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No balanço do PhD Students Meeting de 2018
No passado mês de maio a Newsletter deu conta do XII Encontro de Doutorandos do CAML – o PhD Meeting Students – que contou com conhecidas referências nacionais e internacionais: Suzana Herculano-Houzel, Thomas Pradeu, María Blasco, António Almeida e Paulo Vieira. Da lista dos ilustres convidados a discursar fizeram ainda parte os Professores Carmo Fonseca, Maria Mota e Bruno Silva Santos.
Este mês quisemos falar com a equipa da Comissão de Estudantes de Doutoramento, responsável pela organização do evento anual. Como forma de balanço e em perspetiva para os próximos anos, fomos ouvir Helena Brigas e Sofia Mensurado, ambas em Programas Doutorais do CAML, do Lisbon BioMed, e a trabalhar em Laboratórios no Instituto de Medicina Molecular.
No seu primeiro ano na organização do PhD CAML, Helena Brigas, estudou Biologia, fez um estágio em Biologia Molecular e percebeu o seu especial interesse por Biomedicina, durante o Mestrado estudou ainda Imunologia em Microambiente Tumoral. Atualmente está focada na área da imunologia, com mais foco na Neurodegeneração.
Sofia Mensurado estudou Ciências da Saúde e fez Mestrado em Bioquímica na Faculdade de Ciências, tal como Helena, começou a conhecer a Imunologia em Microambiente Tumoral e agora já em fase de Doutoramento, continua com a mesma temática. No segundo ano à frente desta organização refere que não se deve ficar muito tempo a fazer o mesmo, dando possibilidade a outros de trazer novidade.
Qual é a importância deste PhD Meeting com foco em alunos de Doutoramento dentro do CAML?
Helena Brigas: Este evento é aberto a todas as pessoas, mas é principalmente dirigido aos alunos do CAML, porque o objetivo é darmos a oportunidade para que estes apresentem o seu trabalho. Focamo-nos no Centro Académico e abrimos vagas para toda a gente, mas achamos que é importante um aluno de Doutoramento, durante o seu percurso, ter feedback e perceber se está no caminho certo.
Sofia Mensurado: Todos os alunos do CAML são convidados a vir apresentar os seus trabalhos. Temos diferentes tipos de apresentações. Os alunos do 1º ano fazem uma apresentação de cinco minutos, em que o objetivo é apresentar o projeto, com aquilo que pretendem fazer. Neste ponto é muito importante termos na audiência pós-docs e investigadores principais que podem muito ajudar, fazendo as perguntas mais fundamentais o que vai ajudar os alunos a perceber como atingir os objetivos a que se propõem. Os 2ºs e 3ºs anos já apresentam em forma de poster, isto para que seja mais interativo e os alunos possam discutir alguns problemas que possam sentir, mesmo que a troca de experiência seja com outros alunos. No 4º ano e que é o último do Doutoramento, o objetivo é os alunos fazerem uma apresentação de quinze minutos, como se fosse uma preparação para a defesa final da tese em que apresentam o que fizeram durante os quatro anos (do doutoramento).
Há avaliações desses trabalhos apresentados?
Helena Brigas: Sim. Há avaliação quer das apresentações, como dos posters. Tentamos sempre que haja um prémio, consoante os patrocinadores que temos, para as melhores apresentações e os melhores posters de cada ano.
Quem são os avaliadores?
Sofia Mensurado: Este ano tentámos que todos os alunos fossem avaliados por um investigador principal e um pós-doc. Uma pessoa da área e outra de fora, embora nos posters fosse mais diversificado, e nas apresentações orais foi feito desta forma para ser igualitário o tipo de avaliação. Assim tentamos trazer maior diversidade de investigadores e os pós-docs ao Meeting.
Quando falam em parcerias ou em patrocinadores o que é que eles vos garantem?
Sofia Mensurado: Os patrocinadores normalmente são empresas, habitualmente fornecedores de materiais de laboratório, ou empresas farmacêuticas que têm interesse em estimular a comunidade científica. Este ano tivemos o patrocínio da Takeda e da Novis, que atribuíram prémios monetários aos alunos vencedores. Atribuiram 100 euros para a melhor apresentação de 1º ano, 400 euros para a do 4º ano e 250 euros para os melhores posters de 2º e 3º ano. É um bom incentivo para quem faz as suas apresentações e participa.
A rede de contactos que se cria entre os speakers e os alunos que estão a assistir é muito importante, é uma das vossas metas?
Sofia Mensurado: Em investigação científica é muito importante criar estas sinergias porque podemos precisar de um modelo diferente, de uma técnica nova e conhecer várias pessoas, da nossa área ou de fora dela, é muito importante. O Meeting, como abrange diversas áreas, permite que tenhamos acesso a esta interação muito diversificada o que pode levar a conhecer novas formas de pensar.
São convidados vários speakers muito emblemáticos dentro do seu mercado. Quais são os argumentos para os trazerem?
Sofia Mensurado: Eles participam porque sentem quase como uma obrigação ajudar estes alunos de Doutoramento. Sempre que nos apresentamos, como uma Comissão de Alunos de Doutoramento, eles sentem uma grande empatia e percebem que estamos numa fase em que precisamos de input e eles sabem que nos podem ajudar.
Helena Brigas: Têm uma grande abertura, comunicam e discutem connosco, não só sobre técnicas, mas sobre muitas questões que são para nós importantes. Às vezes temos o feedback, não só, daqueles que são da nossa área como também, dos que não são. Por este motivo convidamos pessoas de áreas muito diferentes.
Sofia Mensurado: Quando convidamos speakers internacionais só quando não há mesmo disponibilidade de agenda é que nos dizem que não podem participar. Têm sempre muito interesse em participar. Este ano foi exemplo disso porque convidámos a Professora Suzana Herculano qua já tínhamos convidado o ano passado mas devido a um problema pessoal não tinha podido vir, este ano conseguiu e ficou muito feliz por ter participar.
No final de cada evento qual o balanço que fazem? O que é que cada evento tem de bom e sobre o qual se deve dar continuidade?
Sofia Mensurado: Sinceramente acho que este ano o Meeting correu muito bem. Há um ponto muito positivo e que é a possibilidade de podermos interagir, mesmos dentro do Instituto, com pessoas de outras áreas, isso ajuda-nos imenso e é uma mais-valia. Obriga-nos a comunicar e a abrir o horizonte à nossa volta, porque discutimos temas que não são nossos.
Helena Brigas: Tivemos muito bom feedback de todos os participantes, na generalidade todos gostaram das palestras e dos temas que foram apresentados. Este ano, e pela primeira vez, tivemos alunos internacionais do Instituto Pasteur, o que trouxe mais diversidade. Foi uma partilha muito importante que facilita novas colaborações. E também aprendemos a apresentar para pessoas que não são das nossas áreas. É um excelente treino!
No entanto, há pontos que ainda podem ser melhorados. Quais são eles?
Sofia Mensurado: Os alunos da área clínica não têm uma participação muito ativa no Meeting. Não conseguimos ainda perceber o motivo disso acontecer. Ou porque a divulgação não lhes chega, ou porque ainda não perceberam a importância que um evento destes pode ter para eles, ou ainda a falta de incentivo que os seus supervisores lhes podem dar. Nós, no Instituto, temos o incentivo dos nossos investigadores e sabemos a mais-valia em participar, na parte dos clínicos não conseguimos perceber o que está a acontecer. Eu diria que é apenas o que nos está a faltar, neste momento, é a participação da área clínica, não só dos alunos, mas também dos professores que nos podem ajudar muito.
É possível que estes alunos da área clínica também tenham um problema de falta de tempo, mas isso acaba por ser um problema transversal a todos nós.
Outros aspeto é que, enquanto para nós é muito importante sabermos a investigação que os médicos estão a desenvolver, para eles também deve ser importante as investigações que nós desenvolvemos, e essa mensagem deve ser passada. Podemos ganhar uns com os outros. Outro objetivo importante do Meeting é, isso mesmo, termos a oportunidade de crescermos uns com os outros. O CAML defende isso mesmo.
Mesmo quando precisamos de doentes para as nossas investigações é muito difícil. Esta barreira entre investigação básica e investigação clínica é muito difícil de ultrapassar.
Helena Brigas: Tentamos trazer sempre um speaker mais clínico mas mesmo assim, embora alguns professores estejam presentes, não trazem as suas equipas. Sentimos que temos pontualmente alunos a inscritos, mas depois não participam. Pontualmente, há uma apresentação oral, a apresentação de um poster mas não há uma continuidade. O que podemos tentar fazer é trazer para a Comissão de Organização um aluno dessa área clínica.
Temos também retiros para os alunos de Doutoramento e outras atividades mas, mesmo nestas atividades, quem participa são aqueles da área da investigação mais básica e não os da área clínica.
Helena Brigas e Sofia Mensurado sabem que, quando terminarem o Doutoramento, vão querer continuar próximas da área da saúde e a melhor forma para o fazerem será através de investigações no vasto mundo ao qual já foram apresentadas, a Ciência.
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Ana Raquel Moreira
Joana Sousa
Equipa Editorial