Hoje foi o primeiro dia da semana de boas-vindas dos alunos à Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, FMUL.
Encheram o Grande Auditório do Edifício Egas Moniz e, divididos em alunos MIM e alunos de LCN, sentaram-se para ouvir mensagens, conselhos e histórias inspiradoras.
Presidente e vice-presidente da AEFMUL, Ana Raquel e Inês Maltez respetivamente, foram as primeiras a falar com os alunos e numa apresentação descontraída falaram da sua experiência enquanto alunas deslocadas, dos receios que daí possam vir, mas serviram também de exemplo para todas as possibilidades que agora se abrem. Bem-sucedidas, estudam, lideram as Associação de estudantes e como uma dupla unida e eficaz mostraram que com organização tudo é possível. Ana Raquel que fez os dois primeiros anos de Medicina na Universidade da Madeira, enviou uma mensagem personalizada para os colegas daquela ilha que assistiram a todo o encontro via online.
Inês Maltez referiu-se a si própria com a aluna que está mais longe de casa, “são 10 horas de viagem” e ainda assim estão motivadas para prosseguirem os seus objetivos.
Todas as fases da vida têm patamares mais ou menos difíceis, mas o que conta é que aprender a lidar com as dificuldades e olhar para elas como etapas de vida e não como pontos de chegada.
Direção da FMUL na receção aos novos alunos
O Diretor da FMUL, João Eurico Cabral da Fonseca, a Professora Carmo Fonseca, Presidente do Conselho de Escola e a Professora Catarina Guerreiro, coordenadora da Licenciatura em Nutrição fizeram as honras da casa e começaram por lhes dar os parabéns pela meta alcançada. Para muitos, este momento é a concretização de um sonho, mas este é apenas o início. Há muito trabalho pela frente, valores a aprender, escolhas a fazer e sobretudo muito estudo.
O Médico Intensivista Nuno Gaibino e o Neurocirurgião Diogo Belo, antigos alunos aqui e agora médicos em exercício no Hospital de Santa Maria, contaram as suas histórias e todas as peripécias que passaram até chegarem ao patamar em que estão neste momento.
As apresentações dos convidados servem sobretudo como exemplo de que nem sempre as coisas se conseguem à primeira, mas que a vida é antes uma sucessão de tentativas e de persistência.
Arrancaram sorrisos e até gargalhadas a uma plateia ainda envergonhada que acabou por dar o mote para mais um tema: a necessidade de perguntas serem feitas. O Professor João Eurico incentivou-os a avançarem, “porque já sabemos que são bons a responderem”, e reforçou, “todas as perguntas fazem sentido, aprendam a não ter receio de as fazer.”
Fazer perguntas é crucial para a boa prática clínica e para estabelecer empatia, sob pena de se tornarem «apenas» “cientistas do ser humano”.
Todos os que entraram agora nesta faculdade “vão aprender a ser médicos e a ser nutricionistas, mas não só! Vão conhecer pessoas que vos vão influenciar e até transformar”, referiu a Professora Carmo Fonseca reforçando que vão também descobrir mais talentos, para além do que já têm, mas isso só não basta! É necessário, mais! “É preciso desenvolver”, todas as capacidades, num claro convite a participarem em cursos, estágios e ações que lhes possam trazer experiência, conhecimento e os torne diferenciados.
Catarina Sousa Guerreiro, coordenadora da licenciatura em Ciência das Nutrição, abordou a especificidade deste curso que “olha para o individuo como um todo e que promove o bem-estar físico e psicológico. Este curso “tem uma abordagem muito atenta ao individuo antes de ele estar doente.”
Adalberto Campos Fernandes recordou que esta faculdade deu dois ministros da saúde, sendo ele um deles, e convidou todos a deixarem a sua marca e “a fazerem a diferença”, por acreditar que só assim faz sentido. “As instituições são perenes duram mais do que as pessoas, mas as instituições são feitas pelas pessoas.”
Os grupos foram divididos segundo a licenciatura que aqui vêm tirar e foi assim que a Victoria Stosberg ex-aluna FMUL, foi convidada para falar do seu percurso. Hoje já está integrada no mercado de trabalho e tal como a Drª Maria Raimundo, outra das convidadas da manhã, abordou as várias possibilidades que o curso oferece, sobretudo numa altura em que a Inteligência Artificial (IA) e todas as novas tecnologias oferecem várias oportunidades e desafios.
Na Licenciatura em Medicina vieram os dois médicos já referidos.
No final da manhã, todos os jovens estudantes foram encaminhados por alunos da FMUL, até à estátua Egas Moniz e, seguindo a batuta da Professora Maria José Diógenes, leram o código de honra.
Da parte da tarde foi a vez de sentar os alunos de Erasmus. Jovens estudantes que embarcaram numa aventura no nosso país e que escolheram a FMUL. Vêm de Itália, Polónia e Alemanha.