Professor Rui Tato Marinho promove a Saúde Digestiva na SIC Notícias
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senhora a dar entrevista por skype

 

A propósito do Mês da Saúde Digestiva, uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, e do inquérito que revelou o desconhecimento das doenças do aparelho digestivo em cerca de metade da população portuguesa, o Professor Rui Tato Marinho foi convidado pela SIC Notícias, a comentar o estado da saúde digestiva dos portugueses, bem como medidas de promoção da saúde e prevenção de doenças do aparelho digestivo.

O Presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia entende que “há muito a fazer”, no que respeita à educação para a saúde digestiva, adiantando que foi a pensar na falta de informação que a SPG decidiu avançar com publicações que incitem a boas práticas, para que de forma “credível e científica”, os portugueses tenham “atitudes corretas” e um estilo de vida que promova a saúde digestiva.

O Professor apontou alguns dos principais sintomas a que devemos estar atentos, indicando a falta de apetite persistente, o emagrecimento, a presença de sangue nas fezes e os olhos amarelos como sinais de alerta, recordando que 1/3 dos cancros dos portugueses afetam o aparelho digestivo. “E muitos destes cancros são assintomáticos,  doenças silenciosas, de modo que apelamos a um estilo de vida saudável, uma alimentação correta, evitando as gorduras, os fritos, muita carne vermelha todos os dias, açúcar, os bolos”, explicou o Professor, apelando, ainda, à prevenção da obesidade. “A obesidade favorece muito as doenças do aparelho digestivo, nomeadamente os cancros”, sublinhou Rui Tato Marinho. Daí a importância atribuída à prática regular de exercício. Na opinião do Professor, é urgente “por os portugueses a mexer, a fazer atividade física, pelo menos três vezes por semana, durante meia hora”.

 

imagem de grafismo sobre saude digestiva

A par da atividade física, é extremamente importante consultar um especialista “não só quando se está doente, mas antes”, defendeu Rui Tato Marinho, reiterando a importância de adotar medidas preventivas através, “por exemplo, de um plano sobre a saúde digestiva em relação à alimentação e ao rastreio de alguns cancros, em que o mais importante é o cancro do cólon do intestino grosso, que é o mais frequente dos portugueses, e por volta dos 45-50 anos nós recomendamos que se faça o rastreio”, afirmou.

O Professor mencionou também que, não obstante o grande impacto da pandemia sobre o tratamento das doenças do foro digestivo, conseguiu-se dar uma resposta eficaz às situações mais urgentes, realizando-se os exames considerados de maior urgência e todas as consultas por videochamada.

Rui Tato Marinho concluiu, dizendo que a SPG vai estar atenta e fazer uma “task force” de base formativa, mostrando-se confiante de que nesta fase de retoma generalizada e desconfinamento progressivo, haja maior recetividade e “uma abertura de espírito para as tais medidas de vida saudável, como a alimentação e o exercício físico”, para além da informação sobre outras doenças porque, como recordou o Professor, há muito mundo para além da Covid-19.