Hoje, Dia Mundial da Luta Contra o Cancro, foi publicado no jornal Diário de Notícias, um artigo de opinião com a assinatura de Maria do Carmo Fonseca, Professora Catedrática da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e Investigadora no Instituto de Medicina Molecular – João Lobo Antunes.
Neste artigo, Carmo Fonseca explica-nos a evolução verificada ao longo dos últimos anos, da investigação na área do cancro.
Com a descodificação do genoma humano, verificou-se o desenvolvimento/ criação de várias tecnologias que possibilitam conhecer, ao detalhe, o genoma de cada tipo de cancro.
“Graças a um grande esforço internacional, foram analisados os cancros de milhares de pessoas, ficando os dados acessíveis à comunidade científica global. Foram descobertas as alterações genéticas causadoras de diversos tipos de cancro e foram desenvolvidos novos medicamentos especificamente dirigidos para as moléculas alteradas em cada cancro.”
Ainda assim, o número de doentes oncológicos tratados com sucesso, que recorrem a estas terapias inovadoras, é muito reduzido (de 5% a 10%).
Carmo Fonseca refere ainda 2 medicamentos, recentemente aprovados, com capacidade “de tratar cerca de 75% dos doentes com uma forma rara de cancro associada a alteração do gene NTRK.”
“Outro tratamento inovador aprovado há poucos anos - a imunoterapia de células CAR-T resulta na remissão do cancro em aproximadamente 80% das crianças com um determinado tipo de leucemia em fase avançada. O tratamento com células CAR-T baseia-se na modificação genética das células do sistema imunitário do próprio doente- os linfócitos T”.
A Professora menciona ainda as vacinas RNA, ainda em fase experimental, como um tratamento promissor, sublinhando que o “segredo para obter uma boa vacina contra o cancro consiste em encontrar a "assinatura molecular" das células tumorais que as distingue das células normais.“
Em conclusão Carmo Fonseca, relembra “que os cancros detetados em fases muito iniciais têm a maior probabilidade de cura. É, portanto, fundamental continuar a investigar as origens dos diversos tipos de cancros e a desenvolver novas tecnologias para detetar, de forma pouco invasiva, os primeiros sinais da presença de células tumorais no organismo.”
Aceda aqui e leia o artigo na íntegra