Analisar tumores a 360º dá menção honrosa da Bial a Cláudia Faria
Share

três pessoas a sorrir

E  se fosse possível fazer uma visita guiada aos tumores cerebrais e encontrar respostas no tratamento desta doença?


Cláudia Faria, nossa Professora, neurocirurgiã pediátrica do Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE e investigadora do Instituto de Medicina Molecular foi distinguida com uma menção honrosa no Prémio Bial de Medicina Clínica 2022, precisamente por ter encontrado uma forma de olhar a 360º para os tumores.
A plataforma BTTarget - Brain Tumor Target – funciona como um Banco com cerca de duas mil amostras de Tumores, testando modelos da própria doença e com o objetivo de criar novas linhas de tratamento, sob a forma de ensaios clínicos.
Para a nossa Professora Cláudia Faria os nossos muito orgulhosos parabéns pela distinção e por consagrar em si o verdadeiro exemplo do que é o nosso Centro Académico de Medicina de Lisboa – o CAML.

Sobre o impacto que este trabalho poderá ter para o futuro, Cláudia Faria afirmou que “para a medicina avançar, é preciso conhecer a fundo as doenças que tratamos. Ao estudarmos detalhadamente os tumores cerebrais, desenvolvendo modelos da doença muito semelhantes ao do ser humano, podemos encontrar marcadores de prognóstico ou identificar novos tratamentos. Estas descobertas podem posteriormente ser validados em ensaios clínicos em doentes, contribuindo para a melhoria da sua sobrevida e qualidade de vida”.

Referente ainda a esta última noite de atribuições, Melo Cristino, Professor de Microbiologia Diretor do Serviço de Patologia Clínica do CHULN foi nomeado presidente do júri do próximo Prémio Bial de Investigação Clínica, em substituição do Prof. Sobrinho Simões.

 

médica de bata

 

Cláudia Faria licenciou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra em 2001 e realizou o internado de Neurocirurgia no Serviço de Neurocirurgia do Hospital de Santa Maria (Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, CHULN) entre 2004 e 2010, sob a orientação do Professor João Lobo Antunes. Especializou-se em Neurocirurgia Pediátrica e na biologia molecular dos tumores cerebrais pediátricos. Desenvolveu o seu projeto de doutoramento com o Professor James Rutka no Labatt Brain Tumour Research Centre, do Hospital for Sick Children, em Toronto, no Canadá, onde durante 3 anos estudou os mecanismos que levam ao desenvolvimento do meduloblastoma, o tumor cerebral maligno mais comum nas crianças. Usando as características moleculares dos vários subgrupos de meduloblastoma identificou e validou fármacos capazes de tratar as formas mais agressivas da doença.

Em 2014 regressou para o Centro Académico de Medicina de Lisboa onde é atualmente médica-investigadora, repartindo o seu tempo entre a atividade como Neurocirurgiã no Hospital de Santa Maria (CHULN), como Investigadora no Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes (iMM) e como Professora Auxiliar Convidada de Neurocirurgia e Neurologia na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL).

Cláudia Faria é co-Diretora do Biobanco-iMM CAML, tendo fundado o Banco de Tumores Cerebrais. É também coordenadora no CHULN do Centro de Referência de Oncologia Pediátrica – tumores do Sistema Nervoso Central da Região Sul do país, Chair do Comité de Treino e Formação da Sociedade Internacional de Oncologia Pediatrica (SIOP) Brain Tumor Group e Chair do Board of National Directors da rede europeia de infraestruturas para medicina de translação - EATRIS.

Recentemente foi nomeada Diretora da Clínica Universitária de Neurocirurgia da FMUL.