Do lado de cá
O Coro e a Orquestra da Faculdade de Medicina
A equipa da News conversou com a Bárbara Saraiva e a Madalena Correia que atualmente são as responsáveis pela Direção Artística do Coro e Orquestra, respetivamente. Amavelmente escreveram-nos um texto de apresentação de toda a equipa, ao mesmo tempo que nos responderam a duas breves questões.
O Coro Médico de Lisboa e a Orquestra Médica de Lisboa abriram a cerimónia mais importante que a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa tem todos os anos, o Dia da Faculdade. Ouvi-los, consagra a certeza que o ser humano é composto por inúmeras qualidades raras e que, todas juntas, o tornam ainda mais especial.
O Coro e a Orquestra Médicos de Lisboa são dois projetos que nasceram em 2015, fruto da vontade dos estudantes de Medicina de poderem continuar a sua atividade musical, aliada ao curso. Atualmente, os dois grupos, no seu conjunto, contam já com 70 membros, de entre alunos, ex-alunos e médicos, das duas Faculdades de Medicina da cidade de Lisboa, onde a música é a linguagem unificadora dentro de toda a comunidade médica.
A ideia que esteve na génese da formação de ambos os grupos era criar um espaço onde os estudantes e médicos pudessem prosseguir o seu amor e dedicação à música mesmo estando a estudar medicina, desmistificando um pouco a ideia de que entrando para este curso temos que nos dedicar quase única e exclusivamente ao estudo. No fundo sempre acreditámos, e continuamos a acreditar com cada vez mais convicção, que são projetos desta índole que formam médicos mais plurais, mais humanos e mais motivados e que é essencial que nos entreguemos a outras artes além da arte da medicina, para que possamos ser mais felizes e saudáveis.
Ao longo destes anos, os grupos já tiveram a oportunidade de atuar em algumas salas de Lisboa, como a Aula Magna da Universidade de Lisboa, Culturgest, Teatro Thália, Cinema São Jorge, Teatro Camões, Teatro Tivoli, Campo Pequeno, Teatro Nacional de São Carlos, entre outras.
Desde música clássica, bandas sonoras, música portuguesa, jazz e gospel, os dois grupos destacam-se pela sua versatilidade de repertório musical.
Falem-nos quem são as pessoas que fazem parte deste grupo de antigos alunos da Faculdade de Medicina? O que fazem profissionalmente e que papel específico têm no Coro ou na Orquestra.
Bárbara e Madalena: O Coro e a Orquestra Médicos de Lisboa são constituídos por alunos e ex-alunos das duas Faculdades de Medicina de Lisboa. Pertencem aos vários anos do Mestrado Integrado em Medicina, são Internos do Ano Comum ou Internos da Especialidade. Temos cada vez mais médicos nos dois grupos, principalmente ex-alunos que já integravam o coro ou a orquestra e que quiseram continuar, mesmo depois de terminarem os estudos. No fundo, esse sempre foi um dos principais objetivos destes grupos: permitir que a atividade musical se mantenha, tanto na universidade como depois durante a vida profissional, para que o amor à música e à arte não morra.
E de onde vem esta aptidão pela música e como foi sendo trabalhada?
Bárbara e Madalena: No caso do coro não é necessário ter formação musical, sendo que muitos dos seus membros não sabem ler partituras e apenas cantam de ouvido. No caso da orquestra é ligeiramente diferente, e é necessário saber ler partituras e ter alguma formação no instrumento que tocam. No entanto, orgulhamo-nos de ter grupos bastante heterogéneos na formação, desde pessoas que fizeram todos os estudos do conservatório, a instrumentistas que tocaram apenas 2 ou 3 anos o instrumento. A ideia é que toda gente possa participar e a escolha do repertório também tem isso em conta.
O ambiente dos ensaios é sempre bastante descontraído, nunca há um grande julgamento se houver enganos ou notas erradas, no fundo o que interessa é que as pessoas gostem de estar a tocar ou a cantar, mesmo que musicalmente não esteja tudo perfeito.
Ambos os projetos começaram com cerca de 10-15 pessoas e hoje contam com cerca de 30 membros cada um. Inicialmente atuávamos, principalmente, em congressos médicos e atividades relacionadas com a FMUL e o Hospital Santa Maria, em pequenas atuações de 15-20 minutos. Hoje em dia atuamos em diversas salas de espetáculo, em concertos exclusivos do coro e da orquestra ou em espetáculos em que a sua participação tem maior importância.
Quais são as vossas metas para o futuro?
Bárbara e Madalena: O balanço destes últimos 4 anos é extremamente positivo e o Coro e Orquestra são hoje dois grupos sólidos e consistentes com uma reconhecida qualidade musical e um ótimo espírito. O principal desejo para o futuro destes grupos é que possam crescer em número de pessoas e que haja cada vez mais gente a identificar-se com o projeto e com as suas ideias. O principal objetivo para os anos vindouros é expandir o nome do Coro e a Orquestra Médicos de Lisboa além de Lisboa e da Comunidade Médica, para que possamos atuar mais vezes em diferentes contextos, diferentes cidades e para diferentes públicos.
Joana Sousa
Equipa Editorial