A FMUL integra o GRIPonMASH, um consórcio recém-fundado, constituído por 27 entidades Europeias que tem como meta melhorar as ferramentas e o aconselhamento na prevenção das doenças crónicas do fígado.
Com um financiamento de 26 milhões vai apostar no desenvolvimento da Plataforma de Diagnóstico GRIPonMASH, que permitirá a deteção precoce de doentes com MASH, uma melhor estratificação dos doentes e aconselhamento personalizado sobre o estilo de vida.
Trinta por cento da população mundial sofre de doença hepática esteatótica, sendo a MASLD uma das apresentações clínicas. Destes doentes, cerca de um em cada cinco desenvolverá MASH, uma fase avançada da MASLD em que ocorre inflamação hepática e o fígado fica gravemente danificado. Além disso, cinco por cento desenvolverão MASH fibrótica (cicatrização do fígado). Enquanto a MASLD é reversível, a MASH e, especialmente, a MASH fibrótica conduzem a complicações irreversíveis e podem mesmo levar a descompensação hepática ou a cancro do fígado.
A plataforma fornecerá:
- Rastreio, diagnóstico, gestão e acompanhamento a longo prazo de doentes de alto risco de MASH para garantir a deteção precoce
- Desenvolvimento de ferramentas de apoio à decisão e ensaio de biomarcadores existentes e novos para a deteção de doentes com MASH através de ferramentas de apoio à decisão baseadas na inteligência artificial
- Desenvolvimento de alternativas não invasivas às biopsias hepáticas de diagnóstico
- Avaliação e personalização de conselhos sobre o estilo de vida com base em fatores como a atividade física, a alimentação, o sono, o tabagismo, o consumo de álcool e a perceção do stress.
A MASH é uma doença causada por estilos de vida pouco saudáveis, mas que pode ser revertida se houver alteração desses mesmos hábitos. Com esta plataforma pretende-se que mais casos sejam detetados ainda numa fase inicial, permitindo contrariar as previsões para 2030, que indicam que a MASH vai ser a principal causa de transplantes de fígado em todo o mundo. A redução de custos associados aos Cuidados de Saúde também implícita.
Na FMUL o projeto é liderado pela Professora Helena Cortez-Pinto, no âmbito da Clínica Universitária de Gastrenterologia, “contando com a colaboração da Medicina Geral e Familiar, Profª Cristina Ribeiro, e com o intenso envolvimento do Centro de Investigação Clínica (CIC), do Biobanco, e cujo montante - de 500 mil euros- irá ser gerido pela AIDFM”, como fez questão de dizer Helena Cortez-Pinto, também Presidente do Conselho Científico da FMUL , por considerar que as pessoas merecem ser reconhecidas.