Um encontro europeu, a bem da Saúde
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pessoas a sair de porta

 

“What do you expect from us?”.

Foi a pergunta lançada por Stella Kyriakides, a Comissária responsável pela Saúde e Segurança dos Alimentos, numa conferência dedicada aos estudantes universitários, em particular aos de Medicina.
O slogan promovido pela Comissão Europeia, “O futuro está nas tuas mãos”, foi o que permitiu o encontro na Aula Magna da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, entre a Comissária Europeia oriunda da Grécia e a Ministra da Saúde, Marta Temido.

senhora a sorrir


Depois de um semestre (entre 1 de janeiro e 30 de junho de 2021) em que Portugal assumiu a Presidência rotativa do Conselho da União Europeia, uma sequência de visitas conjuntas e encontros foi o reflexo daquilo que se pretende ser o planeamento do futuro, com decisões concertadas entre Portugal e a Comissão Europeia. Ouvir o eco de cada país e perceber os mais jovens que preparam o futuro, é um dos propósitos destas ações.
Numa sala bastante preenchida por diversos grupos etários e profissionais, muitos foram os que se deslocaram à Aula Magna, para ouvir o debate de ideias entre Stella Kyriakides e Marta Temido.

senhora a sorrir


No balanço do primeiro semestre de Portugal na Presidência Europeia e após o período mais turbulento da pandemia, Marta Temido dava início ao debate, moderado por Dulce Salzedas, para defender a importância de falar “o que se segue depois da pandemia e com a Saúde”. Acreditando que esta ligação, “é o desígnio para a construção de uma Europa mais forte”, a Ministra da Saúde foi dando destaque ao papel positivo daquilo que na Saúde se foi conseguindo fazer, mais do que o que se deixou para trás. “Todos deixámos de fazer coisas no contexto pandémico, mas foram feitas muitas ações em alternativa”, respondia Marta Temido à RTP sobre os mais de 4400 casos de cancros não diagnosticados, num estudo divulgado hoje pelo Movimento Saúde em Dia.

Ocupando maioritariamente o momento de reflexão sobre a atual saúde na Europa, Stella Kyriakides recordou ter “ainda muito presente os primeiros meses desta pandemia e a forte entreajuda europeia”. 
Enaltecendo Portugal como referência no plano de vacinação contra a covid, com uma taxa de sucesso de mais de 90% da população vacinada, não deixou para segundo plano o difícil papel que o país assumiu na Presidência Europeia, “numa tão dura fase vivida por todos os países”. Com o foco muito centrado no combate às desigualdades entre países ricos e mais frágeis, insistiu que “enquanto não estiverem todos a bordo, não seremos bem sucedidos”. Ideia fortemente estruturada no próprio discurso da Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e citado pela Comissária, “este é um momento importante para a ciência e a solidariedade”.

senhora a falar
Créditos: Comissão Europeia, Marilene Alves


Num apelo claro aos mais jovens da audiência, desafiou-os a participar não só no debate, mas a terem um papel ativo nos seus meios. “What do you expect from us?”, perguntava a Comissária Europeia, enquanto firmava os seus traços pessoais e objetivos para a Europa, “eu tenho uma visão e ambição para a Saúde, apesar dos obstáculos”.
A primeira questão viria do Presidente da Associação de Estudantes, João Martins que trocava com as interlocutoras o desafio à pergunta lançada pela Comissária. “Precisará o país de abrir os jornais todos os dias a falar da gravidade das doenças cardiovasculares, ou oncológicas, para que se canalizem os mesmos meios e ações que foram tidas com esta pandemia?”.
Focadas com o mesmo intuito de resposta, as oradoras deixaram presentes as ideias de inclusão social, de colocar a Europa a uma só velocidade e em aplicar no futuro a aprendizagem e ação com o esforço do atual cenário pandémico.
Saúde Mental como objectivo primordial, desenvolvimento e partilha de fármacos entre Estados-membros, investimento nas doenças oncológicas, ou o caminho da autonomia dos Estados em relação às farmacêuticas, foram alguns dos pontos retratados, numa dinâmica de ping pong entre oradoras e público e com a intervenção ponderada da jornalista Dulce Salzedas.
Elogiados como o promissor futuro da Saúde e do mundo, os estudantes pediram para serem mais envolvidos nos processos de construção e decisão e agradeceram a iniciativa, pedindo que este fosse o primeiro de um longo ciclo de troca de ideias e experiências.

senhores sentados


Terá o mundo ficado com medo da informação? Saberá o público em geral distinguir notícias verídicas das não-notícias? E que contributos pode um cidadão comum dar ao seu país e aos agentes da Saúde?
O desafio foi lançado pela Comissão Europeia, a Faculdade de Medicina acolheu a ideia e o debate.


“O futuro está nas tuas mãos”, então que comece a sequência de trabalhos.