Este é o título do artigo de opinião escrito pelo Professor João Eurico Cabral, diretor da FMUL, no Jornal Expresso.
Quantos médicos são necessários para suprimir as necessidades da população portuguesa nomeadamente no SNS? A resposta não é simples e há certamente muitas variantes que influenciam o resultado dessa equação.
O Professor João Eurico da Fonseca, diretor da FMUL, escreveu um artigo esta semana no Expresso onda faz uma viagem pelo passado e os números de médicos formados desde o 25 de abril, até aos nossos dias. As necessidades mudam, as políticas e os políticos alteram as prioridades e já houve momentos me que se formaram muitos médicos e até houve a necessidade de criar mais escolas para se formarem profissionais. A década de 80 impôs um retrocesso no número de vagas nas faculdades de medicina e em 1986 a FMUL admitiu 40 alunos de medicina. Segundo o Professor, “após este ano, a “perceção” foi de que se tinha caído numa correção exagerada e o número de alunos aumentou sistematicamente ao longo dos anos em todas as escolas médicas” levando mesmo à criação de mais escolas.
As “perceções” como lhe chama, levam a que as medidas sejam uma espécie de elástico, ora esticam ora encolhem sem grande critério. “Para evitarmos decisões baseadas em “perceções”, como aconteceu no passado, o Ministério da Ciência Tecnologia e Ensino Superior e o Ministério da Saúde elaboraram um Despacho conjunto que nomeou uma Comissão para estimar as necessidades formativas em Medicina em Portugal para a próxima década.” O resultado foi conhecido em março e apontou a direção: “recomendou 3 pontos fundamentais, 1) “manter para a próxima década um aumento (de 1 a 2%/ano) do número de vagas em Medicina em Portugal, em linha com o aumento anual que tem vindo a acontecer na última década em Portugal, bem como no contexto Europeu em que nos enquadramos”; 2) que “antes de decidir criar escolas de medicina, devem ser estrategicamente otimizadas as capacidades formativas das atuais Escolas Médicas”; 3) reforçar o “investimento nas escolas existentes” e apostar na “valorização e capacitação docente”.
Aqui chegados, outras perguntas se impõem: haverá capacidade de formação para tantos estudantes? como garantimos que os médicos não emigram ou permaneçam no SNS abdicando de melhores salários e de condições de trabalho mais atrativas no privado? Não há uma saída que garanta uma resposta para cada dificuldade e muito menos que deixe todos os envolvidos satisfeitos. Como vemos, as variantes são muitas e o resultado desta equação continua em aberto.
Não perca o texto no Jornal Expresso.