Faculdades de Medicina mantêm número de vagas no ensino superior
Share

Não obstante o possível reforço do aumento de vagas no ensino superior, as Faculdades de Medicina com assento no CEMP (Conselho de Escolas Médicas Portuguesas) mantiveram o mesmo número de vagas, reiterando a posição anteriormente fundamentada pelo Conselho de Escolas Médicas Portuguesas, dado não existir “qualquer evidência que consubstancie a necessidade de aumentar o número de entradas” nos cursos de Medicina.

O Observador avança a notícia com a reação do ministro do Ensino Superior, ao que entende ser “uma mensagem claríssima que a abertura e a diversificação do ensino da Medicina deve ser feita através de novas ofertas por outras instituições, públicas e privadas”, declarou Manuel Heitor à agência Lusa.

A opção é rejeitada pelo Presidente do CEMP, e diretor da FMUL, Fausto Pinto que, em entrevista à rádio Observador, defende que o aumento do número de vagas não é condição determinante para a melhoria da qualidade do Serviço Nacional de Saúde, alertando para a realidade de um maior número de médicos indiferenciados, bem como o aumento de médicos que acabam por exercer atividade fora do país. “De forma muito objetiva e responsável, não há, neste momento, necessidade de formar mais médicos”, garantiu Fausto Pinto ao Observador, salientando o reforço necessário das infraestruturas nas instituições públicas de ensino de Medicina, em declarações para ouvir aqui.

Homem de fato e gravata

De acordo com o DN, que divulga a lista completa de vagas para o ano letivo 2020/21, o acréscimo de vagas no ensino superior é de 16% face ao ano anterior, representando um total de 240 novas vagas, distribuídas por 15 cursos em Lisboa e no Porto, através de um indicador designado pelo Governo “índice de excelência”, adiantando mais informações na publicação que pode consultar aqui.

Recorde-se que, o CEMP havia declarado publicamente que a capacidade formativa das Escolas Médicas está no limite, justificando a sua decisão no manifesto “excesso de oferta em termos dos estudantes que terminam o seu curso de Medicina para depois não terem a capacidade de poderem ingressar dentro da especialidade”.

Reveja aqui as razões da discordância do CEMP face ao aumento do número de vagas, numa posição apoiada pela Associação Nacional de Estudantes de Medicina e Ordem dos Médicos.