Nota Editorial
Mensagem do Director da Faculdade de Medicina
O actual mandato como Director da FMUL cessará em breve, após a eleição do Presidente da Assembleia da Faculdade, processo que se inseriu num contexto de renovação da Universidade, marcado pela aprovação dos novos Estatutos da UL e pela eleição do seu Reitor. Na FMUL decorreu também a elaboração e aprovação dos seus novos Estatutos, as eleições para os seus corpos dirigentes, nomeadamente a Assembleia da Faculdade, os Conselhos Científico e Pedagógico.
Esta sucessão de acontecimentos impõe um novo processo eleitoral para Director da Faculdade, ao qual tenho o dever e a responsabilidade de me candidatar, para assegurar a continuidade das reformas em curso.
Coincide este período com a preparação do nº 5 da Newsletter, uma iniciativa que estimulámos e que, espero, possa ser um veículo de informação alargada e moderna da vida da nossa Escola Médica e das instituições que são os nossos parceiros na constituição do Centro Académico de Medicina de Lisboa (CAML).
Uma curta reflexão impunha-se, pois, sobre os objectivos do mandato que agora termina e o que se me afigura indispensável prosseguir.
Em primeiro lugar, quero salientar a importância que atribuímos à necessidade de modernização do currículo pré-graduado em Medicina, tendo como objectivo a sua actualização e aproximação dos modelos de ensino praticados nas instituições europeias de referência. Solicitámos em 2006 uma avaliação externa que se pronunciou, emitiu recomendações que precederam a Reforma Curricular iniciada em 2007. Três anos depois, a Comissão voltou para reavaliar o processo e o caminho percorrido. O Presidente dessa Comissão Prof. Fernando Lopes da Silva publica, neste número, um texto que reflecte a posição da Comissão e que merece análise atenta.
Para mim e para os meus colegas que, na Direcção e Conselhos, nos temos empenhado no sucesso deste programa, o relatório é gratificante, porque confirma a justeza da decisão de mudar, reforça os nossos objectivos de melhorar a eficácia do ensino clínico e aponta limitações que urge ultrapassar.
Esse será um objectivo que importa prosseguir e para o qual é necessário mobilizar a nossa Escola Médica e todos quantos aqui trabalhamos e estudamos.
É fundamental promover uma visão moderna da Educação Médica, numa perspectiva integrada entre a formação pré e pós-graduada e a educação médica continuada, desenvolver a Investigação e incorporação de Inovação em todas as nossas actividades e assegurar programas de Formação Avançada – Mestrados e Doutoramento – para qualificação da formação profissional pós-graduada dos Médicos e de todos os outros profissionais de Saúde.
Uma outra iniciativa na qual nos empenhámos profundamente foi a Estruturação do Centro Académico de Medicina de Lisboa (CAML).
Corresponde a um conceito inovador de organização, iniciado na Holanda na década de 90 e que tem vindo a ser implementado na Europa, e que na nossa realidade tem como objectivo associar, numa estrutura comum, a FMUL, o Instituto de Medicina Molecular (IMM) e o Hospital de Santa Maria (HSM), componente do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN).
Em 8 de Dezembro de 2008 assinámos, na presença dos Ministros da Saúde e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o Protocolo de Acção e Entendimento entre a FMUL, o IMM e o HSM, para a oficialização do Centro Académico de Medicina de Lisboa e, nesse sentido, continuaremos a trabalhar conjuntamente para ultimar o modelo jurídico para a sua organização.
A sua implementação é indispensável à renovação da Medicina Académica e permitirá o melhor aproveitamento dos recursos comuns das instituições signatárias, facilitada pela sua integração geográfica neste campus académico e contribuirá para o desenvolvimento da investigação clínica e em biomedicina, para a qualificação da medicina clínica e melhoria da sua capacidade de intervenção ao serviço da Comunidade.
A decisão recente das duas maiores escolas médicas londrinas, Imperial College e University College, de implementarem este modelo de organização que designaram por “Academic Health Sciences Centre” reforça a nossa decisão de prosseguir a rota traçada.
Procurámos, também, alargar a Rede de Instituições Afiliadas para o Ensino, dando continuidade a uma política que consideramos fundamental para a eficácia do ensino clínico, para assegurar a sua diversidade e uma relação discente/docente adequada.
Consubstancia o conceito que designei por Parceria para o Ensino Clínico, o qual deve ser reconhecida e apoiada pelos Ministérios da Saúde e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
Esta experiência tem sido um êxito, reconhecido por todos os parceiros, e, para a sua consolidação, propus e foi consignado nos novos Estatutos da Faculdade, a participação dum representante destas instituições na Direcção da FMUL.
A Cooperação com os Discentes e seus Representantes e o reforço do diálogo com os estudantes da Faculdade, quer individualmente quer através dos seus representantes eleitos, foi um objectivo permanente da minha actuação. Procurei suscitar o seu envolvimento activo e a sua participação, para um compromisso de exigência e empenhamento de todos, tendo como objectivos a melhoria da qualidade do ensino, o reforço do apoio aos estudantes pela dinamização de iniciativas em curso como o Programa Tutorial para os novos alunos, da acção do Gabinete de Apoio ao Estudante (GAPAE) e a beneficiação das condições para estudo e investigação disponibilizadas aos alunos da FMUL.
Para assegurar melhor representatividade dos discentes no processo de decisão na Faculdade, propus, e foi consignado nos novos Estatutos, a participação do Presidente da Associação Académica no novo órgão para a integração da gestão da Escola designado por Direcção e procurarei estimular iniciativas para assegurar uma melhor integração dos nossos alunos na vida profissional e na melhoria das condições de acesso à formação pós-graduada, indispensável à sua realização humana e profissional.
Finalmente, queria mencionar a importância da Reestruturação do Instituto de Formação Avançada (IFA), cujo papel foi decisivo no sucesso da oferta qualificada de acções de formação avançada, nomeadamente em cursos de pós-graduação e Mestrados, que mobilizaram, no decurso dos dois últimos biénios, cerca de 1.900 formandos.
Esta é uma área prioritária para o desenvolvimento da Faculdade.
O IFA providenciou a gestão administrativa dos programas de Formação Avançada e estimulou novas iniciativas, consubstanciando o empenhamento e a responsabilidade da FMUL na educação médica pós-graduada e na educação continuada dos médicos e dos outros profissionais de Saúde.
Um novo desafio se prefigura: o sucesso do Programa de Doutoramento da Faculdade de Medicina, a desenvolver com o IMM e o HSM, e que terá como alvo prioritário o projecto de Doutoramento em Medicina Clínica durante o Internato.
É um desafio e um projecto do CAML que saberemos vencer para a qualificação da Medicina e o sucesso da formação dos nossos Internos.
O programa foi hoje aprovado em Conselho Científico e na Newsletter faz-se uma referência pormenorizada e um apelo: a que os jovens Internos não fiquem indiferentes e concorram.
A FMUL saberá honrar os seus compromissos e ajudá-los, proporcionando-lhes oportunidades de formação científica e profissional que será certamente muito útil e fundamental para a sua realização profissional.
Lisboa, 8/Abril/2009
José Fernandes e Fernandes
Esta sucessão de acontecimentos impõe um novo processo eleitoral para Director da Faculdade, ao qual tenho o dever e a responsabilidade de me candidatar, para assegurar a continuidade das reformas em curso.
Coincide este período com a preparação do nº 5 da Newsletter, uma iniciativa que estimulámos e que, espero, possa ser um veículo de informação alargada e moderna da vida da nossa Escola Médica e das instituições que são os nossos parceiros na constituição do Centro Académico de Medicina de Lisboa (CAML).
Uma curta reflexão impunha-se, pois, sobre os objectivos do mandato que agora termina e o que se me afigura indispensável prosseguir.
Em primeiro lugar, quero salientar a importância que atribuímos à necessidade de modernização do currículo pré-graduado em Medicina, tendo como objectivo a sua actualização e aproximação dos modelos de ensino praticados nas instituições europeias de referência. Solicitámos em 2006 uma avaliação externa que se pronunciou, emitiu recomendações que precederam a Reforma Curricular iniciada em 2007. Três anos depois, a Comissão voltou para reavaliar o processo e o caminho percorrido. O Presidente dessa Comissão Prof. Fernando Lopes da Silva publica, neste número, um texto que reflecte a posição da Comissão e que merece análise atenta.
Para mim e para os meus colegas que, na Direcção e Conselhos, nos temos empenhado no sucesso deste programa, o relatório é gratificante, porque confirma a justeza da decisão de mudar, reforça os nossos objectivos de melhorar a eficácia do ensino clínico e aponta limitações que urge ultrapassar.
Esse será um objectivo que importa prosseguir e para o qual é necessário mobilizar a nossa Escola Médica e todos quantos aqui trabalhamos e estudamos.
É fundamental promover uma visão moderna da Educação Médica, numa perspectiva integrada entre a formação pré e pós-graduada e a educação médica continuada, desenvolver a Investigação e incorporação de Inovação em todas as nossas actividades e assegurar programas de Formação Avançada – Mestrados e Doutoramento – para qualificação da formação profissional pós-graduada dos Médicos e de todos os outros profissionais de Saúde.
Uma outra iniciativa na qual nos empenhámos profundamente foi a Estruturação do Centro Académico de Medicina de Lisboa (CAML).
Corresponde a um conceito inovador de organização, iniciado na Holanda na década de 90 e que tem vindo a ser implementado na Europa, e que na nossa realidade tem como objectivo associar, numa estrutura comum, a FMUL, o Instituto de Medicina Molecular (IMM) e o Hospital de Santa Maria (HSM), componente do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN).
Em 8 de Dezembro de 2008 assinámos, na presença dos Ministros da Saúde e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o Protocolo de Acção e Entendimento entre a FMUL, o IMM e o HSM, para a oficialização do Centro Académico de Medicina de Lisboa e, nesse sentido, continuaremos a trabalhar conjuntamente para ultimar o modelo jurídico para a sua organização.
A sua implementação é indispensável à renovação da Medicina Académica e permitirá o melhor aproveitamento dos recursos comuns das instituições signatárias, facilitada pela sua integração geográfica neste campus académico e contribuirá para o desenvolvimento da investigação clínica e em biomedicina, para a qualificação da medicina clínica e melhoria da sua capacidade de intervenção ao serviço da Comunidade.
A decisão recente das duas maiores escolas médicas londrinas, Imperial College e University College, de implementarem este modelo de organização que designaram por “Academic Health Sciences Centre” reforça a nossa decisão de prosseguir a rota traçada.
Procurámos, também, alargar a Rede de Instituições Afiliadas para o Ensino, dando continuidade a uma política que consideramos fundamental para a eficácia do ensino clínico, para assegurar a sua diversidade e uma relação discente/docente adequada.
Consubstancia o conceito que designei por Parceria para o Ensino Clínico, o qual deve ser reconhecida e apoiada pelos Ministérios da Saúde e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
Esta experiência tem sido um êxito, reconhecido por todos os parceiros, e, para a sua consolidação, propus e foi consignado nos novos Estatutos da Faculdade, a participação dum representante destas instituições na Direcção da FMUL.
A Cooperação com os Discentes e seus Representantes e o reforço do diálogo com os estudantes da Faculdade, quer individualmente quer através dos seus representantes eleitos, foi um objectivo permanente da minha actuação. Procurei suscitar o seu envolvimento activo e a sua participação, para um compromisso de exigência e empenhamento de todos, tendo como objectivos a melhoria da qualidade do ensino, o reforço do apoio aos estudantes pela dinamização de iniciativas em curso como o Programa Tutorial para os novos alunos, da acção do Gabinete de Apoio ao Estudante (GAPAE) e a beneficiação das condições para estudo e investigação disponibilizadas aos alunos da FMUL.
Para assegurar melhor representatividade dos discentes no processo de decisão na Faculdade, propus, e foi consignado nos novos Estatutos, a participação do Presidente da Associação Académica no novo órgão para a integração da gestão da Escola designado por Direcção e procurarei estimular iniciativas para assegurar uma melhor integração dos nossos alunos na vida profissional e na melhoria das condições de acesso à formação pós-graduada, indispensável à sua realização humana e profissional.
Finalmente, queria mencionar a importância da Reestruturação do Instituto de Formação Avançada (IFA), cujo papel foi decisivo no sucesso da oferta qualificada de acções de formação avançada, nomeadamente em cursos de pós-graduação e Mestrados, que mobilizaram, no decurso dos dois últimos biénios, cerca de 1.900 formandos.
Esta é uma área prioritária para o desenvolvimento da Faculdade.
O IFA providenciou a gestão administrativa dos programas de Formação Avançada e estimulou novas iniciativas, consubstanciando o empenhamento e a responsabilidade da FMUL na educação médica pós-graduada e na educação continuada dos médicos e dos outros profissionais de Saúde.
Um novo desafio se prefigura: o sucesso do Programa de Doutoramento da Faculdade de Medicina, a desenvolver com o IMM e o HSM, e que terá como alvo prioritário o projecto de Doutoramento em Medicina Clínica durante o Internato.
É um desafio e um projecto do CAML que saberemos vencer para a qualificação da Medicina e o sucesso da formação dos nossos Internos.
O programa foi hoje aprovado em Conselho Científico e na Newsletter faz-se uma referência pormenorizada e um apelo: a que os jovens Internos não fiquem indiferentes e concorram.
A FMUL saberá honrar os seus compromissos e ajudá-los, proporcionando-lhes oportunidades de formação científica e profissional que será certamente muito útil e fundamental para a sua realização profissional.
Lisboa, 8/Abril/2009
José Fernandes e Fernandes