A privatização da formação médica na opinião de Fausto J. Pinto
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No passado dia 19 de outubro, Fausto J. Pinto, Professor Catedrático, Diretor da FMUL e Presidente do Conselho de Escolas Médicas Portuguesas falou ao Jornal Médico sobre o desacordo com a A3ES quanto à decisão de criar o curso de Medicina na Universidade Católica Portuguesa.

Segundo o Diretor da FMUL a “criação deste curso não é oportuna, sendo que já existem oito escolas de medicina a nível nacional”. Fausto Pinto menciona que dados internacionais determinam que “deve existir uma escola médica por cada 2 milhões de habitantes”. Portugal já tem “médicos a mais”, o que faz crescer o número de recém-licenciados que não conseguem concorrer à especialidade por não existirem vagas suficientes, os chamados médicos indiferenciados. “No ano passado, 600 médicos não tiveram acesso à especialidade, portanto estes novos médicos ou imigram ou são contratados por agências de trabalho médico barato. E isto, pensamos, também é uma forma de proletarizar a Medicina e de tornar o médico cada vez mais barato e cada vez mais indiferenciado”, refere ao Jornal Médico.

Este projeto é, segundo Fausto J. Pinto, um “projeto fraco”. “Esta é uma proposta fraca e que se baseia num conjunto de pressupostos – alguns que nem existem ainda – de pessoas que ainda nem sequer estão ligadas à UCP atualmente.” Quanto à docência, havendo docentes com ligações ativas a outras escolas, pese embora seja possível a sua transferência, Fausto Pinto considera “que todo o processo assenta numa base pouco sólida e pouco robusta”.

Na qualidade de representante das escolas médicas, Fausto J. Pinto considera que esta medida, não tem o propósito de suprir uma necessidade, mas um capricho, que pouco tem que ver com o ensino médico em Portugal.

Leia o artigo na íntegra aqui