Ao todo foram 22 os estudantes que participaram no 25º PEC e Bolsas CHULN/FMUL na sessão de posters. Desses, 8 foram selecionados para a Sessão de Comunicações Orais, e daí foram selecionadas as 3 melhores apresentações que receberam os Prémios Dia da Investigação AEFML.
Quisemos dar rosto a estes números e falámos com a Beatriz Lima e o Rafael Whitfield que aceitaram responderam às nossas perguntas.

Em que consiste este trabalho que apresentou?
Beatriz: É o desenvolvimento de um novo método para avaliar a capacidade da reparação do DNA das células do sangue.
É útil para ajudar os clínicos quando se deparam com doentes com alterações genéticas cujo significado clínico ainda não é conhecido. Nomeadamente nos Síndromes de cancro hereditário, esta pode ser uma ferramenta com grande utilidade nas consultas de aconselhamento genético.
Como surgiu a ideia?
Beatriz: Há 4 anos iniciei a minha viagem nos projetos GAPIC e pediram-me para caracterizar a capacidade da reparação do DNA em células de umas doentes portadoras de uma mutação de significado desconhecido. Utilizei os métodos standard já aceites para esta avaliação, mas nunca fiquei realmente satisfeita. Ou eram demorados, ou eram tecnicamente difíceis, ou requeriam uma avaliação subjetiva. Foi assim que decidi fazer o meu próprio método, baseado nos conhecimentos que adquiri nas aulas de Biologia Molecular, e claro, fazendo muita pesquisa.
Quanto tempo investido?
Beatriz: Muito. Passei o verão no Laboratório, as férias da páscoa, do natal... Mesmo durante o semestre ia 2-3 vezes ao laboratório por semana. Muitas vezes saía depois das 21h... Só durante as épocas de exames é que fazia uma pausa total do trabalho do laboratório. Mas não me queixo, foi muito bom, conheci pessoas incríveis pelo caminho e aprendi coisas que o curso nunca me poderia ensinar.
E finalmente, como recebeu este 1º lugar?
Beatriz: Essa pergunta já é mais difícil.... Confesso que tinha algumas expectativas. Há 2 anos ganhei o 3º prémio e há um ano ganhei o 2º prémio. Este ano, de facto, seria fantástico acabar em beleza, e assim foi. Foi fruto do meu trabalho, mas claro, também da excelente e incansável orientação da minha tutora, Professora Célia Carvalho. Porque muito tempo no laboratório é passado a errar e a remendar os erros, e a minha tutora nunca me deixou desistir, sempre me motivou e acima de tudo valorizou e deu brilho às minhas ideias. Tenho a certeza que essa é a principal razão do sucesso deste projeto.

Em que consiste este trabalho que apresentou?
Rafael: A ideia surgiu em discussão com o professor Daniel Caldeira, sendo que ambos queríamos fazer um trabalho na área da cardiologia e com impacto clínico direto (ou seja, neste caso, com a capacidade de mudar a maneira como abordamos o rastreio da fibrilhação auricular na população idosa).
Quanto tempo investido?
Rafael: A execução desse mesmo trabalho durou cerca de um ano/ ano e meio.
E finalmente, como recebeu este 1º lugar?
Rafael: De facto fiquei surpreendido de ter ganho o prémio de investigação (ainda para mais o meu trabalho era mais direcionado para a clínica, tal como referi anteriormente), sendo que já tinha ganho a bolsa de investigação que me permitiu realizar este trabalho, apresentar o mesmo no congresso de cardiologia e posteriormente publicá-lo, foi de facto ótimo receber o reconhecimento deste prémio e a oportunidade de utilizar o mesmo para continuar a divulgar este trabalho.
Dora Estevens Guerreiro
Equipa Editorial
