Os esclarecimentos do Prof. António Vaz Carneiro sobre o novo coronavírus na gravidez
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“O Royal College of Obstetricians and Gynaecologists recomendou que a abordagem das mulheres grávidas deverá ser idêntica à das não grávidas”, salienta o Professor Vaz Carneiro em entrevista à revista Prevenir, na qual explica que o risco da covid-19 é o mesmo em grávidas do que na população em geral.

Também os recém-nascidos apresentam riscos reduzidos de contrair a doença. “A transmissão mãe-filho é rara e os bebés que se detectou estarem infetados pós-parto foram-no provavelmente por contacto com pessoas infetadas”, refere o Professor e Médico especialista em Medicina Interna, Nefrologia e Farmacologia Clínica.

A publicação dá conta dos “resultados de um grande estudo no Reino Unido que mostraram que, de 1 de março a 14 de abril, foram internadas com COVID-19 cinco em cada mil mulheres grávidas, das quais dez por cento teve de receber cuidados intensivos. O prognóstico destas mulheres foi excelente, o que levou o Royal College of Obstetricians and Gynaecologists a emitir recomendações, afirmando que a abordagem das mulheres grávidas deverá ser idêntica à das não grávidas.”

António Vaz Carneiro explica, ainda, que até ao momento é desconhecida a “transmissão vertical - mãe-filho - do SARS-CoV-2 (Lancet 2020 Mar 7;395 (10226):809), mas os dados disponíveis até à data não o parecem sugerir”, uma vez que “nunca foi detetado o vírus no leite materno”.

A decisão, defende o Professor, deve “ser casuística e levar em linha de conta, por um lado, os benefícios conhecidos da amamentação e, do outro, a possível infeção da criança pelo contacto com uma mãe com COVID-19 (com as precauções recomendadas)”, apontando “a administração de leito materno obtido pela sucção artificial mamária até à recuperação da mãe” como uma possível solução.