Os primeiros 6 de um grupo de 10 graduados do curso do IFA “Especialização em Medicina Dentária Forense”, receberam os diplomas no dia 5 de maio, numa cerimónia que decorreu na presença de vários ilustres e de representantes das partes envolvidas nesta sinergia; o Diretor da FMUL, Prof. João Eurico Cabral da Fonseca, o Diretor da FMDL o Prof. João Caramês, e em representação da Faculdade de Zagreb, na Croácia, a Profª Zrinka Tarle.
Valon Nushi, Carolina Silva e a Mónica Alves faziam parte do grupo de 6 alunos que veio receber, em mãos, os diplomas e estavam visivelmente felizes por terem concretizado mais uma etapa na sua formação. Na fotografia, Valon recebe o diploma da mão da Professora Cristiana Pereira. Natural do Kosovo, veio de propósito para Portugal fazer esta formação. A escolha deveu-se ao “currículo do curso e também aos nomes associados”. A Carolina tem formação em medicina legal e antropologia e gostava de vir a exercer na área forense, que admite, “gostar bastante”. Este curso era a ferramenta que lhe faltava para prosseguir essa via. A Mónica está na área clínica e esta formação que a obrigou a fazer uma gestão muito apertada do seu tempo, porque conciliar trabalho, estudos e vida pessoal, não é fácil, vai servir sobretudo para atividades pontuais, como esclarece, “existem listas de profissionais a quem o IML ou empresas privadas recorre quando precisam deste tipo de serviço, e gostava de fazer parte de uma dessas bases de dados”. O objetivo será conciliar as consultas de medicina dentária com outros trabalhos pontuais na área forense.
Valon Nushi, também é dentista, mas é “único homem do curso”, como salientaram as colegas, viajou alguns quilómetros até Portugal e explicou ter grande interesse nesta formação devido à guerra das Balcãs que durante a década de 90 matou milhares de pessoas no conflito. “Atualmente existem muitos cadáveres por identificar, muitos provenientes de valas comuns, que continuam a ser encontradas.” É aqui que Valon acredita vir a contribuir com a sua ajuda, agora que tem formação forense.
A comitiva da Faculdade de Zagreb foi representada pela Professora Zinka Tarle, que se mostrou bastante satisfeita e lançou sementes para uma parceria mais alargada; “o futuro da ciência depende das diferentes colaborações entre universidades, professores e investigadores. Cada o seu know how pode acrescentar mais valias e fazer a diferença no conhecimento futuro”. Reiterou o peso da faculdade que representa, onde salientou os mais de 200 anos de história e garantiu que, “temos muita experiência no campo da medicina forense e podemos oferecer o nosso conhecimento.”
Da reunião presencial com todos os intervenientes, disse levar uma boa impressão e espera, “que seja o primeiro passo para irmos mais longe e estabelecer novas colaborações na área da pós-graduação, mas também no âmbito da investigação “.
A Medicina Dentária Forense desempenha um importante papel sobretudo em situações de catástrofe, mas também na datação e identificação de cadáveres. Pode inclusivamente, desempenhar um papel determinante no envolvimento com equipas de investigação na ajuda a interpretação de provas orais dentárias dentro do sistema forense. O curso do qual a Profª Cristiana Pereira e o Profº Francisco Salvado são os coordenadores pode fazer a diferença na área.
Equipa editorial
Dora Estevens Guerreiro
