.
Estão inscritos 7 alunos para doutoramento e 15 para mestrado. Já decorreu o módulo de Determinantes e Consequências das Doenças Metabólicas, da responsabilidade do Prof. Constantino Sakellarides da Escola Nacional de Saúde Portugal (ENSP) e o módulo de Alimentação Humana da responsabilidade do Prof. Daniel Sampaio e do Prof. Pedro Moreira da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP). Iniciou-se a 20 de Novembro o módulo de Epedimiologia e Avaliação da Obesidade da responsabilidade da Professora Isabel do Carmo, com a aula de Sociologia Geral aplicada à Saúde proferida pelo Prof. Manuel Vilaverde Cabral – Vice-Reitor da U.L.
Profª Doutora Isabel do Carmo
Directora da Clínica Universitária de Endocrinologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa