Aqui, na Faculdade, setembro é um mês marcado pelo frenesim do regresso, onde todos, sem exceção, preparam o novo ano letivo. O arranque tem de ser planeado e implementado. Professores, Área Académica, Gabinete de Apoio ao Estudante, Gabinete de Comunicação e a Associação de Estudantes envolvem-se em reuniões sucessivas para que tudo esteja mais do que alinhavado para o regresso dos nossos estudantes.
Dos residentes até aos estudantes do 1º ano, tudo requer máxima atenção e exige um esforço redobrado das equipas envolvidas, que coordenadas, colaboram para que toda a informação esteja disponível, desde horários e salas de aula, passando pelos conteúdos programáticos, até aos procedimentos mandatórios para aqueles que se inscrevem pela primeira vez em Medicina ou Ciências da Nutrição.
Tudo regressa e a roda retoma a direção e a velocidade. Ano após ano é assim, ano após ano assim será, uma vez que só assim estaremos em condições de oferecer aos nossos alunos o rigor e a excelência que nos caracteriza enquanto escola médica.
Sobre o ensino de Medicina, reformulámos o ensino clínico, do 3º ao 6º Ano, adotando novos modelos e novas abordagens promissoras para a formação médica, cujo objetivo é educar médicos com uma visão plural e sinérgica sobre a prática da Medicina e assim, apetrechar o Serviço Nacional de Saúde com profissionais capazes não só na teoria como na prática, não esquecendo a cultura humanística da profissão. A verdade, é que o paradigma do curso de Medicina viu-se alterado com o surgimento de cursos em Universidades privadas, o que conduziu a um desacordo entre a visão do Ministro da Ciência, da Tecnologia e do Ensino Superior, Manuel Heitor, e o Conselho de Escolas Médicas Portuguesas (CEMP). Ainda sobre este tema, também o Prof. Fausto J. Pinto não perdeu a oportunidade de comentar a abertura de novos cursos privados de Medicina ao Diário de Notícias, referindo que “A formação médica em Portugal não passa por novas escolas ou aumento de vagas, porque isso não vai contribuir em nada para resolver o problema da suposta falta de médicos”.
O mês de setembro destacou-se também por realizações e momentos especiais protagonizados pelo nosso corpo docente. Sara Xapelli viu o seu trabalho, e da sua equipa de investigação, ser reconhecido pela International Brain Research Organization (IBRO), também Bruno Silva-Santos foi destaque por ter estado na base da descoberta das células imunitárias, "Delta One T (DOT)”, testadas num ensaio clínico nos Estados Unidos, e que poderão vir a ser consideradas no tratamento da leucemia mieloide aguda, o cancro do sangue mais agressivo. Do mesmo modo, as propriedades regenerativas do peixe-zebra, foco da investigação da Professora Leonor Saúde, foram alvo de interesse pela comunidade académica e científica, uma potencial luz ao fundo do túnel no que concerne à recuperação da medula espinhal. Este foi também o mês, em que se realizou o arranque do primeiro Curso de Pós-Graduação de ATM Artroscopia e Cirurgia Aberta da Articulação Temporomandibular, uma formação inovadora que segundo o seu coordenador, Professor Doutor David Ângelo, veio “permitir ao cirurgião mimetizar as diferentes intervenções cirúrgicas num ambiente controlado, sob supervisão atenta do grupo de formadores”. Por último, mas não menos importante, setembro foi também o mês em que o Grau de Doutoramento Honoris Causa foi merecidamente atribuído a Luís Portela, ex-presidente executivo da BIAL, e a Jorge Alberto Costa e Silva, médico e psiquiatra brasileiro, num evento que se realizou na Reitoria da Universidade de Lisboa com o carimbo da FMUL. Uma cerimónia repleta de comoção e que distinguiu honrosamente quem tanto fez pela Medicina e pela Saúde em Portugal e no Mundo.
Na tentativa de a todos sensibilizar para o seu bem maior, retomámos as rúbricas dedicadas à Saúde, e porque esta não tira férias, nem se importa com o mês do calendário, é importante manter-se atento a todo e qualquer sinal do seu coração, pois as Doenças Cardiovasculares mantêm-se como a 1ª causa de morte no nosso país, dados confirmados pelo Prof. Fausto J. Pinto ao Jornal Expresso.
Sabia que por ano, em Portugal, surgem 260 novos casos de Linfoma de Hodgkin? Com sintomas pouco específicos e que se podem manifestar de várias formas, esta tipologia de tumor maligno foi assinalado no passado dia 15 de setembro.
Considerada uma das doenças degenerativas com maior incidência, o Dia do Doente com Doença de Alzheimer (21 de setembro) foi marcado por um artigo redigido pela Professora Ana Isabel Verdelho, que justifica a gradual preocupação nesta doença com a estimativa de que em 2050, cerca de 152 milhões de pessoas viverão com demência em todo o mundo.
No dia 26 de setembro, foi a vez de salientar a importância da audição, fundamental na comunicação e no bem-estar da Sociedade, como nos avança o Professor Óscar Dias.
O dia 10 de setembro ficou marcado pela despedida a um grande líder, o ex-Presidente Jorge Sampaio, um homem que para além de vários feitos políticos e humanísticos, sempre manteve uma forte ligação à nossa Escola.
Isabel Varela
Equipa Editorial
