Válter Fonseca, Professor da FMUL e atual Diretor do Departamento de Qualidade na Saúde, da Direção Geral de Saúde (DGS), falou à Antena 1 sobre o acesso indevido a vacinas da Covid-19, referindo-o como “lamentável e que não deve acontecer”.
Numa altura em que têm sido frequentes os casos de pessoas vacinadas sem integrarem grupos prioritários, Válter Fonseca afirma que, “numa situação como a que estamos a viver, não pode haver desperdício. Tudo tem que ser feito para que se evite, ao máximo, a não utilização das doses de vacinas que, por qualquer razão, possam ter sobrado”. Salienta que há, no entanto, um conjunto de regras já implementadas, para o caso de sobrarem doses, seguindo estas determinadas prioridades.
Na mesma entrevista reforça uma máxima que deve ser sempre cumprida, “as vacinas devem ser dadas a quem mais delas beneficia e, é por isso, que se definem grupos prioritários, com base em critérios, não só científicos, mas também éticos.”
Uma das estratégias que pode evitar o desperdício de vacinas, segundo o Professor, “é a criação de uma lista de reserva, que respeite as regras do plano de vacinação, para o caso de uma pessoa convocada que não compareça”. E afirma ainda que, tendo os pontos de vacinação uma maior relação de proximidade com os utentes, podem desenvolver as estratégias de aplicabilidade, respeitando a ordem de prioridade, para que todas as vacinas sejam utilizadas.
O Diretor do Departamento de Qualidade da DGS adverte que para além das regras do plano de vacinação, estão a ser tomadas medidas através da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), para controlar a indevida utilização de vacinas.