Professores da FMUL analisam o impacto da pandemia nos doentes oncológicos em Portugal
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A atual pandemia tem agravado a situação dos doentes oncológicos em Portugal, na medida em que tem dificultado o diagnóstico precoce, verificando-se um aumento do número de doentes oncológicos em listas de espera para exames e consultas, bem como uma subida acentuada de casos de cancro em estado mais avançado.

Uma notícia avançada pela SIC dá conta dos números oficiais, que revelam “a dimensão do problema: este ano, há menos 26 mil mulheres com registo de mamografia e foram feitas menos 100 mil colonoscopias, exame decisivo para prevenir e detetar o cancro do cólon e do reto.”

Segundo o Prof. Rui Tato Marinho, Diretor do Serviço de Gastrenterologia do Hospital Santa Maria, “Isto é como se tivesse havido um terramoto, o mundo ficou destruído e agora temos que passar à fase de reconstrução das casas que se calhar é tão importante como sobreviver ao terramoto”.

De momento, e com as equipas médicas dos centros de saúde e hospitais ocupadas com os casos de covid-19, verifica-se um atraso no acompanhamento dos outros doentes.

E sobre o aumento do número de casos de cancro em estado avançado, o Prof. Luís Costa, Diretor do Serviço de Oncologia do Hospital Santa Maria, afirma que estão a chegar aos hospitais doentes que deveriam ter sido seguidos mais cedo. “Preocupa-nos a forma como alguns desses doentes nos são referenciados, isto é, nós estamos a receber muitos doentes que, provavelmente, poderiam ter tido o diagnóstico do seu cancro em janeiro ou fevereiro ou março, mas que de alguma forma adiaram os exames e que depois, quando chegam para nós os tratarmos, chegam em situações mais evoluídas”.

O comentário dos nossos Professores sobre a realidade dos hospitais e os desafios da oncologia em tempo de pandemia, numa reportagem da SIC para ver ao detalhe aqui.