O profissional que desenvolve as atividades relacionadas com as doenças do Aparelho Digestivo é muitas vezes designado na gíria pelo “Gastro” ou os “Gastros”.
É pois uma honra e um prazer estar à frente dos destinos da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia nos próximos dois anos.
Tal não teria sido possível sem ter feito a minha Formação na Escola da Vida que são as duas Instituições onde tenho trabalhado nas últimas três décadas, i. e. Hospital Santa Maria e Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Sempre senti em todos os contactos a imagem de marca excelente, que abre portas, das duas instituições. O peso da “camisola” é muito forte. A título de exemplo foram cerca de 25.000 horas de urgência em cerca de 30 anos. Mais do que os comandantes da TAP:
Muitos dos líderes das várias sociedades científicas médicas do País e mesmo no estrangeiro têm vindo a ser formados nestas duas instituições ao longo dos últimos 50 anos.
A História das revistas científicas médicas indexadas na PubMed/Medline passa por esta casa: Cardiologia, Reumatologia, Pneumologia, Cirurgia Vascular, Gastrenterologia, Acta Médica Portuguesa. Muitos dos seus editores trabalharam e trabalham aqui, desenvolveram, inovaram, indexaram.
Será que poderemos falar numa carreira nas sociedades científicas? Tenho vindo a desenvolver intenso trabalho nas sociedades científicas: Secretário-Geral e Presidente da Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado, Secretário-Geral, vogal, vice-presidente, editor-chefe do GE – Jornal Português de Gastrenterologia e na Ordem dos Médicos presidente do Colégio de Hepatologia, editor-chefe da Acta Médica. A nível internacional na União Europeia de Gastrenterologia, Viral Hepatitis Prevention Board, European Liver Patient Assosciation
A experiência numa Sociedade Científica traduz aprendizagem científica, network, negociação, liderança, gestão de conflitos, negociação, trabalho em equipa multitask, gestão financeira, gestão de tempo, organização de eventos, uso das redes sociais, pedagogia, lidar com os diversos stakeholders, equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, entender a dimensão nacional da nossa prática como especialistas, etc Já há quem solicite para o cargo de Diretor de Serviço experiência em Sociedades Científicas e em gestão.
A gastrenterologia lida com várias entidades com elevado impacto na sociedade portuguesa. Impossível pensar um País feliz sem gastrenterologistas. Quem faria as endoscopias, colonoscopias? Quem lidaria com as hemorragias digestivas, com os complexos doentes hepáticos, com a amarela icterícia, com a diarreia crónica?
Qual o nosso core business: três doenças no Top Ten da mortalidade Portuguesa (cancro do cólon e reto, cancro do estômago, doença do fígado), 1/3 de todos os cancros são do aparelho digestivo, dois dos cancros com pior prognóstico são do aparelho digestivo esperando-se que aumentem a sua incidência e mortalidade nas próximas três décadas. E que dizer de 1 milhão de portugueses com doença do intestino irritável, 2 milhões com obstipação, 3 milhões com doença de refluxo, 20.000 com doença inflamatória intestinal, 10 milhões de diarreias por ano…
A Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia está numa fase de intenso crescimento, representando 800 gastrenterologistas, com uma nova e moderna sede, staff de elevada qualidade e profissionalismo, uma revista recentemente indexada na PubMed, associado a um número crescente de publicações internacionais que aumentou cerca de 1000% por ano nos últimos quinze anos.
Pensamento para casa? Apesar da dita crise (dizia o Prof. Vitorino Nemésio que a crise é permanente, o Homem está sempre em crise in “Era do Átomo, Crise do Homem) é possível ser Feliz e fazer uma carreira rica no Hospital Santa Maria e na Faculdade de Medicina. Tem sido uma honra e um prazer.
No fundo para prestarmos melhores cuidados de saúde aos portugueses, formarmos os nossos médicos e investigar cada vez com mais eficiência. É a nossa tripla Missão.
As Sociedades científicas são um veículo multifacetado potencialmente facilitador para estes objetivos.
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Prof. Doutor Rui Tato Marinho
Prof. Associado com Agregação, na Clínica Universitária de Gastrenterologia da FMUL
Presidente da Direção da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia