Investigação e Formação Avançada
Bruno Silva-Santos vence Prémio Pfizer de Investigação Clínica
Bruno Silva-Santos, director da Unidade de Imunologia Molecular do Instituto de Medicina Molecular (IMM) e professor na Faculdade de Medicina de Lisboa, foi distinguido com o Prémio Pizer 2009 de Investigação Clínica pelo seu trabalho desenvolvido na área na imunoterapia do Cancro.
O projecto do investigador do IMM agora premiado tem por objectivo contribuir para o design de imunoterapias mais eficazes, aplicáveis sobretudo em situações de resistência aos tratamentos mais convencionais como químio ou radioterapia. Para isso, a sua equipa de investigação estudou uma população de células do sitema imunitário (linfócitos T gama-delta) que têm capacidade para destruir células tumorais (de linfomas e leucemias).
O trabalho incidiu sobre duas fases essenciais a esta actividade anti-tumoral dos linfíócitos: a activação dos linfócitos e o reconhecimento dos tumores pelos linfócitos.
Segundo bruno Silva Santos, “Numa 1ª fase, caracterizámos em detalhe o efeito activador de um composto de origem microbiana (chamado HMB-PP) que estimula especificamente esta população de linfócitos com a qual trabalhamos. Mostrámos a grande potência deste composto para a activação das propriedades anti-tumorais dos linfócitos T gama-delta. Este composto encontra-se já em ensaios clínicos. Porém, observámos que mesmo muito activados, os linfócitos T gama-delta só conseguiam matar (em ensaios in vitro) alguns dos linfomas e leucemias que estudámos, o que é consistente com dados obtidos em ensaios clínicos com pacientes. Tentámos então perceber porque é que alguns tumores são eficazmente destruídos pelos linfócitos T gama-delta, ao passo que outros lhes são extraordinariamente resistentes. Descobrimos existir uma proteína que determina esta susceptibilidade à acção dos linfócitos T gama-delta. Assim, tumores que expressam esta proteína na superfície das suas células são destruídos, enquanto que os tumores desprovidos dessa proteína são resistentes. Ao manipularmos laboratorialmente a expressão dessa proteína em tumores, conseguimos alterar significativamente a susceptibilidade dos mesmos à acção dos linfócitos T gama-delta (in vitro). “
“A identificação desta proteína abre novos horizontes para a imunoterapia do cancro. Por outro lado, o grande desafio que enfrentamos, e no qual continuamos a trabalhar, é o de tentar manipular a expressão desta proteína em tumores (resistentes) de pacientes, tentando aumentar a expressão da proteína de modo a que o tumor se torne susceptível (“visível”) aos linfócitos T gama-delta. Tal representaria um avanço muito importante para a imunoterapia do cancro”, adianta o investigador.”
Bruno Silva Santos partilhou o prémio Pfizer de Investigação Clínica com Mafalda Bourbon, investigadora do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, que foi distinguida, em ex aequo, pelo seu trabalho em Hipercolosterolemia Familiar. Os Investigadores Miguel Godinho Ferreira e Miguel Soares do Instituto Gulbenkian de Ciência receberam, também em ex aequo, o Prémio Pfizer de Investigação Básica pelos seus trabalhos em telómeros e Malária, respectivamente.
O Prémio Pfizer é uma distinção anual que a Sociedade de Ciências Médicas e os Laboratórios Pfizer concedem aos melhores trabalhos em investigação básica e clínica realizados total ou parcialmente em Portugal. A cada um deles é atribuído um montante de 20 mil euros.
Unidade de Comunicação e Formação
Instituto de Medicina Molecular
ucom@fm.ul.pt
O projecto do investigador do IMM agora premiado tem por objectivo contribuir para o design de imunoterapias mais eficazes, aplicáveis sobretudo em situações de resistência aos tratamentos mais convencionais como químio ou radioterapia. Para isso, a sua equipa de investigação estudou uma população de células do sitema imunitário (linfócitos T gama-delta) que têm capacidade para destruir células tumorais (de linfomas e leucemias).
O trabalho incidiu sobre duas fases essenciais a esta actividade anti-tumoral dos linfíócitos: a activação dos linfócitos e o reconhecimento dos tumores pelos linfócitos.
Segundo bruno Silva Santos, “Numa 1ª fase, caracterizámos em detalhe o efeito activador de um composto de origem microbiana (chamado HMB-PP) que estimula especificamente esta população de linfócitos com a qual trabalhamos. Mostrámos a grande potência deste composto para a activação das propriedades anti-tumorais dos linfócitos T gama-delta. Este composto encontra-se já em ensaios clínicos. Porém, observámos que mesmo muito activados, os linfócitos T gama-delta só conseguiam matar (em ensaios in vitro) alguns dos linfomas e leucemias que estudámos, o que é consistente com dados obtidos em ensaios clínicos com pacientes. Tentámos então perceber porque é que alguns tumores são eficazmente destruídos pelos linfócitos T gama-delta, ao passo que outros lhes são extraordinariamente resistentes. Descobrimos existir uma proteína que determina esta susceptibilidade à acção dos linfócitos T gama-delta. Assim, tumores que expressam esta proteína na superfície das suas células são destruídos, enquanto que os tumores desprovidos dessa proteína são resistentes. Ao manipularmos laboratorialmente a expressão dessa proteína em tumores, conseguimos alterar significativamente a susceptibilidade dos mesmos à acção dos linfócitos T gama-delta (in vitro). “
“A identificação desta proteína abre novos horizontes para a imunoterapia do cancro. Por outro lado, o grande desafio que enfrentamos, e no qual continuamos a trabalhar, é o de tentar manipular a expressão desta proteína em tumores (resistentes) de pacientes, tentando aumentar a expressão da proteína de modo a que o tumor se torne susceptível (“visível”) aos linfócitos T gama-delta. Tal representaria um avanço muito importante para a imunoterapia do cancro”, adianta o investigador.”
Bruno Silva Santos partilhou o prémio Pfizer de Investigação Clínica com Mafalda Bourbon, investigadora do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, que foi distinguida, em ex aequo, pelo seu trabalho em Hipercolosterolemia Familiar. Os Investigadores Miguel Godinho Ferreira e Miguel Soares do Instituto Gulbenkian de Ciência receberam, também em ex aequo, o Prémio Pfizer de Investigação Básica pelos seus trabalhos em telómeros e Malária, respectivamente.
O Prémio Pfizer é uma distinção anual que a Sociedade de Ciências Médicas e os Laboratórios Pfizer concedem aos melhores trabalhos em investigação básica e clínica realizados total ou parcialmente em Portugal. A cada um deles é atribuído um montante de 20 mil euros.
Unidade de Comunicação e Formação
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