Momentos
Rota do Vinho do Porto
“Respirando, havia mais de 20 anos, a atmosfera perfumada do nosso clima meridional e bebendo, em todo este tempo, da própria fonte, o predilecto das mesas britânicas, o genuíno Port Wine – esse néctar, cujo aroma ainda mais que os da nossa atmosfera, é grato ás pituitárias inglesas, Mr. Richard Whitestone não conseguira, ou melhor, estas influências com todos os outros feiticeiros atractivos da nossa terra, ainda não haviam conseguido de Mr. Richard Whitestone dois importantes resultados: - a adopção dos hábitos da vida peninsular contra os quais antes reagia sempre com a inteira inflexibilidade da suas fibras britânicas e o respeito à gramática portuguesa...”
(IN: Júlio Dinis - Uma Família Inglesa)
Quem cruza a Ponte D. Luís I, entre o Porto e Gaia por entre a bruma quase perpétua e misteriosa que envolve o casario lá em baixo junto à Ribeira, sente que vai a caminho de se encontrar um pouco mais consigo mesmo. Um regresso às origens do que é ser genuínamente português. O verde e vermelho da nossa bandeira, espelhados no verde agreste dos socalcos do Douro e no vermelho da uva pisada e tornada vinho. Vinho nascido do suor de um povo de face genuína e sorriso quente, que nos lagares da vida transforma a uva vindimada com esforço, num vinho requintado, único e apreciado em todo o mundo. Um vinho que cheira a abraços de reencontro e a conversas ao redor da lareira com os amigos e que adquirindo uma certa altivez e requinte se transforma no néctar perfeito dos Deuses para selar negócios na mais alta esfera política e financeira em todo o mundo.
As caves do vinho do Porto são por isso um marco inevitável da nossa História tão bem retratadas na obra de Júlio Dinis “Uma Família Inglesa”.
A Região Demarcada do Vinho do Porto está tradicionalmente dividida em três sub-regiões: o Baixo Corgo, o Cima Corgo e o Douro Superior, tendo sido estabelecida como tal pelo Marquês de Pombal em 1756, com o intuito de evitar a fraude de vinhos feitos com uvas de outras regiões.
O vinho é, desde então, envelhecido nas 15 caves de Vila Nova de Gaia e trazido até ao ano de 1965 pelos pitorescos barcos rabelos, hoje ainda ancorados nas margens do Douro a dar testemunho histórico dos seus tempos áureos em que transportavam o vinho das quintas para os armazéns durante o período primaveril.
As caves estão actualmente disponíveis para visita, com a possibilidade de degustação do famoso néctar. Destacamos entre elas as Caves Taylor’s fundadas em 1693 (www.taylor.pt), pertença de uma das mais antigas companhias exportadoras a Taylor Fladgate & Yeatman e que ainda mantêm actualmente nas suas caves um carácter familiar e de rusticidade; as Caves Ferreira (www.sogrape.pt) eternizadas pelo empreendedorismo inédito para a época nascido pelas mãos de uma mulher: a histórica Ferreirinha – Dona Antónia Adelaide Ferreira; as Caves Ramos Pinto (www.ramospinto.pt) fundadas por Adriano Ramos Pinto em 1909 ou as Caves da Real Companhia Velha (www.realcompanhiavelha.pt), fundadas em 1756 pelo rei D. José I como resultado do Decreto Pombalino que demarcou a região vinícola do Douro.
O Vinho do Porto distingue-se pelas suas características peculiares: diversidade de tipos, intensidade de aroma e sabor, variedade de cores, gama diversificada de doçura e um teor alcoólico elevado (geralmente compreendido entre os 19 e os 22% vol.).
Para se ser verdadeiro apreciador do Vinho do Porto tem que se saber distinguir à priori por exemplo as diferenças entre um tawny e um ruby. Enquanto o Ruby é um vinho jovem, encorpado e de sabor forte, cuja cor se assemelha à cor da pedra preciosa denominada rubi e tem um processo de envelhecimento com pouca ou nenhuma oxidação (normalmente até 3 anos em barris de madeira), o Tawny é um vinho obtido a partir de lotações de vinhos, normalmente com uma idade média de três anos e envelhecidos em cascos de madeira avinhada. Deste modo, não apresentam as características do envelhecimento em carvalho. Durante o processo de envelhecimento efectuam-se muitas transfegas para forçar o processo de oxidação e conferir uma tonalidade dourada ao vinho. Para os apreciadores mais exigentes e conhecedores de enologia o vinho do porto ainda pode assumir outras denominações de acordo com o tipo de envelhecimento:
Aliado à enologia e ao prazer gastronómico, a Região Demarcada do Douro oferece-nos uma beleza paisagística incomparável, de paisagens deslumbrantes, onde o verde e o dourado da terra se confundem com o azul do Douro serpenteando livremente por entre a serrania.
Na Rota do Vinho do Porto, muitos roteiros podem ser traçados ao gosto particular do viajante: rota vinícola e gastronómica, passeios de barco no Douro, viagens ao passado a bordo do comboio a vapor ou a rota das seis aldeias vinhateiras do Douro romântico: Barcos, Favaios, Provesende, Salzedas, Trevões e Ucanha, cada uma com uma história diferente para contar, baseada em memórias onde a uva, a vindima e a lagarada são personagens principais e onde podemos ser convidados a participar numa vindima ou numa desfolhada. A paisagem natural, lembra em parte pela sua quietude imponente os fiordes escandinavos, porém adquire uma beleza inigualável quando adquire diversas tonalidades de cores, consoante a época do ano, numa beleza única, não de neves eternas, mas de amendoeiras em flor ondulando ao sabor do vento.
In : http://www.infovini.com/
Quer seja por um breve fim de semana ou por um período de férias mais longo, a Rota do Vinho do Porto, é algo que se deve fazer nem que seja por uma vez na vida. A oferta de alojamento é diversificada, quer em casas rurais, quer em hoteis mais requintados.
O turismo de aldeia, ganha cada vez mais expressão e adeptos e caracteriza-se por um conjunto de serviços de alojamento e animação para turistas, em empreendimentos de natureza familiar, realizados e prestados mediante remuneração, em zonas rurais.
Exemplo de turismo de aldeia é a CASA CIMEIRA (www.casacimeira-douro.com), em Valença do Douro, que está integrada em plena zona de turismo rural da região do Douro sendo uma casa recuperada com cerca de 200 anos que prima pela hospitalidade, acolhimento familiar e simpatia.
Situada no coração do denominado Douro Vinhateiro e Douro Romântico, a casa, localizada na aldeia de Valença do Douro entre Tabuaço, Pinhão e Peso da Régua, deslumbra pela privilegiada localização onde se avista numa perspectiva global as paisagens ondulantes de sulcos, bem ao fundo surge a imagem em funil do magnífico rio Douro a serpentear no sopé das serras.
Sugere-se quer o passeio de barco Pinhão - Peso da Régua quer o passeio de comboio entre o Porto e o Tua. Uma visita a Lamego, para apreciar a imponência da escadaria e vista da nossa Senhora dos Remédios. São João da Pesqueira e as aldeias circundantes, com passeios pedestres organizados ou não.
Outra alternativa para disfrutar naqueles momentos muitos especiais da nossa vida, mas muito mais dispendiosa é o recém criado Douro Palace Hotel Resort & SPA (http://www.douropalace.com/) localizado em Baião na Quinta de S. João, situada em Santa Cruz do Douro.
E esta Rota do Vinho do Porto aqui traçada, só poderá ficar completa, terminando com a citação de um excerto da canção escrita por um médico-cantor cujo talento foi roubado por uma morte prematura mas que nos deixou um legado imenso, retratando o que de mais genuíno há no povo português:
“Primeiro a serra semeada terra a terra
Nas vertentes da promessa
Depois o verde que se ganha ou que se perde
Quando a chuva cai depressa
E nasce o fruto quantas vezes diminuto
Como as uvas da alegria
E na vindima vão as cestas até cima
Com o pão de cada dia
Suor do rosto p’ra pisar e ver o mosto
Nos lagares do bom caminho
Assim cuidado faz-se o sonho e fermentado
Generoso como o vinho
E pelo rio vai dourado o nosso brio
Nos rabelos duma vida
E para o mundo vão garrafas cá do fundo
De uma gente envaidecida
Vinho do Porto vou servi-lo neste cálice
Alicerce da amizade em Portugal
É o conforto de um amor tomado aos tragos
Que trazemos por vontade em Portugal
Se nós quisermos entornar a pequenez
Se nós soubermos ser amigos desta vez
Não há champanhe que nos ganhe
Nem ninguém que nos apanhe
Porque o vinho é português “
Carlos Paião
Paula Saraiva
psaraiva@fm.ul.pt
Instituto de Formação Avançada
(+351) 217985107
Bibliografia:
DINIS, Júlio, pseud.
Uma família inglesa : cenas da vida do Porto / Júlio Dinis. - Nova ediçäo, conforme a terceira actualiz. na grafia. - Porto : A. R. da Cruz Coutinho, 1875. - 367, [1] p. ; 19 cm http://purl.pt/326
Foram consultados e retiradas imagens dos seguintes sites:
http://www.aldeiasvinhateiras.pt
http://www.infovini.pt
http://www.rvp.pt
http://www.casacimeira-douro.com
http://www.douropalace.com
(IN: Júlio Dinis - Uma Família Inglesa)
Quem cruza a Ponte D. Luís I, entre o Porto e Gaia por entre a bruma quase perpétua e misteriosa que envolve o casario lá em baixo junto à Ribeira, sente que vai a caminho de se encontrar um pouco mais consigo mesmo. Um regresso às origens do que é ser genuínamente português. O verde e vermelho da nossa bandeira, espelhados no verde agreste dos socalcos do Douro e no vermelho da uva pisada e tornada vinho. Vinho nascido do suor de um povo de face genuína e sorriso quente, que nos lagares da vida transforma a uva vindimada com esforço, num vinho requintado, único e apreciado em todo o mundo. Um vinho que cheira a abraços de reencontro e a conversas ao redor da lareira com os amigos e que adquirindo uma certa altivez e requinte se transforma no néctar perfeito dos Deuses para selar negócios na mais alta esfera política e financeira em todo o mundo.
As caves do vinho do Porto são por isso um marco inevitável da nossa História tão bem retratadas na obra de Júlio Dinis “Uma Família Inglesa”.
A Região Demarcada do Vinho do Porto está tradicionalmente dividida em três sub-regiões: o Baixo Corgo, o Cima Corgo e o Douro Superior, tendo sido estabelecida como tal pelo Marquês de Pombal em 1756, com o intuito de evitar a fraude de vinhos feitos com uvas de outras regiões.
O vinho é, desde então, envelhecido nas 15 caves de Vila Nova de Gaia e trazido até ao ano de 1965 pelos pitorescos barcos rabelos, hoje ainda ancorados nas margens do Douro a dar testemunho histórico dos seus tempos áureos em que transportavam o vinho das quintas para os armazéns durante o período primaveril.
As caves estão actualmente disponíveis para visita, com a possibilidade de degustação do famoso néctar. Destacamos entre elas as Caves Taylor’s fundadas em 1693 (www.taylor.pt), pertença de uma das mais antigas companhias exportadoras a Taylor Fladgate & Yeatman e que ainda mantêm actualmente nas suas caves um carácter familiar e de rusticidade; as Caves Ferreira (www.sogrape.pt) eternizadas pelo empreendedorismo inédito para a época nascido pelas mãos de uma mulher: a histórica Ferreirinha – Dona Antónia Adelaide Ferreira; as Caves Ramos Pinto (www.ramospinto.pt) fundadas por Adriano Ramos Pinto em 1909 ou as Caves da Real Companhia Velha (www.realcompanhiavelha.pt), fundadas em 1756 pelo rei D. José I como resultado do Decreto Pombalino que demarcou a região vinícola do Douro.
O Vinho do Porto distingue-se pelas suas características peculiares: diversidade de tipos, intensidade de aroma e sabor, variedade de cores, gama diversificada de doçura e um teor alcoólico elevado (geralmente compreendido entre os 19 e os 22% vol.).
Para se ser verdadeiro apreciador do Vinho do Porto tem que se saber distinguir à priori por exemplo as diferenças entre um tawny e um ruby. Enquanto o Ruby é um vinho jovem, encorpado e de sabor forte, cuja cor se assemelha à cor da pedra preciosa denominada rubi e tem um processo de envelhecimento com pouca ou nenhuma oxidação (normalmente até 3 anos em barris de madeira), o Tawny é um vinho obtido a partir de lotações de vinhos, normalmente com uma idade média de três anos e envelhecidos em cascos de madeira avinhada. Deste modo, não apresentam as características do envelhecimento em carvalho. Durante o processo de envelhecimento efectuam-se muitas transfegas para forçar o processo de oxidação e conferir uma tonalidade dourada ao vinho. Para os apreciadores mais exigentes e conhecedores de enologia o vinho do porto ainda pode assumir outras denominações de acordo com o tipo de envelhecimento:
Aliado à enologia e ao prazer gastronómico, a Região Demarcada do Douro oferece-nos uma beleza paisagística incomparável, de paisagens deslumbrantes, onde o verde e o dourado da terra se confundem com o azul do Douro serpenteando livremente por entre a serrania.
Na Rota do Vinho do Porto, muitos roteiros podem ser traçados ao gosto particular do viajante: rota vinícola e gastronómica, passeios de barco no Douro, viagens ao passado a bordo do comboio a vapor ou a rota das seis aldeias vinhateiras do Douro romântico: Barcos, Favaios, Provesende, Salzedas, Trevões e Ucanha, cada uma com uma história diferente para contar, baseada em memórias onde a uva, a vindima e a lagarada são personagens principais e onde podemos ser convidados a participar numa vindima ou numa desfolhada. A paisagem natural, lembra em parte pela sua quietude imponente os fiordes escandinavos, porém adquire uma beleza inigualável quando adquire diversas tonalidades de cores, consoante a época do ano, numa beleza única, não de neves eternas, mas de amendoeiras em flor ondulando ao sabor do vento.
In : http://www.infovini.com/
Quer seja por um breve fim de semana ou por um período de férias mais longo, a Rota do Vinho do Porto, é algo que se deve fazer nem que seja por uma vez na vida. A oferta de alojamento é diversificada, quer em casas rurais, quer em hoteis mais requintados.
O turismo de aldeia, ganha cada vez mais expressão e adeptos e caracteriza-se por um conjunto de serviços de alojamento e animação para turistas, em empreendimentos de natureza familiar, realizados e prestados mediante remuneração, em zonas rurais.
Exemplo de turismo de aldeia é a CASA CIMEIRA (www.casacimeira-douro.com), em Valença do Douro, que está integrada em plena zona de turismo rural da região do Douro sendo uma casa recuperada com cerca de 200 anos que prima pela hospitalidade, acolhimento familiar e simpatia.
Situada no coração do denominado Douro Vinhateiro e Douro Romântico, a casa, localizada na aldeia de Valença do Douro entre Tabuaço, Pinhão e Peso da Régua, deslumbra pela privilegiada localização onde se avista numa perspectiva global as paisagens ondulantes de sulcos, bem ao fundo surge a imagem em funil do magnífico rio Douro a serpentear no sopé das serras.
Sugere-se quer o passeio de barco Pinhão - Peso da Régua quer o passeio de comboio entre o Porto e o Tua. Uma visita a Lamego, para apreciar a imponência da escadaria e vista da nossa Senhora dos Remédios. São João da Pesqueira e as aldeias circundantes, com passeios pedestres organizados ou não.
Outra alternativa para disfrutar naqueles momentos muitos especiais da nossa vida, mas muito mais dispendiosa é o recém criado Douro Palace Hotel Resort & SPA (http://www.douropalace.com/) localizado em Baião na Quinta de S. João, situada em Santa Cruz do Douro.
E esta Rota do Vinho do Porto aqui traçada, só poderá ficar completa, terminando com a citação de um excerto da canção escrita por um médico-cantor cujo talento foi roubado por uma morte prematura mas que nos deixou um legado imenso, retratando o que de mais genuíno há no povo português:
“Primeiro a serra semeada terra a terra
Nas vertentes da promessa
Depois o verde que se ganha ou que se perde
Quando a chuva cai depressa
E nasce o fruto quantas vezes diminuto
Como as uvas da alegria
E na vindima vão as cestas até cima
Com o pão de cada dia
Suor do rosto p’ra pisar e ver o mosto
Nos lagares do bom caminho
Assim cuidado faz-se o sonho e fermentado
Generoso como o vinho
E pelo rio vai dourado o nosso brio
Nos rabelos duma vida
E para o mundo vão garrafas cá do fundo
De uma gente envaidecida
Vinho do Porto vou servi-lo neste cálice
Alicerce da amizade em Portugal
É o conforto de um amor tomado aos tragos
Que trazemos por vontade em Portugal
Se nós quisermos entornar a pequenez
Se nós soubermos ser amigos desta vez
Não há champanhe que nos ganhe
Nem ninguém que nos apanhe
Porque o vinho é português “
Carlos Paião
Paula Saraiva
psaraiva@fm.ul.pt
Instituto de Formação Avançada
(+351) 217985107
Bibliografia:
DINIS, Júlio, pseud.
Uma família inglesa : cenas da vida do Porto / Júlio Dinis. - Nova ediçäo, conforme a terceira actualiz. na grafia. - Porto : A. R. da Cruz Coutinho, 1875. - 367, [1] p. ; 19 cm http://purl.pt/326
Foram consultados e retiradas imagens dos seguintes sites:
http://www.aldeiasvinhateiras.pt
http://www.infovini.pt
http://www.rvp.pt
http://www.casacimeira-douro.com
http://www.douropalace.com