Hoje é dia Internacional do Enfermeiro
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Criado pelo Concelho Internacional dos Enfermeiros! E porquê 12 de Maio? O dia do Enfermeiro!

Esta data não foi escolhida de forma leviana, mas sim escolhida por ser a data em que nasceu Florence Nightingale, considerada a fundadora da enfermagem moderna. Não faz sentido falar deste dia sem falar um pouco da história de quem tanto deu à enfermagem da modernidade em tempos tão longínquos.

Nascida no ano de 1820 numa família inglesa abastada, o seu nome deve-se ao local onde nasceu em Florença. Foi educada em Inglaterra com uma educação esmerada. A sua apetência para a enfermagem manifestou-se desde cedo e muito à custa das inúmeras visitas aos doentes que fazia juntamente com a sua mãe. Embora a família fosse contra nunca desistiu dos seus objetivos, acabando por tirar o curso de enfermagem numa ordem religiosa na Alemanha tendo terminado o curso em cerca de 3 meses. A partir dai nunca mais parou, através das inúmeras viagens realizadas fez estudos comparativos de enfermagem de locais por onde passou sempre com o objetivo de criar a sua própria escola.

Em 1853, durante a Guerra da Crimeia foi convidada para enfermeira supervisora das enfermeiras voluntárias que ali se encontravam, com o objetivo de ajudar os feridos de guerra.

A inexistência de condições, arejamento das salas bem como um tratamento inadequado seria uma barreira para o sucesso da recuperação dos pacientes. A preocupação com o ambiente seguro/higiene tiveram aqui um grande enfoco.

Tudo isto foi um marco histórico na enfermagem moderna onde Florence consegue demonstrar que como as questões de ambiente seguro/higiene/tratamento adequado podem fazer a diferença no cuidar. Com as alterações implementadas assistiu-se a uma queda da mortalidade em cerca de 40%.

Florence aqui demonstra ao mundo o valor da enfermagem como profissão. Surge aqui também a famosa história da lamparina associada à enfermagem, as enfermeiras durante a noite vigiavam os pacientes feridos com uma lamparina “pendurada no cabelo”, pelo que ficou conhecida como a “Dama da lamparina”.

Em 1860, Florence funda a sua escola de enfermagem em Inglaterra no Hospital Saint Thomas. Toda a filosofia da escola assenta em princípios inovadores que mudaram a história da enfermagem até aos dias de hoje.

Florence é considerada a “mãe” da enfermagem, uma mulher inteligente com ideias inovadoras e preocupações com “evidência científica” demonstrada através de estudos comparativos e inúmeras publicações.

 As questões relacionadas com ambiente seguro que envolviam ar puro, higiene, alimentação, sono e repouso bem como dieta adequada eram considerados princípios fundamentais para a recuperação e bem-estar dos pacientes.

Todos estes anos passados tenho de concordar que foi um grande impulso na enfermagem e que ainda hoje é bem óbvio a necessidade de encarar o utente como um todo e não como a soma das “partes”, também a proximidade com os doentes/famílias/comunidade é determinante nas intervenções de enfermagem bem como o sucesso das mesmas. Já foi demonstrado através de vários estudos o impacto que isso pode ter na morbimortalidade das populações.

É sem dúvida o enfermeiro quem cuida em todas as etapas de vida do ser Humano quer na prevenção da doença e promoção da saúde. Cuidados esses gerais e especializados e ainda está presente na gestão/acessória e ainda na formação graduada e pós graduada.

Temos ainda um grande caminho a percorrer para a valorização da profissão, para que definitivamente a população perceba que o enfermeiro é um agente da saúde e é ele que está mais próximo do utente e que ninguém na área da saúde o conhece tão bem.

Com os tempos difíceis que temos passado, na pandemia assistimos a muitos agradecimentos, muitos aplausos, mas isso é esquecido facilmente, e não, não somos heróis, somos profissionais que nos preocupamos com o bem-estar do outro, exercemos a nossa profissão com brio e dignidade.

É necessário que os nossos políticos encarem a situação da profissão que se arrasta à décadas, a carência de enfermeiros, a mobilidade entre instituições, a emigração para termos mais estabilidade é necessário uma carreira digna e salários justos.

Afinal o Enfermeiro é Gente que cuida de Gente e para isso todos nós temos de cuidar melhor da profissão.

mulher vestida de enfermeira

Dulce Freitas - Enfermeira em funções de Gestão

Serviço UNEIC VII/SMI