Momentos
A insustentável leveza da neve: aventura, emoção e magia
Há alguns anos atrás, pensar em férias na neve seria para nós sinónimo de frio, desconforto e mesmo algum stress. No entanto, após insistência de amigos que se manifestavam verdadeiros entusiastas das experiências na neve, a família decidiu partir à aventura da descoberta dos encantos dos desportos de Inverno.
Aproveitando as férias da Páscoa, seguimos até Andorra, para a estância de neve dos Pirinéus “Grandvalira”, considerada a maior estância da Europa depois dos Alpes e que liga as áreas de esqui de Pas de la Casa/Grau Roig e Soldeu /El Tarter que constituem o grande vale de Andorra.
Enquanto fazíamos a travessia de Espanha, pela zona de Zaragoça, cuja paisagem sempre apreciamos com muito prazer, íamo-nos interrogando “nós que tanto gostamos de sol, calor e mar, porque vimos gastar os nossos preciosos dias de férias para uma montanha gelada?” Não imaginávamos que na viagem de regresso os nosso comentários já seriam de veneração e êxtase para com a montanha gelada que deixávamos para trás! E que regressávamos com o propósito de voltar sempre que nos fosse possível.
O nosso destino concreto de férias foi Soldeu/El Tarter situado no grande vale de Andorra “Granvalira” com alojamento no Hotel Euro Esqui.
Panorama da zona do Hotel Euro Esqui Verão/Inverno
A aventura já tinha começado algum tempo antes, quando foi necessário equipar toda a família com o vestuário quente e impermeável, luvas e gorro que quase nos fazem parecer uns verdadeiros astronautas.
Mas é no momento de experimentar as botas de esquiar, já na estância de esqui, que os procedimentos se começam a complicar: as botas parecem pesar toneladas e só nos permitem caminhar como robots. Tudo parece difícil. Tomar o peso dos esquis, não conseguir caminhar com segurança, pôr e tirar os esquis do tapete rolante cada vez que se apanha boleia para subir a rampa dos primeiros treinos, coordenar os movimentos, travar quando necessário... Uf! Tantas regras chegam a parecer cansativo. É certo que não corre tudo bem à primeira e que dá vontade imediatamente de desistir, mas o que mais nos intriga nesses momentos de aprendizagem é ver passar ao nosso lado os petizes com três ou quatro anos que deslizam por ali, quase de olhos fechados, sem medo de consequências, com uma perfeição de movimentos que nos deixam desarmados.
Estes primeiros desaires são vividos em equipa constituída pelo grupo de aprendizagem e respectivos instrutores que, com o espírito de humor que os caracteriza, fazem com que as três horas de aula passem rapidamente entre treinos, brincadeiras e tertúlias, nos intervalos para uma bebida quente, permitindo assim que ao fim de dois a três dias de treino consigamos saltar das telecadeiras sem cambalhota e deslizar pelas pistas verdes com confiança sentindo o vento gelado contra a cara, o corpo a deslizar como uma bola de neve cada vez mais rápido até que por fim, ao entrar em zona plana e com os esquis em cunha, se trava gradualmente. Este deslizar sem esforço no meio da invulgar paisagem totalmente branca com a luminosidade intensa do sol reflectida na neve desperta sensações de liberdade dificilmente vividas em qualquer outro lugar.
Outros momentos de perfeito deleite são simplesmente apanhar o sol de inverno nas esplanadas situadas ao lado das pistas, apreciando a brancura da paisagem, e entretendo-nos com as nossas leituras preferidas.
Após um agitado dia nas pistas aguarda-nos, no hotel, o tempo de lazer e recuperação, o denominado “après ski” usufruindo do SPA e aproveitando a hidromassagem, fundamental para ajudar na recuperação dos músculos, bem como as piscinas de água aquecida interiores ou exteriores que nos permitem partilhar da invulgar experiência de um banho quente ao ar livre, enquanto flocos de neve vão caindo sobre a água aquecida da piscina, com a imponente montanha branca como paisagem.
Para quem prefere um fim de dia mais animado existe sempre uma larga oferta de espaços de diversão nocturna.
Estes foram alguns dos momentos vividos nas nossas primeiras férias na neve em Andorra e que se repetiram com semelhante euforia em anos seguintes em Serra Nevada e Formigal.
Nestes tempos em que escutar o silêncio se torna difícil, é na tranquilidade da brancura da montanha e na suavidade da neve que se consegue ouvir e sentir a natureza em toda a sua plenitude. Sem dúvida que há na montanha uma magia que nos obriga a respirar de forma diferente. É provável que seja apenas a elevada altitude e o peso excessivo do equipamento, mas é na liberdade que se vivência quando se descem as pistas, que se sente uma leveza de espírito que culmina com o prémio de uma chegada tranquila ao fim da pista, mesmo com algumas quedas pelo meio, mas que resultam em desafio para uma nova subida.
Nota: imagens do hotel retiradas do sitehttp://www.directski.com/ski/andorra/soldeu_and_el_tarter/hotel_euro_esqui
As restantes imagens pertencem a arquivo pessoal.
Emília Clamote/ Biblioteca CDI, tel. 44162, clamote@fm.ul.pt
Aproveitando as férias da Páscoa, seguimos até Andorra, para a estância de neve dos Pirinéus “Grandvalira”, considerada a maior estância da Europa depois dos Alpes e que liga as áreas de esqui de Pas de la Casa/Grau Roig e Soldeu /El Tarter que constituem o grande vale de Andorra.
Enquanto fazíamos a travessia de Espanha, pela zona de Zaragoça, cuja paisagem sempre apreciamos com muito prazer, íamo-nos interrogando “nós que tanto gostamos de sol, calor e mar, porque vimos gastar os nossos preciosos dias de férias para uma montanha gelada?” Não imaginávamos que na viagem de regresso os nosso comentários já seriam de veneração e êxtase para com a montanha gelada que deixávamos para trás! E que regressávamos com o propósito de voltar sempre que nos fosse possível.
O nosso destino concreto de férias foi Soldeu/El Tarter situado no grande vale de Andorra “Granvalira” com alojamento no Hotel Euro Esqui.
Panorama da zona do Hotel Euro Esqui Verão/Inverno
A aventura já tinha começado algum tempo antes, quando foi necessário equipar toda a família com o vestuário quente e impermeável, luvas e gorro que quase nos fazem parecer uns verdadeiros astronautas.
Mas é no momento de experimentar as botas de esquiar, já na estância de esqui, que os procedimentos se começam a complicar: as botas parecem pesar toneladas e só nos permitem caminhar como robots. Tudo parece difícil. Tomar o peso dos esquis, não conseguir caminhar com segurança, pôr e tirar os esquis do tapete rolante cada vez que se apanha boleia para subir a rampa dos primeiros treinos, coordenar os movimentos, travar quando necessário... Uf! Tantas regras chegam a parecer cansativo. É certo que não corre tudo bem à primeira e que dá vontade imediatamente de desistir, mas o que mais nos intriga nesses momentos de aprendizagem é ver passar ao nosso lado os petizes com três ou quatro anos que deslizam por ali, quase de olhos fechados, sem medo de consequências, com uma perfeição de movimentos que nos deixam desarmados.
Estes primeiros desaires são vividos em equipa constituída pelo grupo de aprendizagem e respectivos instrutores que, com o espírito de humor que os caracteriza, fazem com que as três horas de aula passem rapidamente entre treinos, brincadeiras e tertúlias, nos intervalos para uma bebida quente, permitindo assim que ao fim de dois a três dias de treino consigamos saltar das telecadeiras sem cambalhota e deslizar pelas pistas verdes com confiança sentindo o vento gelado contra a cara, o corpo a deslizar como uma bola de neve cada vez mais rápido até que por fim, ao entrar em zona plana e com os esquis em cunha, se trava gradualmente. Este deslizar sem esforço no meio da invulgar paisagem totalmente branca com a luminosidade intensa do sol reflectida na neve desperta sensações de liberdade dificilmente vividas em qualquer outro lugar.
Outros momentos de perfeito deleite são simplesmente apanhar o sol de inverno nas esplanadas situadas ao lado das pistas, apreciando a brancura da paisagem, e entretendo-nos com as nossas leituras preferidas.
Após um agitado dia nas pistas aguarda-nos, no hotel, o tempo de lazer e recuperação, o denominado “après ski” usufruindo do SPA e aproveitando a hidromassagem, fundamental para ajudar na recuperação dos músculos, bem como as piscinas de água aquecida interiores ou exteriores que nos permitem partilhar da invulgar experiência de um banho quente ao ar livre, enquanto flocos de neve vão caindo sobre a água aquecida da piscina, com a imponente montanha branca como paisagem.
Para quem prefere um fim de dia mais animado existe sempre uma larga oferta de espaços de diversão nocturna.
Estes foram alguns dos momentos vividos nas nossas primeiras férias na neve em Andorra e que se repetiram com semelhante euforia em anos seguintes em Serra Nevada e Formigal.
Nestes tempos em que escutar o silêncio se torna difícil, é na tranquilidade da brancura da montanha e na suavidade da neve que se consegue ouvir e sentir a natureza em toda a sua plenitude. Sem dúvida que há na montanha uma magia que nos obriga a respirar de forma diferente. É provável que seja apenas a elevada altitude e o peso excessivo do equipamento, mas é na liberdade que se vivência quando se descem as pistas, que se sente uma leveza de espírito que culmina com o prémio de uma chegada tranquila ao fim da pista, mesmo com algumas quedas pelo meio, mas que resultam em desafio para uma nova subida.
Nota: imagens do hotel retiradas do sitehttp://www.directski.com/ski/andorra/soldeu_and_el_tarter/hotel_euro_esqui
As restantes imagens pertencem a arquivo pessoal.
Emília Clamote/ Biblioteca CDI, tel. 44162, clamote@fm.ul.pt