Hoje celebrámos o Dia da Medicina Aeroespacial
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passadeira Alter G, simula gravidade zero

Para podermos ver o planeta Terra na sua plenitude são necessários 8 minutos e 48 segundos de viagem até à microgravidade, mas esta é a mais exigente das viagens. Quando regressamos passamos dias a sofrer com os efeitos secundários, vómitos, náuseas e suores frios “porque não há cima nem baixo, direita ou esquerda, e a cara e o tronco quase rebentam com o inchaço provocado pela subida dos fluidos do corpo”, referiu o Professor Edson Oliveira, numa entrevista ao jornal Expresso, acrescentado ainda que, “no ambiente sem gravidade, todos os sistemas sofrem alterações. Atrofia muscular e consequente osteoporose, processo degenerativo ao nível da coluna, alterações do ritmo cardíaco e da capacidade de manutenção da pressão arterial, diminuição progressiva da acuidade visual, entre outras”.

O Centro de Estudos de Medicina Aeroespacial (CEMA), o primeiro em Portugal, nasce com o objetivo de estudar estes efeitos e preparar os astronautas para estas situações. Hoje, a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL) inaugurou o CEMA.

descerramento de placa

A direção do CEMA está a cargo de Fausto J. Pinto, Diretor da FMUL, sob a coordenação conjunta dos Professores da FMUL, Edson Oliveira (neurocirurgião) e Thais Russomano (médica aeroespacial).

“O Espaço é um meio muito particular, está a suscitar interesse”, assim iniciou o Professor Fausto Pinto no seu discurso de abertura no dia da Medicina Aeroespacial.

homem e mulher falam para plateia

Nesta celebração, transmitida em direto no canal de YouTube da FMUL, contámos com a presença do Reitor da Universidade de Lisboa, o Professor Luís Ferreira. O Presidente da República que por impossibilidade de agenda não pode estar presente, mas deixou um vídeo de felicitação.

Guillaume Weerts, chefe da medicina espacial na European Space Agency (ESA), apresentou a palestra Medical Challenges of Space Exploration.

Seguiu-se a mesa redonda “Os desafios da Medicina Aeroespacial em Portugal”, moderado por Fausto J. Pinto, onde marcaram presença o Eng. Ricardo Conde (Presidente da Portugal Space), “será que estamos sós ou temos uma visão também mais comercial do próprio espaço?”; “o Universo é uma grande máquina (…) o astronauta é físico, é mecânico, cozinheiro, é engenheiro e médico, o machine learning vai tornar tudo mais fácil”, mencionou.

Segundo a Diretora de Centro de Medicina Aeronáutica, da Força Área Portuguesa, Dr.ª Marina Lopes, “estamos mais perto de conquistar o espaço”.

“Hoje começa o futuro”, mencionou o Prof. Edson Oliveira, “a situação do corpo humano em órbita dá-nos uma perspetiva mais real do homem na terra”.

dois homens lado a lado seguram documentos

dois homens a assinar documentos

 

Após o descerramento da placa identificativa do CEMA foi assinado o protocolo de colaboração com a Agência Espacial Portuguesa – Space Portugal, com vista à colaboração na formação da medicina aeroespacial bem como na promoção de atividades nesta área.

homem fala para uma câmara
Prof. Edson Oliveira

 

homem fala para uma câmara
Prof. Fausto J. Pinto

 

Mais desenvolvimentos sobre este evento na próxima edição da News@FMUL.