O impacto da Covid-19 na Cardiologia
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Homem de fato em videoconferência

Fausto J. Pinto falou com a Inside Now, a plataforma da News Farma dedicada à discussão da nova realidade dos serviços hospitalares, sobre a situação da Cardiologia na atual fase de pandemia.

“Obviamente que a pandemia teria que ter um impacto em todas as áreas da saúde, uma vez que é algo de novo”, e a área cardiovascular não foi exceção. A questão que se colocava era sobre qual o impacto real desta pandemia nas doenças cardiovasculares, depois de ser feita a avaliação inicial das necessidades dos hospitais. “Nós tivemos aqui vários momentos”, refere Fausto J. Pinto, um “momento inicial, em que não sabíamos exatamente o que é que iria acontecer”. Inicialmente, durantes as primeiras semanas houve uma suspensão da atividade eletiva, estando ativa a atividade de urgência, no entanto a partir de maio, a cardiologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte estabeleceu um plano de recuperação de toda a atividade não só na cardiologia, como também nas cirurgias cardiotorácica e cardiovascular. A “capacidade de resposta foi muito boa”, menciona o Diretor da Faculdade de Medicina. “De tal forma que tivemos inclusivamente capacidade de recuperação de listas de espera e, no fundo, darmos resposta aquilo que são as necessidades numa área critica”.

Fausto J. Pinto refere-se ainda ao receio que as pessoas, com problemas agudos, tiveram de se deslocar aos hospitais. Os resultados desta condicionante foram muito complicados. Na altura as angioplastias primárias (a forma mais adequada para o tratamento do enfarte do miocárdio) tiveram um decréscimo para metade, por exemplo, “o que aconteceu foi, as pessoas não virem ou virem numa fase muito tardia, com complicações resultantes da evolução da doença, que poderia ter sido tratada numa fase inicial”, menciona. “Agora ainda se verifica este problema, mas menos do que no início da pandemia”. É importante que a população saiba que, existindo um problema agudo, é seguro vir aos hospitais, “os hospitais estão perfeitamente adaptados para poder responder a qualquer situação covid ou não covid”.

Fausto J. Pinto refere-se ainda, a uma segunda pandemia, igualmente grave, “a pandemia da desinformação” através de uma série de fake news que vieram trazer alguma instabilidade.

Os doentes cardiovasculares estão inseridos no grupo de pessoas que têm maior probabilidade de desenvolver doença resultante da infeção pelo SARS CoV-2.

Fausto J. Pinto termina, referindo-se à vacina conseguida “em tempo recorde” e que se traduz numa “conquista da Ciência.” “A vacinação deve ser uma prioridade neste momento” e é o único meio para obtermos a imunidade de grupo.

Assista a esta entrevista aqui.