Nota Editorial
Mensagem do Presidente da Associação de Estudantes
O início do presente ano lectivo constitui em si mesmo um momento simbólico de fim e de começo simultâneo de duas Eras na vida da nossa bem amada Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Esta encerra agora um período de transição para a Reforma Curricular iniciada no ano de 2007, sendo este o primeiro ano lectivo em que todos os alunos se encontrarão abrangidos pela reestruturação de que a sua Faculdade foi alvo.
Grande foi o cepticismo e temor inicial que rodeou a implementação desta mudança na filosofia de ensino da FMUL – de como aliás se lembrarão os mais antigos, das míticas Assembleias-gerais de Alunos de então, dominadas pela incerteza e dúvida quanto ao futuro do curso.
Mas facto é que a Reforma aí está: firme, segura e determinada no cumprimento do seu desígnio de modernização do ensino da Medicina, numa instituição que se quer ela própria moderna e vanguardista, na mais literal acepção das palavras.
O ambiente em que esta metamorfose de Licenciatura a Mestrado Integrado é vivido demonstra igualmente o inabalável espírito dos alunos desta casa, que, constantes no interesse demonstrado pelos destinos do ensino de excelência prometido aquando da sua inscrição, rompem quotidianamente com a imagem dicotómica, clássica e estereotipada de apatia-reaccionarismo juvenil infundados. O acompanhamento do processo é antes permanente e responsável, caminhando agora, no começo desta nova presumível Era, para uma fase adulta de profunda retrospecção...
É urgente garantir que o esforço feito por docentes, discentes e técnicos não foi apenas cosmético, verificando-se enfim a verdadeira integração de conteúdos de forma interdiscplinar, e não apenas como uma nova soma feita de velhas parcelas.
É urgente assegurar um sistema de avaliação continuada dos estudantes, que sendo naturalmente exigente na sua craveira, se paute também pela justeza dos seus critérios, não penalizando os discentes no equilíbrio entre o aproveitamento de oportunidades de aprendizagem, e a adaptação a formas de avaliação decorrentes da integração (quiçá) deficitária de conteúdos.
É urgente repensar a filosofia de distribuição de horas de contacto teórico, teórico-prático, prático e de estudo autónomo, analisando os resultados obtidos pela adopção do ensino centrado em problemas (problem based learning) não apenas em instituições internacionais de referência, mas também em exemplos nacionais de sucesso.
É urgente proporcionar não só a antecipação do contacto clínico no percurso académico do jovem projecto-de-médico, mas também zelar pela qualidade desse mesmo contacto, através de uma corajosa remodelação da distribuição de horas de ensino prático e teórico-prático – para a qual a AEFML contribui decisivamente com soluções próprias – com o objectivo último de assegurar um ratio tutor-aluno que se adeqúe e permita um ensino verdadeiramente superior.
É urgente lutar por um tronco opcional efectivamente digno desse nome, que permita ao estudante complementar a sua formação médica em áreas do conhecimento do seu real interesse, independentemente de estas serem ministradas pela Faculdade ou não. Neste âmbito, a AEFML congratula-se e ao Coordenador das Actividades do Tronco Opcional, Prof. Doutor António Castanheira-Dinis, pela ainda recente vitória da creditação ECTS das suas actividades mais meritórias, de que são exemplos os vários programas de intercâmbio clínico e científico realizados aquém e além fronteiras – cujos relatos podem ser lidos nesta mesma edição da news@fmul.
Estão, pois, patentes algumas áreas da nossa jovem reforma que carecem ainda de cuidada análise por parte dos seus intervenientes, motivo pelo qual a (re)instituição de um Departamento de Educação Médica – tal como o Programa de Candidatura do Director da Faculdade, Prof. Doutor José Fernandes e Fernandes, preconiza – assume um carácter de, e passo uma última vez a anáfora, Urgência.
Mas esta nova Era que aqui ouso adivinhar não se cinge à discussão de temas intrínsecos ao ciclo de vida da nossa nobre Academia – muito pelo contrário. Um dos principais estandartes desta nova forma de estar do corpo estudantil da FMUL será sem dúvida a sua abertura para o exterior, numa consciência crescente e alargada das condicionantes que a sua carreira médica assumirá num futuro não tão longínquo.
As Escolas Médicas, os Conselhos Nacionais do Internato Médico e do Médico Interno, a própria Ordem, e os Ministérios da Saúde e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, unem-se neste momento em torno do debate de questões relacionadas com a adopção de um novo Regulamento do Internato Médico, Introdução da Média de Curso de forma ponderada no Acesso à Formação Específica (e não apenas para desempate), Alteração da Prova Nacional de Seriação, entre outros assuntos relativamente aos quais os estudantes já se mostraram sensíveis num passado recente.
Nesse sentido, e enquanto órgão máximo de representação estudantil, a AEFML não poderá deixar de encarar como seu primordial papel a mobilização dos alunos para uma discussão fundamentada e esclarecida de todas estas variáveis, agindo depois, e sempre em sede própria, em conformidade com a voz da maioria.
Para tal, a aposta no desenvolvimento e cultivo de uma relação de proximidade com quem nos representa é absolutamente crucial na definição de intervenção estratégica da AEFML – tendo a agradecer a sempre inestimável abertura do Prof. Doutor Miguel Oliveira da Silva, presidente do Conselho Pedagógico da FMUL, e da colega Inês Laíns, presidente da Associação Nacional de Estudantes de Medicina – , cuidando sempre para não alienar o interesse e motivação dos estudantes, tão patente agora quanto há 3 anos, aquando da discussão da reforma com que iniciei esta nota editorial.
Termino, enfim, com uma palavra de encorajamento dirigida aos que pela primeira vez lerão esta newsletter, meus colegas do primeiro ano. O (per)curso não é fácil, mas é fazível. O caminho pelo qual optaram enveredar estará em constante mudança durante os seis anos que o percorrerem, mas serão apoiados a todo o momento pela vossa faculdade – seja por nós, colegas, ou mesmo pelos Tutores médicos que estão disponíveis para vos receber e motivar. Da mesma forma, não deixem de tirar partido das actividades de recepção que foram pensadas à vossa medida, e até mesmo da própria praxe – dentro, claro está, da normalidade e convivência civilizada que devem pautar os alunos de medicina.
Por tudo isto e muito mais, interessem-se!, informem-se!, participem na construção do vosso futuro!
Diogo Medina, Presidente da AEFML, 217 818 890, diogomedina@aefml.pt
Grande foi o cepticismo e temor inicial que rodeou a implementação desta mudança na filosofia de ensino da FMUL – de como aliás se lembrarão os mais antigos, das míticas Assembleias-gerais de Alunos de então, dominadas pela incerteza e dúvida quanto ao futuro do curso.
Mas facto é que a Reforma aí está: firme, segura e determinada no cumprimento do seu desígnio de modernização do ensino da Medicina, numa instituição que se quer ela própria moderna e vanguardista, na mais literal acepção das palavras.
O ambiente em que esta metamorfose de Licenciatura a Mestrado Integrado é vivido demonstra igualmente o inabalável espírito dos alunos desta casa, que, constantes no interesse demonstrado pelos destinos do ensino de excelência prometido aquando da sua inscrição, rompem quotidianamente com a imagem dicotómica, clássica e estereotipada de apatia-reaccionarismo juvenil infundados. O acompanhamento do processo é antes permanente e responsável, caminhando agora, no começo desta nova presumível Era, para uma fase adulta de profunda retrospecção...
É urgente garantir que o esforço feito por docentes, discentes e técnicos não foi apenas cosmético, verificando-se enfim a verdadeira integração de conteúdos de forma interdiscplinar, e não apenas como uma nova soma feita de velhas parcelas.
É urgente assegurar um sistema de avaliação continuada dos estudantes, que sendo naturalmente exigente na sua craveira, se paute também pela justeza dos seus critérios, não penalizando os discentes no equilíbrio entre o aproveitamento de oportunidades de aprendizagem, e a adaptação a formas de avaliação decorrentes da integração (quiçá) deficitária de conteúdos.
É urgente repensar a filosofia de distribuição de horas de contacto teórico, teórico-prático, prático e de estudo autónomo, analisando os resultados obtidos pela adopção do ensino centrado em problemas (problem based learning) não apenas em instituições internacionais de referência, mas também em exemplos nacionais de sucesso.
É urgente proporcionar não só a antecipação do contacto clínico no percurso académico do jovem projecto-de-médico, mas também zelar pela qualidade desse mesmo contacto, através de uma corajosa remodelação da distribuição de horas de ensino prático e teórico-prático – para a qual a AEFML contribui decisivamente com soluções próprias – com o objectivo último de assegurar um ratio tutor-aluno que se adeqúe e permita um ensino verdadeiramente superior.
É urgente lutar por um tronco opcional efectivamente digno desse nome, que permita ao estudante complementar a sua formação médica em áreas do conhecimento do seu real interesse, independentemente de estas serem ministradas pela Faculdade ou não. Neste âmbito, a AEFML congratula-se e ao Coordenador das Actividades do Tronco Opcional, Prof. Doutor António Castanheira-Dinis, pela ainda recente vitória da creditação ECTS das suas actividades mais meritórias, de que são exemplos os vários programas de intercâmbio clínico e científico realizados aquém e além fronteiras – cujos relatos podem ser lidos nesta mesma edição da news@fmul.
Estão, pois, patentes algumas áreas da nossa jovem reforma que carecem ainda de cuidada análise por parte dos seus intervenientes, motivo pelo qual a (re)instituição de um Departamento de Educação Médica – tal como o Programa de Candidatura do Director da Faculdade, Prof. Doutor José Fernandes e Fernandes, preconiza – assume um carácter de, e passo uma última vez a anáfora, Urgência.
Mas esta nova Era que aqui ouso adivinhar não se cinge à discussão de temas intrínsecos ao ciclo de vida da nossa nobre Academia – muito pelo contrário. Um dos principais estandartes desta nova forma de estar do corpo estudantil da FMUL será sem dúvida a sua abertura para o exterior, numa consciência crescente e alargada das condicionantes que a sua carreira médica assumirá num futuro não tão longínquo.
As Escolas Médicas, os Conselhos Nacionais do Internato Médico e do Médico Interno, a própria Ordem, e os Ministérios da Saúde e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, unem-se neste momento em torno do debate de questões relacionadas com a adopção de um novo Regulamento do Internato Médico, Introdução da Média de Curso de forma ponderada no Acesso à Formação Específica (e não apenas para desempate), Alteração da Prova Nacional de Seriação, entre outros assuntos relativamente aos quais os estudantes já se mostraram sensíveis num passado recente.
Nesse sentido, e enquanto órgão máximo de representação estudantil, a AEFML não poderá deixar de encarar como seu primordial papel a mobilização dos alunos para uma discussão fundamentada e esclarecida de todas estas variáveis, agindo depois, e sempre em sede própria, em conformidade com a voz da maioria.
Para tal, a aposta no desenvolvimento e cultivo de uma relação de proximidade com quem nos representa é absolutamente crucial na definição de intervenção estratégica da AEFML – tendo a agradecer a sempre inestimável abertura do Prof. Doutor Miguel Oliveira da Silva, presidente do Conselho Pedagógico da FMUL, e da colega Inês Laíns, presidente da Associação Nacional de Estudantes de Medicina – , cuidando sempre para não alienar o interesse e motivação dos estudantes, tão patente agora quanto há 3 anos, aquando da discussão da reforma com que iniciei esta nota editorial.
Termino, enfim, com uma palavra de encorajamento dirigida aos que pela primeira vez lerão esta newsletter, meus colegas do primeiro ano. O (per)curso não é fácil, mas é fazível. O caminho pelo qual optaram enveredar estará em constante mudança durante os seis anos que o percorrerem, mas serão apoiados a todo o momento pela vossa faculdade – seja por nós, colegas, ou mesmo pelos Tutores médicos que estão disponíveis para vos receber e motivar. Da mesma forma, não deixem de tirar partido das actividades de recepção que foram pensadas à vossa medida, e até mesmo da própria praxe – dentro, claro está, da normalidade e convivência civilizada que devem pautar os alunos de medicina.
Por tudo isto e muito mais, interessem-se!, informem-se!, participem na construção do vosso futuro!
Diogo Medina, Presidente da AEFML, 217 818 890, diogomedina@aefml.pt