A Faculdade de Medicina recebeu no mês de janeiro a conferência sobre a Nova Cochrane Portugal, organizada pelo Professor António Vaz Carneiro, Diretor português que trouxe ao seu país Mark Wilson, CEO internacional e que veio oficialmente lançar uma Cochrane mais cada vez mais centrada em trabalhos que fundamentem a evidência científica.
Fundada em 1993 esta é a terceira grande rede internacional de informação sobre saúde. Com uma biblioteca que engloba mais de 25 anos de documentação científica, a Cochrane pode ser entendida como uma completa Database. Divulgadora de conteúdos científicos, mas também produtora de outros tantos originais, é um grupo não financiado, característica que é bastante positiva para Mark Wilson. “Não nos pagam e não somos pagos, somos completamente independentes e é por isso que somos confiáveis, pois produzimos informação de alta qualidade e é ela que causa impacto e consequente transformação”.
Mas vamos a números para perceber que dimensões assume internacionalmente a Cochrane e cujos associados se estendem ao mundo, tendo chegado a Portugal em 2014 e agora com novos alicerces portugueses e onde se juntam à faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, as Faculdades de Medicina do Porto e Coimbra. Com um alcance de 130 países e com cerca de 12 mil membros, a Cochrane conta ainda com um número estimado de 12 mil apoiantes mundiais.
A meta a curto / médio prazo é manter equitativa liderança diante dos mais fortes, mas “para isso é preciso estar sempre em cima dos acontecimentos e aptos para qualquer adaptação à mudança, agindo com rapidez e gerando evidência na revisão científica, criando um network de análise e estratégia fortes”, reforça o CEO. ”Temos de saber sempre onde estão as perguntas e as respostas-chave”, explicando a importância de se abrirem cada vez mais ao mundo e às outras línguas e culturas, e criando novas raízes de cruzamento de dados em todas as áreas da saúde. Mark Wilson tem ambições para a Cochrane e para que ela aumente cada vez mais o seu grau de impacto científico precisa de ser percetível a todos, ao investigador, mas também ao público em geral. É nessa perspetiva que o seu novo lançamento em Portugal é a prova destas expetativas, num futuro próximo prevê-se que outras instituições se juntem à Cochrane portuguesa, as Universidades de Braga e Covilhã e a Nova de Lisboa.
Atualmente os dados fornecidos pela Cochrane internacional apontam para um universo de 77 milhões de viewers, sinal dos tempos explica o CEO, mas também “reflexo de um trabalho de extrema qualidade humana e que é essa que continua a alimentar a rede, acima de qualquer inteligência artificial”.
Com o intuito de transportar esta realidade para a perspetiva portuguesa, António Vaz Carneiro desafiou uma mesa de debate moderada pelo antigo Ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, a Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Ana Paula Martins e Alexandre Valentim Lourenço recentemente reeleito Presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos.
Na discussão lançaram-se mais dúvidas que respostas, tentando provocar o auditório a pensar se estará o país preparado para ter uma Cochrane, quais os limites de financiamentos entre o público e o privado, ou se fará Portugal estudos científicos exaustivos e suficientes, ou continua a basear-se nas opiniões de alguns apenas; à necessidade de todos afirmarem que são necessárias melhores políticas na saúde a pergunta mantém-se, quais serão as medidas e como se implementam?
Para encontrar respostas será sempre necessário chamar a público temas que abram discussão, apelar à participação e pedir decisões sustentáveis para que o próprio país ganhe de novo saúde. Mas sempre na mira do rigor, baseado na pluralidade e com base na evidência fundamentada.
Saiba mais sobre esta rede internacional, aqui.
E conheça a NOVA COCHRANE PORTUGAL.
Joana Sousa
Equipa Editorial