Nota Editorial
Do Space Shuttle à sala de aula
A Newsletter da FMUL continua a dar à equipa responsável pela sua realização não poucos motivos de satisfação pelo trabalho realizado, bem como inestimáveis oportunidades de crescimento e aprendizagem.
Foi especialmente o caso da presente edição, que nos levou a conhecer melhor o Instituto de Anatomia da FMUL. O inestimável trabalho que aqui é realizado, fundamental para o ensino médico nesta casa, a par com a investigação e clínica, é algo que os nossos leitores ficarão agora a conhecer, graças a um extenso trabalho de reportagem, que inclui entrevistas com o Prof. Doutor Gonçalves Ferreira, Professor Catedrático da FMUL, com o Dr. Ivo Furtado (História do Instituto de Anatomia), a Dra. Lia Neto (Projecto sobre o Estudo da Estrutura do Núcleo Cerebral Accubens Humano) e com o Dr. Pedro Henriques, Técnico de Anatomia.
Esta é também uma edição em que damos a conhecer a criação e inclusão, nos curricula da Faculdade, da disciplina de Medicina Transfusional, iniciativa pioneira no Mestrado Integrado em Medicina da FMUL.
Também nesta edição, como vendo sendo hábito, damos nota de actividades e eventos diversos de que se faz o quotidiano desta casa, que é nossa missão dar a conhecer. Atente-se por exemplo no artigo «A Biblioteca-CDI da Faculdade de Medicina da ULisboa», que volta a apresentar uma Biblioteca que, actualizada nas metodologias de actuação, é também a mesma instituição que acolheu e preserva, entre vários outros tesouros, um exemplar de uma das primeiras edições do De Humani Corporis Fabrica, de Vesálio, obra incontornável da História da Anatomia.
Relembramos também a Lição de Jubilação do Prof. Doutor Mário Andrea, cuja reportagem e conteúdo integral traremos aqui numa próxima edição (8 de Novembro, Grande Auditório da FMUL).
Concluímos como começámos, e tudo por causa da impressão viva que nos deixou a visita ao Instituto de Anatomia, com a sua história notável. Tínhamos de ler mais sobre o assunto e começámos pelo best-seller da norte-americana Mary Roach, A Vida Misteriosa dos Cadáveres, cuja leitura recomendamos vivamente. Trata-se de divulgação científica, numa linguagem acessível, mas não ligeira. A leitura, tal como a nossa visita, faz-nos respeitar ainda mais o que se faz todos os dias no IA.
«Desde há dois mil anos que os cadáveres (alguns de livre vontade, outros completamente por acaso) participam nos avanços mais ousados da ciência … foram usados para testar a guilhotina francesa, tida como alternativa “humana” ao enforcamento. Estiveram presentes nos laboratórios dos embalsamadores de Lenine, ajudando a testar as técnicas mais inovadoras. Têm participado em comissões do Congresso Norte-americano (enquanto nomes inscritos num papel), advogando a obrigatoriedade do uso dos cintos de segurança. Viajaram no Space Shuttle … ajudaram um estudante do Tennessee a desmistificar a combustão humana espontânea …
Vejo-me compelida a adoptar a postura do Super-homem: seria uma pena desperdiçar estes poderes, não os usar para o bem da humanidade»
In Mary Roach, A Vida Misteriosa dos Cadáveres, Lisboa, Esfera dos Livros, 2006 (tit. orig. Stiff: The Curious Lives of Human Cadavers), pp. 9-10
Outubro de 2013
andresilva@fm.ul.pt
Foi especialmente o caso da presente edição, que nos levou a conhecer melhor o Instituto de Anatomia da FMUL. O inestimável trabalho que aqui é realizado, fundamental para o ensino médico nesta casa, a par com a investigação e clínica, é algo que os nossos leitores ficarão agora a conhecer, graças a um extenso trabalho de reportagem, que inclui entrevistas com o Prof. Doutor Gonçalves Ferreira, Professor Catedrático da FMUL, com o Dr. Ivo Furtado (História do Instituto de Anatomia), a Dra. Lia Neto (Projecto sobre o Estudo da Estrutura do Núcleo Cerebral Accubens Humano) e com o Dr. Pedro Henriques, Técnico de Anatomia.
Esta é também uma edição em que damos a conhecer a criação e inclusão, nos curricula da Faculdade, da disciplina de Medicina Transfusional, iniciativa pioneira no Mestrado Integrado em Medicina da FMUL.
Também nesta edição, como vendo sendo hábito, damos nota de actividades e eventos diversos de que se faz o quotidiano desta casa, que é nossa missão dar a conhecer. Atente-se por exemplo no artigo «A Biblioteca-CDI da Faculdade de Medicina da ULisboa», que volta a apresentar uma Biblioteca que, actualizada nas metodologias de actuação, é também a mesma instituição que acolheu e preserva, entre vários outros tesouros, um exemplar de uma das primeiras edições do De Humani Corporis Fabrica, de Vesálio, obra incontornável da História da Anatomia.
Relembramos também a Lição de Jubilação do Prof. Doutor Mário Andrea, cuja reportagem e conteúdo integral traremos aqui numa próxima edição (8 de Novembro, Grande Auditório da FMUL).
Concluímos como começámos, e tudo por causa da impressão viva que nos deixou a visita ao Instituto de Anatomia, com a sua história notável. Tínhamos de ler mais sobre o assunto e começámos pelo best-seller da norte-americana Mary Roach, A Vida Misteriosa dos Cadáveres, cuja leitura recomendamos vivamente. Trata-se de divulgação científica, numa linguagem acessível, mas não ligeira. A leitura, tal como a nossa visita, faz-nos respeitar ainda mais o que se faz todos os dias no IA.
«Desde há dois mil anos que os cadáveres (alguns de livre vontade, outros completamente por acaso) participam nos avanços mais ousados da ciência … foram usados para testar a guilhotina francesa, tida como alternativa “humana” ao enforcamento. Estiveram presentes nos laboratórios dos embalsamadores de Lenine, ajudando a testar as técnicas mais inovadoras. Têm participado em comissões do Congresso Norte-americano (enquanto nomes inscritos num papel), advogando a obrigatoriedade do uso dos cintos de segurança. Viajaram no Space Shuttle … ajudaram um estudante do Tennessee a desmistificar a combustão humana espontânea …
Vejo-me compelida a adoptar a postura do Super-homem: seria uma pena desperdiçar estes poderes, não os usar para o bem da humanidade»
In Mary Roach, A Vida Misteriosa dos Cadáveres, Lisboa, Esfera dos Livros, 2006 (tit. orig. Stiff: The Curious Lives of Human Cadavers), pp. 9-10
Outubro de 2013
andresilva@fm.ul.pt