Espaço Aberto
Entrevista ao Presidente da Associação de Estudantes da FMUL, Miguel Almeida
A Equipa Editorial da Newsletter da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL) entrevistou o novo Presidente da sua Associação de Estudantes da FMUL (AEFML) – Miguel Almeida - Tentámos saber quais as sua expectativas e motivações neste seu mandato de 2012/2013
Quais os principais desafios, projectos e actividades da AEFML para 2012/2013?
Não podendo abstrair-me da sua génese, a AEFML é um grupo de alunos que visa representar e defender os interesses de todos os colegas, contribuindo para garantir a qualidade do Ensino Médico, numa Faculdade que representa cerca de um quarto dos estudantes de Medicina em Portugal. Para além disso, é com bastante orgulho que trabalhamos para oferecer a todos os colegas oportunidades de formação extra-curricular, contribuindo para o seu enriquecimento profissional mas também pessoal e cultural.
No que toca a novos projetos, alguns deles são baseados em ideias de associações internacionais de estudantes de medicina, sendo outras o resultado de reflexão interna acerca das necessidades dos estudantes da FMUL.
Relativamente às nossas instalações, é de referir a remodelação da Secção Editorial da AEFML, reconstrução das instalações sanitárias da Sala de Alunos, há muito necessitadas de melhorias na sua forma e conteúdo. O departamento cultural iniciou as Chill-Out Sessions, organizadas periodicamente na Sala de Alunos, sendo que o científico está a organizar o congresso MedPharm, em parceria com a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa. Além disso, o projeto Car Sharing foi trazido da International Federation of Medical Students’ Associations IFMSA. O Medicina Mais Perto, é um projecto de promoção da saúde à distância também muito apreciado pelos nossos colegas. Em relação à vertente da Pedagogia e Educação Médica, o projecto mais recente é o Workshop das Comissões de Curso, que promoveu a troca de experiências e metodologias de trabalho entre as mesmas.
Estas são algumas das grandes apostas para o mandato 2012/2013. Ainda assim, recomendo a todos a consulta do nosso Plano de Atividades para que melhor conheçam todos os nossos projectos e os seus objetivos principais.
Quais serão previsivelmente os maiores obstáculos a transpor?
Perante os desafios a que nos propomos, surgem diversos obstáculos, muitos deles comuns a todos os estudantes, no entanto, existem alguns específicos.
Atualmente, estamos perante uma mudança no paradigma do papel e posição do médico em Portugal, deixando de ser algo visto como garantido e passando a ser encarado como um futuro incógnito, para qual muitos de nós não se encontram preparados.
É pois, diante destas alterações, nomeadamente os cortes orçamentais e as alterações no internato médico, que vemos alguns dos nossos maiores obstáculos. Estas alterações, exigem de nós uma capacidade de adaptação e trabalho constante, de forma a responder atempadamente aos problemas. É neste sentido, que consideramos urgente uma alteração do atual plano de estudos, criando novas oportunidades de formação pré e pós-graduada. É necessário permitir aos nossos colegas a aquisição de novas capacidades, que possibilitem uma preparação efectiva para a atual competição no mercado de trabalho.
Todas estas necessidades de mudança aplicam-se também ao nosso funcionamento interno. É nosso desejo manter a qualidade e diversidade de oferta aos colegas, que exigem um número cada vez maior de parcerias, recursos logísticos e financeiros. No entanto, deparamo-nos com um país cada vez menos aberto a estas situações. Este panorama obriga-nos a procurar novos caminhos, levando-nos mais longe na procura de apoios e parceiros.
Por fim, relembramos que é necessário quebrar o gelo, saindo do pedestal em que durante muito tempo nos encontrámos, aproximar-nos de outras realidades, juntando-nos a outros estudantes, médicos e entidades responsáveis na luta por um futuro melhor. Esta é uma mudança que envolve o empenho de todos, mudando mentalidades e criando novas oportunidades.
Como caracteriza o envolvimento e participação dos alunos da FMUL nas iniciativas e actividades da AEFML?
Nos últimos anos, as Direções da AEFML têm promovido uma crescente qualidade e diversidade nas atividades e projetos desenvolvidos. Como resposta, a participação dos colegas nas nossas atividades tem vindo a aumentar consistentemente e também, a tornar-se mais crítica e construtiva.
Desta forma, é motivador para nós pensar em captar novas atividades e desenvolver cada vez mais as que já existem, porque sabemos que podemos contar com a participação proativa dos nossos colegas. Por outro lado, não tem crescido apenas o interesse na participação na própria atividade, mas também na sua organização, sendo que, neste momento, existem já colegas, extra-DAEFML, que nos ajudam a construir alguns projectos.
Neste período, temos notado também, cada vez mais estudantes interessados e dedicados à Pedagogia e Educação Médica, o que vem reforçar o rumo recentemente tomado pela AEFML, e nos dá força para manter esta linha de actuação e desenvolvimento. O futuro da Saúde e do Ensino Superior em Portugal são temas muito sensíveis junto dos nossos colegas, o que requer por parte da AEFML uma postura atenta e informada que lhes proporcione o melhor percurso académico possível.
Sejam actividades para muitos ou para poucos, é com enorme satisfação que vemos, por exemplo, um Hospital dos Pequeninos com mais de 800 colegas inscritos ou um Curso de Suturas com 24 vagas e cerca de 350 inscrições. Adicionalmente, esta magnitude traz-nos também uma responsabilidade acrescida no que concerne à manutenção dos níveis de qualidade das nossas actividades. Para isso, contamos com todos, assim como podem contar connosco.
Como caracteriza a relação da AEFML com a FMUL e com o Centro Académico de Medicina de Lisboa (CAML)?
Como qualquer estudante desta academia, a minha história é apenas o percurso de um estudante da FMUL, com uma Grande Instituição nesse caminho - a AEFML. Isto para dizer que, antes de saber o que é a AEFML, qualquer estudante que tenha a honra de partilhar a mesma faculdade que todos nós, tem contacto com o grande Hospital de Santa Maria e com a nobre Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
É nisto que tento pensar todos os dias. A nossa casa, a casa da AEFML faz apenas sentido se os estudantes que representa sentirem que as instituições que tanto lhes ensinam, são os seus principais aliados na sua formação e crescimento, a todos os níveis.
A relação entre estas duas instituições - AEFML e o CAML (sim, pois, sem querer estar a tirar dimensão à FMUL, faz apenas sentido falar em Centro Académico de Medicina de Lisboa se a Faculdade de Medicina se encontrar como um dos pilares) - é, e espero que continue, sinérgica. Atitudes de entreajuda e complementaridade entre todas as instituições apenas poderão beneficiar todos aqueles que delas dependem e trabalham. Reflectindo sobre isto: Os Utentes de um Hospital Central, beneficiam de uma instituição onde, por inerência, se pratica investigação de alto nível. Os médicos que aí trabalham (na sua maioria, docentes da FMUL), tiram partido da mente curiosa de quem os procura traduzindo-se, desta forma, num desafio para a constante atualização, e esperando deles o exemplo. Os estudantes, enquanto profissionais de amanhã, estão no local onde (caso o numerus clausus ainda o permita) podem “sorver”, para além do conhecimento actualizado, a experiência e prática fundamental para manter o Sistema Nacional de Saúde com qualidade.
É, desta forma por isto, fundamental manter o elo de ligação de extrema importância entre os estudantes de Medicina e o CAML. Tudo isto culmina numa relação que preservamos sob valores inquebráveis de sinergia e lealdade.
O que é que os alunos poderão esperar de diferente desta nova direcção da AEFML?
Os alunos poderão esperar da AEFML, aquilo que se espera de uma Associação de Estudantes, ou seja, parceiros na procura de um ensino melhor e de uma vida académica mais activa.
Assim sendo, os nossos colegas devem esperar uma direcção presente, aberta a novos desafios e propostas, promovendo a união e uma preocupação em preocupar, parte activa de todos. Pretendemos fazer da AEFML um projecto de todos, permitindo aos alunos serem mais activos na discussão das actuais questões do nosso futuro enquanto jovens e candidatos a médicos.
Lançamos o desafio de fazer desta, uma Associação mais participativa nas decisões que tomamos, para isso queremos incutir em cada colega o sentido de responsabilidade, tomando decisões em uníssono, mas que em simultâneo representem os interesses e opiniões de todos os colegas.
É difícil inovar, alcançar mais longe, mas pretendemos aperfeiçoar esta caminhada que conta já com 98 anos de história. Para isto, queremos levar a todos o gosto pelo associativismo, fazendo de todos, possíveis representantes dos interesses dos estudantes de medicina.
Resumindo em breve palavras, pretendemos ser uma porta aberta. Uma oportunidade de formação médica e pessoal. Um objectivo de integração de todos nas nossas actividades e nos problemas, permitindo decisões conscientes e representativas. Afinal de contas é nosso interesse, e de todos os colegas, proporcionar um futuro melhor para o ensino médico.
Quais os principais desafios, projectos e actividades da AEFML para 2012/2013?
Não podendo abstrair-me da sua génese, a AEFML é um grupo de alunos que visa representar e defender os interesses de todos os colegas, contribuindo para garantir a qualidade do Ensino Médico, numa Faculdade que representa cerca de um quarto dos estudantes de Medicina em Portugal. Para além disso, é com bastante orgulho que trabalhamos para oferecer a todos os colegas oportunidades de formação extra-curricular, contribuindo para o seu enriquecimento profissional mas também pessoal e cultural.
No que toca a novos projetos, alguns deles são baseados em ideias de associações internacionais de estudantes de medicina, sendo outras o resultado de reflexão interna acerca das necessidades dos estudantes da FMUL.
Relativamente às nossas instalações, é de referir a remodelação da Secção Editorial da AEFML, reconstrução das instalações sanitárias da Sala de Alunos, há muito necessitadas de melhorias na sua forma e conteúdo. O departamento cultural iniciou as Chill-Out Sessions, organizadas periodicamente na Sala de Alunos, sendo que o científico está a organizar o congresso MedPharm, em parceria com a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa. Além disso, o projeto Car Sharing foi trazido da International Federation of Medical Students’ Associations IFMSA. O Medicina Mais Perto, é um projecto de promoção da saúde à distância também muito apreciado pelos nossos colegas. Em relação à vertente da Pedagogia e Educação Médica, o projecto mais recente é o Workshop das Comissões de Curso, que promoveu a troca de experiências e metodologias de trabalho entre as mesmas.
Estas são algumas das grandes apostas para o mandato 2012/2013. Ainda assim, recomendo a todos a consulta do nosso Plano de Atividades para que melhor conheçam todos os nossos projectos e os seus objetivos principais.
Quais serão previsivelmente os maiores obstáculos a transpor?
Perante os desafios a que nos propomos, surgem diversos obstáculos, muitos deles comuns a todos os estudantes, no entanto, existem alguns específicos.
Atualmente, estamos perante uma mudança no paradigma do papel e posição do médico em Portugal, deixando de ser algo visto como garantido e passando a ser encarado como um futuro incógnito, para qual muitos de nós não se encontram preparados.
É pois, diante destas alterações, nomeadamente os cortes orçamentais e as alterações no internato médico, que vemos alguns dos nossos maiores obstáculos. Estas alterações, exigem de nós uma capacidade de adaptação e trabalho constante, de forma a responder atempadamente aos problemas. É neste sentido, que consideramos urgente uma alteração do atual plano de estudos, criando novas oportunidades de formação pré e pós-graduada. É necessário permitir aos nossos colegas a aquisição de novas capacidades, que possibilitem uma preparação efectiva para a atual competição no mercado de trabalho.
Todas estas necessidades de mudança aplicam-se também ao nosso funcionamento interno. É nosso desejo manter a qualidade e diversidade de oferta aos colegas, que exigem um número cada vez maior de parcerias, recursos logísticos e financeiros. No entanto, deparamo-nos com um país cada vez menos aberto a estas situações. Este panorama obriga-nos a procurar novos caminhos, levando-nos mais longe na procura de apoios e parceiros.
Por fim, relembramos que é necessário quebrar o gelo, saindo do pedestal em que durante muito tempo nos encontrámos, aproximar-nos de outras realidades, juntando-nos a outros estudantes, médicos e entidades responsáveis na luta por um futuro melhor. Esta é uma mudança que envolve o empenho de todos, mudando mentalidades e criando novas oportunidades.
Como caracteriza o envolvimento e participação dos alunos da FMUL nas iniciativas e actividades da AEFML?
Nos últimos anos, as Direções da AEFML têm promovido uma crescente qualidade e diversidade nas atividades e projetos desenvolvidos. Como resposta, a participação dos colegas nas nossas atividades tem vindo a aumentar consistentemente e também, a tornar-se mais crítica e construtiva.
Desta forma, é motivador para nós pensar em captar novas atividades e desenvolver cada vez mais as que já existem, porque sabemos que podemos contar com a participação proativa dos nossos colegas. Por outro lado, não tem crescido apenas o interesse na participação na própria atividade, mas também na sua organização, sendo que, neste momento, existem já colegas, extra-DAEFML, que nos ajudam a construir alguns projectos.
Neste período, temos notado também, cada vez mais estudantes interessados e dedicados à Pedagogia e Educação Médica, o que vem reforçar o rumo recentemente tomado pela AEFML, e nos dá força para manter esta linha de actuação e desenvolvimento. O futuro da Saúde e do Ensino Superior em Portugal são temas muito sensíveis junto dos nossos colegas, o que requer por parte da AEFML uma postura atenta e informada que lhes proporcione o melhor percurso académico possível.
Sejam actividades para muitos ou para poucos, é com enorme satisfação que vemos, por exemplo, um Hospital dos Pequeninos com mais de 800 colegas inscritos ou um Curso de Suturas com 24 vagas e cerca de 350 inscrições. Adicionalmente, esta magnitude traz-nos também uma responsabilidade acrescida no que concerne à manutenção dos níveis de qualidade das nossas actividades. Para isso, contamos com todos, assim como podem contar connosco.
Como caracteriza a relação da AEFML com a FMUL e com o Centro Académico de Medicina de Lisboa (CAML)?
Como qualquer estudante desta academia, a minha história é apenas o percurso de um estudante da FMUL, com uma Grande Instituição nesse caminho - a AEFML. Isto para dizer que, antes de saber o que é a AEFML, qualquer estudante que tenha a honra de partilhar a mesma faculdade que todos nós, tem contacto com o grande Hospital de Santa Maria e com a nobre Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
É nisto que tento pensar todos os dias. A nossa casa, a casa da AEFML faz apenas sentido se os estudantes que representa sentirem que as instituições que tanto lhes ensinam, são os seus principais aliados na sua formação e crescimento, a todos os níveis.
A relação entre estas duas instituições - AEFML e o CAML (sim, pois, sem querer estar a tirar dimensão à FMUL, faz apenas sentido falar em Centro Académico de Medicina de Lisboa se a Faculdade de Medicina se encontrar como um dos pilares) - é, e espero que continue, sinérgica. Atitudes de entreajuda e complementaridade entre todas as instituições apenas poderão beneficiar todos aqueles que delas dependem e trabalham. Reflectindo sobre isto: Os Utentes de um Hospital Central, beneficiam de uma instituição onde, por inerência, se pratica investigação de alto nível. Os médicos que aí trabalham (na sua maioria, docentes da FMUL), tiram partido da mente curiosa de quem os procura traduzindo-se, desta forma, num desafio para a constante atualização, e esperando deles o exemplo. Os estudantes, enquanto profissionais de amanhã, estão no local onde (caso o numerus clausus ainda o permita) podem “sorver”, para além do conhecimento actualizado, a experiência e prática fundamental para manter o Sistema Nacional de Saúde com qualidade.
É, desta forma por isto, fundamental manter o elo de ligação de extrema importância entre os estudantes de Medicina e o CAML. Tudo isto culmina numa relação que preservamos sob valores inquebráveis de sinergia e lealdade.
O que é que os alunos poderão esperar de diferente desta nova direcção da AEFML?
Os alunos poderão esperar da AEFML, aquilo que se espera de uma Associação de Estudantes, ou seja, parceiros na procura de um ensino melhor e de uma vida académica mais activa.
Assim sendo, os nossos colegas devem esperar uma direcção presente, aberta a novos desafios e propostas, promovendo a união e uma preocupação em preocupar, parte activa de todos. Pretendemos fazer da AEFML um projecto de todos, permitindo aos alunos serem mais activos na discussão das actuais questões do nosso futuro enquanto jovens e candidatos a médicos.
Lançamos o desafio de fazer desta, uma Associação mais participativa nas decisões que tomamos, para isso queremos incutir em cada colega o sentido de responsabilidade, tomando decisões em uníssono, mas que em simultâneo representem os interesses e opiniões de todos os colegas.
É difícil inovar, alcançar mais longe, mas pretendemos aperfeiçoar esta caminhada que conta já com 98 anos de história. Para isto, queremos levar a todos o gosto pelo associativismo, fazendo de todos, possíveis representantes dos interesses dos estudantes de medicina.
Resumindo em breve palavras, pretendemos ser uma porta aberta. Uma oportunidade de formação médica e pessoal. Um objectivo de integração de todos nas nossas actividades e nos problemas, permitindo decisões conscientes e representativas. Afinal de contas é nosso interesse, e de todos os colegas, proporcionar um futuro melhor para o ensino médico.