Reportagem / Perfil
Leonor Parreira - de Alma e Razão
Perguntei-lhe se ainda vivíamos os tempos de ouro que me descreveu aquando médica interna em Santa Maria. Respondeu-me que de ouro há agora os meninos, estudantes preciosos que se irão deparar com as extremas dificuldades de um sistema nacional de saúde que não lhes facilitará a vida.
Não o disse porque o feitio não lho permite, mas fez parte de um grupo que marcou vários dos que hoje dão alma à Faculdade de Medicina e à Ciência.
A conselho de um amigo que lhe é próximo quisemos conhecer de perto a sua história de vida, mas fomos com o aviso que diz exatamente aquilo que pensa, traço que é sobejamente conhecido nas reuniões dos órgãos de decisão que ocupa dentro da Faculdade. Outra coisa não seria de esperar de uma mulher que já viveu uma vida clínica, fez achados na ciência e passou pela política quando o país mais precisou de ajuda nos últimos anos.
Maria Leonor da Silva Parreira nasceu em Viseu em 1952, é mãe de duas filhas e avó de 4 netos. Formou-se na Faculdade de Medicina de Lisboa em 1975, lugar onde acabou sempre por voltar ao longo da sua vida. Especialista em Hematologia acaba por interromper a carreira hospitalar passando a dedicar-se em exclusivo ao ensino e à investigação.
Atualmente Professora Catedrática da FMUL faz parte do Conselho de Escola e do Conselho Científico e dirige o Instituto de Histologia e Biologia do Desenvolvimento da mesma Faculdade. Sobre o Conselho de Escola diz ser um “órgão consultivo importante” que tem o papel de eleger o diretor da FMUL e de monitorizar a sua atividade, “algo nada difícil já que o Diretor trabalha muito bem”.
Foi investigadora no Instituto Gulbenkian de Ciência e um dos membros fundadores do iMM com João Lobo Antunes.
Pró-Reitora para a investigação da ULisboa, foi presidente do GAPIC sucedendo ao seu criador David Ferreira.
Passou pela presidência da Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa, foi diretora do Programa Gulbenkian de doutoramento para médicos clínicos, é membro titular da Academia Portuguesa de Medicina. Fez ainda parte do Painel de Avaliação de Bolsas de Doutoramento e Pós-Doutoramento em Ciências da Saúde da Fundação para a Ciência e Tecnologia assumindo a sua cocoordenação durante 6 anos com Rui Victorino. É autora de várias publicações científicas, em revistas internacionais e nacionais.
Mulher rigorosa, tem uma imagem que obriga, num primeiro trato, a manter uma distância para observação. Numa entrevista ao jornal Público, uma sua aluna de doutoramento descrevia que Leonor Parreira não era “simpaticazinha”, característica que confirma não cultivar, pois não a julga útil quando se trata do rigor na prática da Ciência. Diz-me que as pessoas que respeita e que mais a ensinaram clínica e cientificamente, também não o eram e relembra João Lobo Antunes, com quem trabalhou, que muitas vezes lhe disse que “só poupava quem não lhe interessava”. Fala-me das suas referências dos seus tempos de aprendiz de médica. O Dr. Frederico Silveira Machado que ao passar em revista os doentes do S.O. do Banco de Santa Maria perguntava, perante o desconhecimento clínico de alunos ou internos, “ouça, não lhe dá jeito perceber o que anda a fazer?”. Pergunta “letal”. Ou dos tempos em que numa visita à Enfermaria do Professor Ducla Soares aprendeu a lição que jamais esqueceria. “Era uma paciente muito nova, eu tinha estudado todo o processo clínico e feito o exame físico que julgava completo. Tinha palpado um baço grande que descrevi com detalhe; a dada altura vi o Professor palpar insistentemente o hipogastro. Depois olhou para mim e perguntou de quantas semanas era a gravidez. Fiquei gelada. Nunca mais me aconteceu”.
Mas foi nos tempos de Londres, onde fez investigação na Royal Post-Graduate Medical School, Hammersmith Hospital, que conheceu Luccio Luzzatto, o diretor do Departamento de Hematologia. Confrontada com a terminologia críptica dos biologistas moleculares, percebeu que teria muito que estudar e sair da sua área de conforto, que era a clínica. Luzzatto deu-lhe um livro de Ursula Goodenough - “Genetics”, que ele considerava o melhor livro de genética alguma vez escrito. Leu-o todo. Passou a ser fácil lidar com o “snobismo dos termos codificados”.
Deu aulas de clínica aos alunos do 4º e 6º anos de Medicina e de Biologia Molecular e de Histologia aos alunos dos primeiros anos.
Sempre teve uma certa distância em relação ao ativismo político, mesmo numa fase, enquanto estudante, em que a ditadura fazia por pesar nas regras das faculdades. Ainda assim e por um desafio lançado por Nuno Crato, assumiu em 2011 o papel de Secretária de Estado da Ciência. Perante um cenário de um país pobre, com os Ministérios reduzidos, o gabinete da Ciência nunca teve mais de 4 a 5 elementos. Conta que um conceituado professor universitário terá comentado que nem um ano lhe daria para sobreviver ali, por falta de gente. Enganou-se, geriu a Ciência durante quase 5 estóicos anos e contou sempre com total liberdade de ação por parte do Ministro da Educação e Ciência.
Politicamente independente recorda o antigo Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, como um homem sério e que dizia a verdade. Mas, diz também, que a “verdade despojada pode ser violenta”. Guarda boas recordações dos ministros das finanças, Vitor Gaspar e Maria Luis Albuquerque, nunca tendo tido com eles o problema da “cativação” do orçamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia.
Descobri que era do mesmo ano do Professor José Ferro (Presidente do Conselho de Escola e Diretor de Neurologia em Santa Maria), de quem ainda hoje é amiga.
Leonor Parreira: Somos colegas de curso. O Zé Ferro é das pessoas intelectualmente mais sofisticadas que conheço e um excelente médico. Tem uma inteligência muito matemática, intimidante. Lembro-me desses tempos de estudante. Ele era o melhor aluno do curso; estudámos juntos e com outros colegas. Então sabe o que acontecia? Ele aprendia mais depressa do que nós e como é generoso, partilhava o que aprendia e ensinava-nos “técnicas” para exame. Foram tempos altamente divertidos.
Especialista em Hemato-Oncologia assistiu de perto a vários casos de cancro. Dizia algures que lidar com o sofrimento humano a fez ganhar muito respeito pela humanidade.
Leonor Parreira: Lidar com o doente em geral, mas principalmente com aquele que tem medo de uma doença que julga mortal. É uma grande fragilidade. Lembro-me de dois ensinamentos que colhi de duas pessoas. Um foi com João Lobo Antunes quando ele falava da “humanidade ferida”. É, de facto, muito mais que o sofrimento orgânico. É a humanidade individual, ela própria. Outro aprendi com Silveira Machado, no Banco de urgência, que nos dizia: “lembrem-se que o doente que entra aqui perde a identidade. Tiram-lhe os anéis, o relógio, a dentadura e vestem-lhe um bibe. Deixa de ser ele, entrou num ambiente hostil, está com medo, consciente da sua mortalidade. É por isso importante que um médico, sobretudo num serviço de urgência, toque no doente. E é tanto mais importante quanto mais velho for”. Já viu que todos gostam de tocar as crianças? Mas nos mais velhos ninguém quer tocar, porque são velhos, por vezes com pouca higiene, inspiram menos ternura. Então, dizia-nos, toquem na mão do doente quando falam com ele, devolvam-lhe a identidade. Já passaram 40 anos e nunca mais esqueci isto.
Foi a sede de fintar a morte que a fez seguir pela Ciência?
Leonor Parreira: Não, de todo. Desde os tempos do internato que tinha grande atração pela biologia de alterações genéticas em hemopatias malignas. Foi por isso que me candidatei a um estágio no que era na altura o melhor centro de Hemato-Oncologia da Europa. Fui aprender citogenética de leucemias, o estudo de anomalias cromossómicas, uma área em grande desenvolvimento à época. Foram só 2 anos, porque estava a fazer o internato, mas foi uma experiência transformadora. Foi aí que conheci Luccio Luzzatto, o diretor do Departamento de Hematologia, médico e biologista molecular, carismático, muito culto. Aprendi a pensar em ciência com ele e foi com ele que fiz um curso prático de Biologia Molecular. Mas, quando manifestei interesse em fazer mais uns tantos, ele perguntou porquê. Respondi-lhe “for the sake of knowledge”. Ele respondeu que isso não era suficiente. Disse-me que estava na altura de aplicar o conhecimento adquirido e montar um Laboratório de Biologia Molecular no meu país. Eu não sabia bem o que fazer. Acabei o internato, pratiquei Hematologia clínica durante mais dois ou 3 anos, já como Assistente Hospitalar, até que decidi renunciar à atividade clínica e ingressar no Instituto de Histologia, na altura dirigido pelo Prof. David-Ferreira. Não havia condições nenhumas para fazer biologia molecular. Foi nessa altura que se deu uma circunstância feliz. Nascia o primeiro programa de apoio à instalação de laboratórios em Portugal, em 1990, com Mariano Gago. Na altura o Professor David Ferreira sugeriu-me que concorresse. E concorri com o projeto que tinha iniciado em Londres - estudar a constituição molecular dos genes de imunoglobulinas e dos recetores de células T em leucemias agudas. Ganhei o projeto, o que me permitiu comprar todo o equipamento para instalar o laboratório. O diretor da Faculdade, Prof. Miguel Carneiro Moura, decidiu então fazer um “matching” de fundos e a Faculdade financiou a compra das bancadas e outros materiais para o Laboratório. Nascia ali o primeiro Laboratório de Biologia Molecular da Faculdade de Medicina, julgo que o primeiro nas Faculdades de Medicina. No início estava só eu, depois as coisas foram evoluindo, fiz o doutoramento e passei a ser Professora Auxiliar da disciplina de biologia celular e molecular.
Há uma coisa muito curiosa que diz a respeito do doutoramento, é que já o fez muito tarde. Este tipo de formação tem um prazo de execução para si?
Leonor Parreira: Acho que sim. Uma das razões óbvias é a diminuição da criatividade à medida que os anos passam. O auge da criatividade estará entre os 20 e os 30 anos. Ora, o doutoramento deve ser a pesquisa que nos leva a algo novo e quanto mais jovem, maior a probabilidade de vir algo verdadeiramente novo. O doutoramento não é um fim, é um princípio. Aquela ideia de ter um doutoramento como patamar cimeiro da carreira é absurda. Eu fiz o meu doutoramento com 41 anos, ou seja, velha (Ri) Mas sabe, houve uma coisa que para mim foi penosa. Tive de interromper a minha carreira clínica, de que gostava muito, porque não consegui conciliar o trabalho assistencial com o trabalho experimental. Mas o mais grave é que, passados estes anos, os jovens médicos continuam a não ter tempo protegido para investigação. Assistimos à forma desumana como os jovens internos que estão a fazer doutoramento tentam conciliar um trabalho clínico extremamente exigente com a atividade de pesquisa, ela própria não menos exigente.
Custou-lhe a decisão de abandonar a clínica?
Leonor Parreira: Custou sim. E na altura tinha diante de mim um mundo desconhecido. No Hospital tinha uma posição já sénior de que gostava. Na Faculdade não tinha laboratório, não tinha financiamento, não tinha massa crítica na minha área de interesse. Se não tivesse aparecido o programa do Ministério da Ciência eu teria desistido e voltado à clínica. Depois do doutoramento passei a colaborar com Carmo-Fonseca no estudo da organização do genoma no núcleo celular. Eu utilizava os meus modelos de estudo, células do sangue. Acabei por ter o meu próprio grupo de investigação. Mas passado um tempo senti que não podia ir mais além naquela área. Foi então que chegou ao Instituto Domingos Henrique, vindo de Oxford com técnicas pioneiras que permitiam estudar um sistema biológico poderoso, no que respeita à diferenciação celular e à biologia do desenvolvimento, o sistema Notch. Voltei a mudar de área. Graças a esta mudança penso que consegui a minha contribuição científica mais importante. Descobrimos como uma célula precursora do sangue escolhe entre dois destinos mutuamente exclusivos - ser um linfócito B ou T. Foi a partir deste momento que criei a Unidade de Biologia de Hematopoiese com um grupo pequeno mas talentoso. Estudávamos a diferenciação de células estaminais de medula óssea humana e de células estaminais embrionárias de ratinho. Por esta altura nascia o iMM onde residiu o nosso grupo até 2008.
Eis que em junho de 2011 Nuno Crato aparece com um pedido inesperado, que aceitasse ser a Secretária de Estado para a Ciência.
Percebe-se agora ao ouvi-la que nunca foi propriamente uma pessoa política.
Leonor Parreira: Não, nada! Nunca tive simpatias políticas, nem tenho. Mas na altura o país estava em bancarrota, coisa que muitos parecem já ter esquecido. Disse-lhe, “mas eu não tenho qualquer experiência política”. E ele respondeu-me “eu também não, mas os tempos estão difíceis”.
E portanto quando se aceita um cargo político perante um cenário de bancarrota é porque se sente uma missão para com o próprio país?
Leonor Parreira: Sim. Repare, o país estava de facto em bancarrota, uma tragédia, alguém vai ter consigo e diz-lhe que tem a experiência de vida suficiente para ajudar, quer dizer…. Mas não será isto um dever de cidadania? Aceitei sem fazer a mínima ideia onde me ia meter. Foi duro… uma altura em que as contestações estavam na rua com grande agressividade. Sabe que quando me perguntam o que é que eu sinto sobre esse tempo, vêm-me três coisas à cabeça. A primeira, muito interessante, é a escala. Você muda de escala perante a dimensão dos problemas. Ali estamos diante de um país, já não é a Faculdade, nem a Universidade, ali não há filhos, nem enteados. Se formos honestos, e eu quero crer que a maioria o é, passa-se a sentir o peso da grande escala.
Essa grandeza de responsabilidade não assusta?
Leonor Parreira: Assusta, porque sabemos que são sempre cometidos erros, mas eu também acho que os bons princípios prevalecem sempre. Se vier alguém, e há muitos, a pedir benesses e a tentar influenciar a decisão a seu favor, não se cede.
Mas pode a seguir sofrer as consequências dessa não cedência
Leonor Parreira: Sem dúvida! E isso leva-me aos outros dois pontos que me faltaram referir há pouco e que são as consequências. O ruído. O ruído enorme e brutal que me entrava todos os dias pelo email com notícias.
Lia tudo?
Leonor Parreira: Eu lia e lia a violência das palavras ad personam. Pensava para mim, isto é uma coisa irracional, estas pessoas confundem o argumento com o insulto. E num período agudo de dificuldades, aquela agressão cáustica. Ruído, ruído, ruído. É desagradável. E depois a terceira coisa foi, paradoxalmente, o silêncio… (pára um pouco) o silêncio ensurdecedor de todos aqueles que partilhavam a nossa visão para a Ciência bem como os critérios de exigência qualitativa que perseguíamos. Estranhamente, nunca vieram a público contraditar o “ruído”. Portanto, escala, ruído e silêncio, são o legado da minha experiência de Governo.
Descobriu uma faceta da Humanidade que preferia não ter conhecido?
Leonor Parreira: Descobri sim. Descobri…
Porque essa não é a mesma Humanidade que se recebe num hospital e está frágil…
Leonor Parreira: Não é, não. Embora seja uma humanidade previsível e eu já tinha idade para não ter tido surpresas, mas tive. Houve tentativas de me influenciarem a mim e à própria FCT e isso deixava-me pasmada, eram cientistas, professores. E parte do ruído veio daí, julgo eu. E, também, de alguma falta de compreensão geral. Acho que nós não nos explicámos bem, nem tínhamos profissionais de comunicação a ajudar-nos. Deixe-me dizer-lhe, contudo, que há coisas muito positivas a lembrar, a relação com colegas do Governo, em particular da educação e das finanças e, também, a relação com a administração central. Gente leal, séria, muito competente.
Quando sai do Governo regressa à Faculdade?
Leonor Parreira: Sim. Estive envolvida no arrancar da task force do Hospital de Santa Maria para os centros de referência durante a licença obrigatória (lei criada por Mariano Gago para alguém que estivesse mais de 3 anos no Governo) de 6 meses e aproveitei para ler, estudar, assistir a aulas. Depois retomei algumas aulas, integrei a Comissão de Avaliação Interna da Faculdade e, mais recentemente, o Conselho de Escola e o Conselho Científico. Mas não vou refazer um grupo de investigação. Agora é o tempo de me concentrar nos mais jovens, tentar criar-lhes as melhores condições de trabalho, na medida das minhas possibilidades.
Sente-se “amachucada” destes anos de Governo?
Leonor Parreira: Amachucada… (Sorri) Não. Sinto-me cansada, se calhar ainda não recuperei totalmente. Talvez se fosse 10 ou 15 anos mais nova, mas assim…. Hoje em dia, não tenho paciência nenhuma para micro management.
Fala muito do fator idade…
Leonor Parreira: Porque a sinto. Mas não me custa envelhecer, acho que o estou a fazer bem.
Cansada ou desiludida? Porque ao início quando me falou da sua carreira médica e depois das descobertas da Ciência, falava de forma vibrante. E nessa altura não falava com cansaço.
Leonor Parreira: Desiludida não. Pelo contrário. Repare, eu tive o privilégio de viver ao longo dos anos experiências únicas, extraordinárias e, acima de tudo, de privar com pessoas excecionais, na inteligência e no carácter, que me ajudaram e continuam a ajudar. Haverá maior sorte do que isto?
Quando borbulhava nos tempos de estudante e conheceu Luzzato ele instigou-a sempre a fazer pelas coisas, dizendo-lhe “hands on”. E Leonor Parreira sempre foi assim, foi pondo as mãos em tudo o que queria que acontecesse.
Quando lhe perguntei de onde veio a coragem para tomar decisões no meio dos túneis sem luz, respondeu-me que nunca foi por coragem que se moveu, mas por uma curiosidade egoísta. Depois era agarrar as oportunidades “porque quem não as agarra, não se pode queixar”.
Mulher rigorosa disseram-me, verdade. Nada intimidante, vê-se agora, baseia-se apenas em princípios primordiais que causam espanto quando não encontrados no outro. É fácil entender a sua paixão pela Ciência. “Escola da razão e do rigor, procurando a verdade com leis racionais, escola da tolerância porque se aprende com o erro, escola de democracia, onde todos se destacam pelo seu desempenho, sem rótulos sociais, raciais ou religiosos”. A Ciência, essa que ainda hoje a arrebata como um primeiro amor que marca mais do que os outros que se seguem, poderia ser aprendida por todos e quem sabe por alguns políticos e talvez hoje o país tivesse uma parte da história mais feliz para contar.
Maria Leonor Parreira tem um olhar azul contido e o cabelo curto grisalho, partes suas que contam tanto do pouco que se escreveu.
Joana Sousa
Equipa Editorial