Qual o denominador comum da Arte e da Ciência?
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duas pessoas de pé a conversarem

O impacto da pandemia sobre a Ciência e a Arte foi o mote de uma entrevista realizada pelo DN, no Salão Nobre do Teatro D. Maria, à Professora Maria do Carmo Fonseca e ao Ator, Dramaturgo e Diretor Artístico, Tiago Rodrigues, ambos galardoados com o Prémio Pessoa.

Ao longo da conversa, os dois intervenientes, que confessam uma admiração mútua, coincidem em vários pontos, um deles, sobre o fato de tanto a Arte como a Ciência levantarem sempre novas questões, alimentando a curiosidade humana.

A Cientista estabelece também um paralelismo entre a Pandemia e a II Guerra Mundial, no sentido em que ambas as ocorrências ganharam uma dimensão enorme na vida da sociedade e porque, à semelhança do que aconteceu na II Guerra Mundial, Carmo Fonseca crê que também a Pandemia deixará marcas transformativas no futuro, “Está a transformar o modo como olhamos e agimos em relação a vários aspetos das nossas vidas”.

Para Tiago Rodrigues um dos maiores desafios futuros passará por uma maior consciencialização sobre as alterações climáticas, sobre os quais julga – “serem precisos pactos coletivos para os enfrentar. Primeiro porque são inevitáveis e depois porque são transversais”, como afirma na entrevista. Ambos concordam que para garantir a sustentabilidade do nosso planeta e da vida humana, como a conhecemos, será necessário um sistema politico organizado capaz de dar uma resposta eficaz a estes eventos.

Sobre a literacia cientifica, o Diretor Artístico avança que “Numa sociedade mais participativa, a literacia científica é absolutamente fundamental, pois só assim poderemos ser participantes ativos informados”, enquanto a arte, ainda que não mensurável, permite ao ser humano adquirir um pensamento critico, “A grande oportunidade para a sociedade de uma vida cultural forte e diversa é o pensamento divergente. É a utilidade do inútil. É o haver tempo para pensarmos em coisas”.

Maria do Carmo Fonseca ressalva ainda a criatividade como denominador comum entre a Ciência e a Arte. Segundo a opinião da Professora Catedrática: “A criação artística ou a descoberta científica baseiam-se totalmente na criatividade e para se ser criativo é preciso que dentro do nosso cérebro se estabeleçam sinapses novas, que haja neurónios que antes não estavam a comunicar de determinada maneira e que de repente comunicam e dá-se o tal momento de inspiração”.

Sobre a importância da comunicação e educação da Ciência na sociedade, em tempos de pandemia, a Cientista explica que o conhecimento científico “é a antítese do dogma” e que as pessoas não estão preparadas para lidar com a dúvida: “As pessoas têm perguntas dogmáticas perante os cientistas e os cientistas não podem responder com dogmas”.

Veja a entrevista na íntegra AQUI.