O Congresso Nacional de Estudantes de Medicina (CNEM) é dedicado a todos os estudantes de Medicina do país, organizado pela Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM), que representa cerca de 12.000 estudantes de Medicina em Portugal. Há mais de 30 anos que esta desempenha um papel de defesa dos interesses dos estudantes, constituindo hoje uma das mais dinâmicas e interventivas Associações de Representação Estudantil nacional.
Tendo como coordenadora geral uma aluna da FMUL, Catarina Nunes, esta 6ª edição do CNEM, que decorrerá nos dias 16 e 17 de novembro, pode ser uma oportunidade para formar os estudantes de Medicina, e assim contribuir para uma geração de futuros médicos mais informada, capacitada e proactiva.
O congresso que terá lugar na nossa Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa conta com o seu Diretor, Professor Fausto J. Pinto, como Membro da Comissão de Honra.
Fomos conversar com a coordenadora geral Catarina Nunes, até pela responsabilidade acrescida de ser aluna da Faculdade de Medicina e o resultado fica aqui. Num mês em que o nosso tema é precisamente entender as pessoas e eventos “Sem Fronteiras”, olhamos para as principais linhas gerais de um Congresso cujo tema este ano é … “ir mais além”.
Como é que a Catarina vai para à coordenação deste Congresso que assume tamanha relevância nacional?
Catarina: Sempre tive uma enorme vontade de me envolver em projetos. Comecei no 3ºano da Faculdade, fazendo parte da Comissão Organizadora do 7th AIMS Meeting. Foi uma experiência extraordinária e fez-me querer fazer mais projetos! No ano seguinte, fiz parte da Direção da AEFML, como Coordenadora do Departamento de Formação e Ciência, um desafio extremamente gratificante. Estas experiências permitem-nos crescer a vários níveis e por isso o “bichinho” foi crescendo. No ano seguinte, aceitei o desafio de ser Diretora de Formação da Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM), o que envolve, entre outros projetos, ser Coordenadora Geral do CNEM. Tem sido muito interessante construir algo desta dimensão, fazendo parte de uma equipa nacional. Tenho crescido muito!
Quais são as vossas principais preocupações na agenda deste ano?
Catarina: A Área de Formação, em que estou a trabalhar atualmente, assume como principal objetivo complementar a formação dos estudantes de Medicina. Para nós, é muito importante desenvolver atividades que promovam competências como gestão de tempo e stress, gestão de projetos ou gestão de conflitos. Desenvolvemos também estágios a nível nacional que permitem aos estudantes contactar com áreas que sempre quiseram explorar mais, como por exemplo determinadas especialidades com que não contactam tanto durante o curso ou áreas de investigação específicas. São muitas as iniciativas que desenvolvemos só nesta Área e acabam por ter grande adesão por parte dos estudantes! Sinto que acabamos por fazer a diferença!
Pelos números que já me falou numa breve apresentação do CNEM, percebe-se o alcance desta iniciativa, mas fala-me um pouco melhor do perfil destas pessoas que se juntam nestes dois dias?
Catarina: O CNEM acaba por juntar no mesmo espaço estudantes de Medicina de todas as Escolas Médicas do país, que procuram algo mais para a sua formação. São estudantes curiosos e cheios de vontade de conhecer o que há para além da Medicina. O mote do CNEM este ano é precisamente esse: “ir mais além”. A verdade é que cada vez mais nos dias de hoje a Medicina é muito mais do que a clínica em si. É fundamental abrir horizontes e procurar conhecer áreas complementares. Além disso, o facto de conseguirmos juntar tantas perspetivas diferentes de todo o país é extremamente enriquecedor só por si!
Em que matérias é preciso insistir e comunicar mais para que ao saírem deste Congresso tenhamos futuros médicos mais informados?
Catarina: Um dos pontos-chave do CNEM é o debate sobre os temas da saúde da atualidade. Procurámos incluir no CNEM um conjunto de Mesas Redondas sobre temas como a anti-vacinação, a eutanásia, as parcerias público-privadas ou as dietas alternativas, por reconhecermos a necessidade de uma partilha de ideias informada e séria sobre este tipo de assuntos. Os nossos workshops também assumem a mesma visão: são sobre temas habitualmente menos abordados e mais complementares ao nosso curso. Incluímos workshops sobre Pilates Clínico, Prescrição de Exercício Físico ou Linguagem Gestual, por exemplo. Além disso, as próprias Sessões Plenárias procuram ser inspiradoras e motivar os estudantes a ir mais além. No global, todo o programa do CNEM contribui para ter futuros médicos mais informados. Queremos que os estudantes se sintam mais capacitados e, acima de tudo, mais inspirados a ser mais e melhor: a chegar mais além!
Joana Sousa
Equipa Editorial