O maior congresso internacional de medicina aeroespacial, ICAM, realizou-se em Portugal, durante os dias 3, 4 e 5 e contou com a organização do CEMA. Especialistas de 5 continentes partilharam experiências, dúvidas e avanços nas respostas encontradas na medicina para mitigar as alterações fisiológicas que o ambiente espacial provoca no corpo humano.
Foram apresentados estudos, houve partilha de experiências e três elementos do CEMA fizeram parte dos oradores. Foi no sábado, no Noble Hall, imediatamente a seguir Philip J. Scarpa, um dos nomes grandes da NASA e da medicina aeroespacial, que Duarte Conchinhas subiu ao palco e fez a apresentação do tema “Biomechanics of the human gait on the Moon& Mars”, seguido de Gabriela Alves Rodrigues que partilhou o estudo que fez sobre “Intracranial pressure and SANS: systematic review” e que originou muitas perguntas por parte da plateia. Inês Amaro Catorze levou o tema “Non-invasive methods for measurements of ICP.
Durante os dias do congresso decorreram visitas diárias ao CEMA onde foram demonstrados alguns exercícios e manobras de reanimação, com a particularidade de serem praticadas em ambiente espacial o que exige manobras diferentes. Existe até um com o nome de uma professora da FMUL: Evetts- Russomano Method, por ter sido por ela criado.
No CEMA há ainda a passadeira de microgravidade que simula o ambiente vivido na lua e em Marte, onde Duarte Conchinhas simulou o andar e a corrida ao mesmo tempo que explicava o que estava a acontecer no seu corpo.
Fazer suporte básico de vida em gravidade 0 exige manobras muito especificas aqui demonstradas pelo Francisco Santos.
Para contrariar a enorme perda muscular dos astronautas, foram simulados alguns exercícios físicos, com o recurso a muita imaginação, que podem ser praticados no espaço. Uma vez mais Duarte Conchinhas fez as honras da casa e equipou-se a rigor, desta feita com um arnês e preciosa ajuda de Nelson Vinagre, para que os abdominais surtam o efeito desejado.
O ambiente espacial e os danos no corpo humano
Edson Oliveira durante a entrevista dada à TVI mencionou a enorme importância que tem para Portugal que este 2º congresso se tenha aqui realizado e destacou o papel do CEMA na investigação e na procura de respostas para mitigar as alterações fisiológicas que ocorrem no espaço. A atrofia muscular, a descalcificação exagerada que leva à osteoporose, a exposição a radiação que deixa consequências a muitos níveis nomeadamente no nervo ótico e nas células do hipocampo, as cataratas precoces entre tantas outras que merecem a atenção da equipa CEMA que aos poucos tem atraído as atenções para Portugal e captou a atenção de Philip J. Scarpa, com os trabalhos dos três elementos do CEMA.
Foram cerca de 900 os participantes deste congresso que reuniu peritos de todo o mundo e concentrou os temas “espaço e medicina” na capital portuguesa. Sem dúvida que esta é uma forma de atrair as atenções para o que aqui se faz e para as condições geográficas que o território tem e que podem ser aproveitadas para a construção de simulacros.
Durante os 3 dias do congresso estiveram cá as instituições que estão atualmente a regulamentar e a dar cartas no mundo, nesta área. De realçar ainda que estiveram representados todos os continentes à exceção da Antártida e que Portugal pode ser pequenino, mas recebeu enormes elogios à organização deste primeiro congresso organizado com o cunho português.
Pode ver a reportagem da TVI AQUI