Inês Maria Gouveia está a trabalhar na sua tese de Mestrado, do curso de Mestrado Integrado em Medicina Dentária, na Escola Egas Moniz, no âmbito da Saúde Preventiva e Saúde Pública relativa à qualidade de vida e saúde oral numa população migrante. Haverá relação entre literacia, poder económico ou cultura e saúde oral? Essas são as respostas que a estudante pretende encontrar ao estudar um grupo de cidadãos oriundos de outros países e que conseguiu cativar para fazerem parte deste estudo. Vão ser 200, mas a amostragem recai sobre 135. Cumprindo todos os trâmites previstos na lei, nomeadamente o consentimento informado, a sua investigação vai arrancar em breve e as conclusões, que são importantes e podem servir para um ponto de partida futuro, vão ser publicadas no Journal Club IMPSP-FMUL, em breve.
Em conversa, a autora da tese, partilhou algumas das razões que a levaram a prosseguir este estudo, “denota-se a falta de dados sobre acessibilidade, uso dos serviços de saúde pelos migrantes e adequação aos cuidados prestados. Estudos recentes apontam que, a par dos idosos frágeis e dos sem abrigo, os refugiados e os migrantes sofrem a maior desigualdade em saúde oral”. Numa tentativa de perceber melhor este universo deu início a esforços para encontrar um grupo de pessoas que correspondesse aos critérios e no verão esperemos que já existam conclusões que possam ser partilhadas no Journal Club IMPSP, “que é uma importante fonte de conhecimento e de partilha nesta área da saúde” e mais acrescentou, “enfatiza-se o potencial clínico e social deste trabalho, já que possibilitará o maior conhecimento patológico e posterior tratamento dos doentes em causa, como viabilizará o dever cívico de integrar estes indivíduos e de assegurar-lhes um direito constitucionalmente consagrado, o Direito à Saúde."