A eficácia das vacinas aos olhos do Professor Joaquim Ferreira
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Joaquim Ferreira, Professor da FMUL, esteve presente na SIC Notícias, onde falou sobre a vacinação em Portugal e o aparecimento das novas estirpes.

No início da entrevista, é questionado sobre a eficácia da vacina Astrazeneca em pessoas maiores de 65 anos, afirmando que “os dados que temos disponíveis são, maioritariamente, em pessoas com menos de 55 anos. Portanto, temos mais segurança em pessoas mais novas”. Acrescenta ainda que existem estudos, feitos pela Agência Europeia, que provam que esta vacina da Astrazeneca, mesmo em pessoas mais velhas, cria uma reação imonulógica.

“O problema principal e a limitação que temos é, de fato, termos vacinas em quantidade suficiente para poder vacinar todos os grupos, inicialmente os prioritários e depois todos os outros”. O Professor relatou ainda, durante a entrevista, que o importante é preocupar-nos com a eficácia específica de cada vacina em determinado grupo etário, mas sim,usar todas as vacinas disponíveis.

O Professor constata que há um número crescente de variantes num curto espaço de tempo, como é o caso da variante Brasileira e Inglesa e, recentemente, a da África do Sul. “Estas novas variantes são importantes para quem desenvolve as novas versões das vacinas, permitindo adaptar estas novas às características genéticas destas variantes”.

“Esta ideia de imortalidade, que resulta de uma ideia de que finalmente temos as vacinas, podemos ser vacinados e daqui a umas semanas estamos todos outra vez a fazer a nossa vida normal, não é verdade”. Diz ainda que, é preciso ver como podem ser melhoradas as novas versões das vacinas, consoante as novas variantes e que, durante os próximos meses temos de nos manter prudentes porque a vacina não garante a cem por cento a segurança.

Ainda questionado sobre a nova variante do Reino Unido, em Bristol, com mutações iguais à variante Sul Africana, o Professor afirma que ainda sabemos muito pouco sobre esta nova estirpe.“Vamos viver, ao longo dos próximos meses, com o aparecimento de novas variantes. Vamos esperar que nenhuma nova variante não tenha uma maior gravidade do ponto de vista clínico”, declara o Professor.

Por fim, comenta ainda os efeitos neurológicos causados pela Covid-19. “A curto prazo os efeitos podem ser graves, mas felizmente não são frequentes”. Aquilo que se sabe até ao momento, com estudos realizados, em Itália, a doentes com alta após seis meses hospitalizados é que, um terço destes doentes tiveram manifestações neurológicos, tais como, fadiga, falta de força, alteração do sono, insónia e queixas de perda de memória e, ainda, alguns casos com tremores.“Vai ser frequente em muitas pessoas que tenham tido quadros mesmo ligeiros de infeção, tenham queixas deste tipo”, acrescenta o Professor.

Pode ver a entrevista na integra AQUI.