Reportagem no campo de batalha – As equipas de Santa Maria
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unidade de cuidados intensivos

A reportagem é da Rádio Renascença (RR) que acompanhou de perto algumas equipas do Hospital de Santa Maria.

A “desafiante recuperação da Covid-19” é o tema desta peça contada pelos seus protagonistas, médicos e enfermeiros de Santa Maria. As médias de internamento apontam para as três semanas só na Unidade de Cuidados Intensivos, mas mesmo não chegando aos casos mais extremos, a recuperação é lenta, longa e gradual, com passos pequenos e nem sempre capazes de serem dados.

A Covid-19 é severa de combater, principalmente em organismos mais debilitados, mas não só, os pulmões são os grandes lesados, a inflamação que neles é causada é como um incêndio devastador. Segurar um simples talher já é vitória conquistada para quem consegue sair da UCI. O cansaço é extremo, mas a vontade de o combater é igual, principalmente quando se chega às mãos de equipas como estas.

Todos os procedimentos requerem ritual cuidado, como uma valsa que não pode falhar um único passo para não errar. A segurança é sinónimo de proteção e desinfeção e não há pressão que possa penalizar a ordem correta de cada passo.

Doença imprevisível, mal se fez anunciar, continua a fintar o conhecimento e a experiência daqueles que mais asseguram a qualidade da nossa saúde. Como João Ribeiro, diretor do serviço de medicina intensiva, lhe chamou, é “a doença artificiosa” que continua a condicionar os tempos de internamentos de doentes que na sua grande maioria têm menos de 80 anos e não apresentavam até então morbilidades acentuadas.

Nesta valsa lenta de cuidados e procedimentos, nem os cuidadores da saúde escapam ao Sars-CoV-02 e é a sua própria casa de trabalho que os acolhe então como doentes. Contudo a causa não parece ser por Infeção intra-hospitalar, como refere o diretor clínico do Hospital, Luís Pinheiro.

Novas vagas podem vir a aparecer, surpreendendo a cada momento um serviço de saúde já por si cansado, acresce ainda que não se sabe que acompanhamento deverá ser dado aos casos de recuperados, e que, ainda assim, precisarão de observação.

De acordo com a peça apresentada, até 6 de abril Santa Maria recebeu 170 internados, deu 100 altas e perdeu 25 vidas.

Uma reportagem da RR a não perder e que pode ver, aqui!